O convite

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Maio,
2019

Thomas

É segunda, o pior dia da semana. As ligações, reuniões e tarefas me
deixam de mal humor e além disso, o café aqui é horrível.

Não posso ignorar o fato de que essa é uma das poucas coisas que Estela
não sabe fazer. Além de competente com os deveres do escritório
também me realiza na cama.

Estela é discreta e entende que nossa relação é apenas profissional e sexual; sem compromissos e sem cobranças e por sua lealdade e compreensão eu sei como ser grato.

Mesmo depois de um ano ela sempre bate antes de entrar no meu
escritório, e eu gosto disso. Ela sabe que é a descrição e o respeito que
nos mantém "juntos".

—Bom dia, Thomas. Aqui está a programação dessa semana.

Ela deixa a pasta sobre minha mesa.

—Bom dia, Estela, obrigado. O senhor Juarez ligou?

Ela assente.

—Sim, umas cinco vezes só essa manhã.

—Certo. Vou falar com ele. E meu pai?

—Ainda não chegou.

—Ok... Estela, por favor, quando ele chegar peça para vir até minha sala.

Ela assente e se apressa para sair. Veste uma saia lápis e uma blusa verde.

Os cabelos pretos estão soltos.

—Estela.

—Pois não?

Eu sorrio.

—Você está bonita.

**

A reunião na prefeitura acontece bem como o planejado. O negócio é
fechado.

A construtora fará mais um hospital na cidade, obra essa
financiada pelo governo.

A construtora Navarro não foi exatamente um sonho meu, mas sim
dedicação dos meus tios que nos apoiaram muito no começo. Eu mal
havia me formado em engenharia civil e já estava tudo encaminhado, com
os contatos certos na prefeitura e principalmente na elite da cidade nós
nos erguemos rápido.

Me encontro com Pâmela para almoçarmos juntos. É a mulher com quem estou saindo no momento; na verdade já faz mais de duas semanas, o
que, acreditem, é um recorde em um bom tempo. Parece que estamos
mesmo nos entendendo.

Pâm é alta na medida certa, magra sem exageros e muito bonita. Tem
olhos grandes e lábios sensuais; o cabelo curto lhe dá um aspecto sexy e
atraente e ela sempre está vestindo o melhor que o dinheiro pode
oferecer.

Vamos juntos ao Italian; meu restaurante preferido na cidade.

—Aí Eu disse pra ele sair fora, claro, e ele fez cara de desentendido.

Ela toma mais um gole do seu suco de melancia.

—A questão é que ele não saiu. Ficou lá até que eu perdesse a paciência. E
a Ju ainda defendeu o cretino; disse que homens são assim mesmo.

Eu concordo com ela porque preciso, mas estou bem mais interessado no
meu capuccino de que na conversa.

—Falar com você e com um poste é quase a mesma coisa.

Seguro sua mão sobre a mesa.

—Me perdoe; estou preocupado com meu pai, e por falar nisso deixe-me tentar falar com ele mais uma vez.

S.O.S Como Roubar Uma NoivaOnde histórias criam vida. Descubra agora