Capítulo 01 - Motos, filmes e eu

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MÚSICA PARA ACOMPANHAR: greetings from califournia - the neighbourhood

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12 MINUTOS para o Pôr do Sol

Ligo minha moto. Ela é uma Harley Davidson 883, as vezes fico minutos parado, admirando o "rugido" que ela faz quando eu ligo.
O dia está bem quente, o verão começou, a época em que os adolescentes estão se apaixonando, indo para festas...Fazendo coisas de adolescentes. Eu estou no meu último ano, nunca me apaixonei, nunca fui a uma festa, nem mesmo no verão.
Abro o portão automático da garagem, rapidamente os raios de sol batem na minha cara conforme o portão vai abrindo. Prendo meu cabelo grande em um coque, coloco meus óculos escuros e como um pirulito sabor cereja na.
Quem me vê até pensa que sou um badboy sólido que ama rock e só se importa consigo mesmo e sua moto cara. Só que eu não sou assim, bem... a parte que eu amo rock e minha moto é verdade. Porém se você aparece no meu quarto em um sábado a noite só iria me encontrar ouvindo músicas sad ou vendo um filme romântico bem Sessão da Tarde.

Esse verão eu decidi que eu não iria ficar parado, que eu ia fazer alguma coisa que eu amo. Então tomei a iniciativa de fazer um curso de pintura. Eu amo pintar, desenhar e queria explorar mais algumas das minhas abilidades que aprendi com meu avô e os vídeos de tutorial do glorioso Bob Ross.

Quando estou para virar a esquina da rua em que eu moro minha mãe vem correndo de casa e gritando.
-Liam!

Eu paro minha moto, até por que eu amo minha moto e estar vivo. E se eu não parasse ela iria destruir minha moto e me deixar sem Netflix pelo resto da minha longa vida.
-Eu te amo, e cuidado!

Ela me dá um beijo, e fecha o encaixe do meu capacete que mesmo assim não é o motivo dela dizer cuidado.

Agora vamos entrar em um papo mais profundo e pesado. 5 anos atrás meu irmão mais velho sofreu um acidente pouco tempo antes de se formar. Ele estava indo me buscar na escola, as vezes eu penso que eu podia ter ido caminhando, que eu poderia ter evitado, não era longe. Mas meu irmão sempre fazia questão de ir me buscar, ele gostava de como eu me achava, de como ele era tão descolado que as vezes me resgatava de muitos dos bullyings que eu sofria.
Colocar o meu capacete escarlate que ele me deu, que tinha um autógrafo do Elvis Presley e um adesivo que eu coloquei das tartarugas ninjas. Aquilo era meu momento de felicidade, aquilo alegrava meu dias mais difíceis, um passeio de 2 minutos até em casa que muitas vezes durava mais por que nós sempre gostávamos de tomar sorvete...
Essas memórias sempre me vêm a tona quando minha mãe me diz para tomar cuidado.

Buzino e ao mesmo tempo eu acelero. Grito:
-Irraaaaaa!!!
Nada melhor do que uma brisa para fazer nós esquecermos de todos os nossos problemas, passar ao lado da praia é muito bom...

SOLSTÍCIO (romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora