Viajem Às Estrelas

capítulo 3

— ACORDA, DESGRAÇA! A CASA, FILHO, CORRE!! — Grita Mary, com tom de desespero.

Acordo com um sobressalto e acabo caindo com minha linda raba no chão.  Apesar de achar um desperdício ganhar hematomas por uma queda e não por uma noite de sadomasoquismo com Ed, levanto desesperado, procurando sinais de arrombamento ou fogo.

— O QUE? O QUE FOI?! CADÊ O EDWARD, MÃE? — cuspo as palavras, desesperado, percebendo a falta do menino que dormiu ao meu lado.

Mary ri compulsivamente, fico confuso. Não sei se ela bateu a cabeça e ficou louca ou só está brincando como sempre.

— HAHAHAHAHAA, você caiu de novo! Não acredito que você realmente pensa sempre que a casa está em chamas.— diz ela secando as lágrimas, para que uma inimiga quando se tem a minha mãe?

— Muito engraçado, morri de rir. Cadê o Edward? E por que eu estou sendo acordado de madrugada nas férias? — digo, irritado pela brincadeira. Como se já não bastasse meu belo humor matinal.

— Calma, flor do dia. Primeiramente, são oito da manhã. E se arruma porque vocês vão com a gente na cidade. Iremos ao mercado.

—Ah, legal. Cadê o Ed? — digo sem prestar atenção no que ela falou, ainda irritado. — Espera, o que?! Não vou sair a lugar algum! Você disse que eu não ia precisar ver a luz do sol se não quisesse! — associo a frase dita anteriormente pela mulher.

Como se já não bastasse essa louca me acordando assim às oito da manhã em um dia de férias, agora tenho que sair e ver a cara de outros humanos. Era só o que me faltava mesmo.

— Bom dia — Um Ed com sorriso tímido e bochechas coradas aparece à porta. Certo, talvez agora o dia esteja melhor.

— Sem discussão, você vai e ponto final. Ed vai também. Nem vai ser tão ruim, Maria Drama. Vamos, mexa essas pernas finas até o banheiro agora! — Velha louca. Minhas pernas são mais grossas que as dela.

Não digo nada, apenas me dirijo até o banheiro com um bico, odeio sair. Ainda por cima para locais com muita gente.

Enquanto eu me despia, Ed entrou abruptamente no banheiro, fazendo com que eu cobrisse as partes e arregalasse os olhos.

— E-ei! Se queria ver meu corpo era só falar, não precisa entrar assim. Pervertido. — digo surpreso, abaixando o olhar inconscientemente para o chão enquanto falo.

Uma gargalhada pôde ser ouvida no cômodo. A doce e sonora gargalhada de Edward. Logo após, o menino de cabelos negros se pronuncia:

— Convencido. Eu apenas vim para deixar uma toalha. — O sorriso ainda brinca em seus lábios. Aquele lindo e radiante sorriso. — Tia Mary disse que quer você pronto em dez minutos.

O menino se posiciona em frente ao espelho, arrumando suas mechas com um pente, como se não houvesse mais ninguém no recinto.

Desligo o chuveiro coço a garganta propositadamente, tentando chamar a atenção do menino para fazê-lo se retirar. Posso ser meio tarado as vezes, mas não sou um exibicionista.

— Algum problema, Vick? — como ele pode estar vendo minha silhueta através de um box de banheiro e permanecer com essa cara de Virgem Maria? É muita audácia para um pedaço de pecado só.

— Não, nenhum. Talvez, tipo... Só talvez, eu queira vestir uma roupa após ter terminado meu banho. — mesmo o sarcasmo sendo evidente em minha voz, ele parece não o perceber.

— É bom mesmo, lá fora está muito frio.

— E eu até que conseguiria vestir uma roupa, mas para isso eu teria que passar pela porta do banheiro. Poderia, por favor, fechar os olhos? Sei que sou irresistível, mas não sou um exibicionista.