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Jeon Jungkook

[10:00 a.m]

Sempre tive escolhas que me levavam a consequências além do meu poder, porém não nego o quão grato eu sou por ter passado naquela faculdade.

Antes, ser promotor era algo fora do meu alcance mas, para honrar meu pai e principalmente a mim mesmo, ultrapassei o chamado "limite".

Hoje sou um dos melhores promotores que São Francisco possa ter, me orgulho de mostrar meu rótulo e de, principalmente, exercer meu papel da melhor forma possível.

Com a vida sempre tumultuada, quase nunca permaneço em casa, mas finalmente consegui tirar meus três dias de folga, meus preciosos três dias mensais que mais parecem anuais.

"Eu... não a amo mais Vick, você não significa mais nada para mim..."

— PARA DE MENTIR PRA ELA - jogo algumas pipocas, que antes iria comer, em direção a tela - grande namorado você Jordan, grande namorado - balanço a cabeça em sinal de negação enquanto tomo um gole da coca-cola, antes posta no apoio de copos no sofá.

— Continua gritando com a televisão?

Ao ouvir a voz repentina surgindo ao meu lado, sinto o gás do refrigerante brincando em minhas narinas me fazendo engasgar com a ardência, consequentemente começo a tossir para tentar livrar a sensação incomoda, porém falho miseravelmente.

— Oh, você tá bem? - corre em minha direção.

— CLARO QUE NÃO JAE IN - digo dramaticamente na intenção de pesar a consciência do mesmo - quase morri, como você ficaria sabendo que matou alguém? Hm hm?

— Sem drama snif, todo mundo já engasgou com refrigerante pelo menos uma vez na vida.

— Menos você e para de me chamar de snif, é irritante.

Jae In é meu irmão mais novo, Jeon Jae In, tem dezenove anos mas com uma mentalidade absurda de nove. Me colocou o apelido de "snif" pelo fato de minha rinite sempre estar atacada, ainda mais quando entro em seu quarto, a parte obscura da casa.

— Realmente snif, eu nunca engasguei com refrigerante - ignora totalmente o meu pedido - o que está vendo aí? - pega o controle em mãos - série? Que série é essa? Romance hm, está apaixonadinho snif? - me lança um olhar pervertido.

— Me dê isso - pego o controle o impedindo de navegar mais pela sinopse - vaza daqui, vai assistir seus desenhos vai - o empurro em direção a seu quarto.

— Não são desenhos, são animes, ouviu? A-n-i-m-e-s - anda porta a dentro ficando apenas com a cabeça para fora esperando a minha próxima reação.

— D-e-s-e-n-h-o-s, agora vai - fecho a porta batendo na mesma - E NÃO SAIA DAI ATÉ EU VOLTAR A TRABALHAR OUVIU?

— VAI SE FU..

— Olha a boca menino.

Em resposta apenas escuto o silêncio, tão agradável aos ouvidos quanto ao meu subconsciente. Volto ao conforto do sofá e dou play no episódio pausado.

Romance é um clássico para séries e qualquer outra coisa existente no mundo, um verdadeiro ícone. Quem não gosta deste gênero, sejamos sinceros, uma real falta de senso, sem querer ofender aos envolvidos.

"Por que não consigo acreditar? Sua boca diz A mas seus olhos revelam B, por favor, diga que me ama e eu desisto de uma vez dessa viagem".

— Diz que ama ela, diz que ama ela - cruzo os dedos na esperança de finalmente alguma coisa dessa série acontecer da forma que eu espero.

— "Eu te... Não, eu não te amo".

Esqueçam tudo sobre o que disse sobre romance.

— A VAI SE FERRAR - me levanto jogando algumas almofadas no chão e desligando a série de uma só vez.

— Olha a boca menino - escuto um murmuro vindo da porta branca no fim do corredor.

— VOCÊ FICA QUIETO !

[8:00 p.m.]

Em um prato é possível se notar uma mistura com alguns restos encontrados na geladeira, minha especialidade! Arroz, peixe enlatado ao molho picante e mostarda.

— Hmm - inala o cheiro tentando esconder a feição desgostosa - comida de cachorro de novo?

— Você não comprou nada da lista que deixei na geladeira - o entrego a porcelana, antes branca, agora suja de vermelho e amarelo por conta dos molhos - gastou o dinheiro com bobagens que comeu em apenas uma noite - jogo uma colher cheia de arroz em outro prato preparando, dessa vez, minha refeição.

— Não sei preparar nada que estava na lista -  toma em mãos um garfo começando a remexer em sua comida - comprar algo pronto era mais rápido - da de ombros como se falasse algo simplício, o que não era mentira.

— Mas eu sei preparar - termino de por os ingredientes e começo a mexer a mistura - vais acabar engordando se comer essas porcarias.

— Você não para em casa Jeon - larga o garfo, aparentemente, se alterando - se fosse pra depender de você pra me fazer comida, eu morreria de fome.

— Coma - digo tentando por um ponto final na possível discussão - vai esfriar - retiro a colher de meu prato a jogando na pia, o que fez um certo barulho por conta do choque dos metais, logo pego outro talher dando a primeira degustada na mistura heterogênea.

— De sete dias apenas dois você está presente - se levanta batendo a mão na mesa me fazendo retirar o garfo da boca - acha que isso é ser um bom irmão? Já não tenho a mãe e o pai aqui comigo Jungkook! O mínimo que poderia ganhar é a merda de um porcento de carinho e compreensão da única pessoa que ainda não me abandonou - a forte entonação dada na palavra "ainda" fez eu engolir em seco a comida bem mastigada - que porra de irmão você é? Parece apenas um estranho batendo ficha das seis as dez -abaixa a cabeça quebrando nosso contato visual - eu sinto sua falta, sabia?

Palavras duras porém reais, Jae estava certo, completamente certo.

Quando nosso pai havia se adoentado, nossa mãe entrou em uma depressão profunda que quase a levou a morte. Um tempo depois, foi confirmado o óbito do pai, foi difícil para nós três aguentamos a barra sozinhos, até que a mãe simplesmente desistiu e se perdeu no mundo.
Com apenas dezoito anos, tive de tomar a direção da "família"  e começar a cuidar de Jae, que com seus quatorze anos já tinha total sanidade pra aceitar tudo que estava acontecendo e não entrar em crise pela dupla perda.

A exatos cinco anos, eu prometi a ele que não o abandonaria e que sempre estaria presente em sua vida. Mas eu falhei.

— Com licença.

Antes de se virar pude notar uma lágrima escorregar por sua bochecha, não pude conter em sentir meu ego ser estraçalhado, como um cristal após ser acertado com um taco de baseball.

Seus passos medianos porém pesados, completavam o ar de decepção que o rodeava.

Merda, havia feito merda, mais uma vez.

«»«»Jk+Jm«»«»

~Oie

Perdoem qualquer erro de escrita ou qualquer ação errada, é a minha primeira estória oficialmente postada e isso me trás muita euforia e receio. Prometo alongar os capítulos no decorrer da fic.

Espero que gostem e obrigada por ter lido ❤️ até a próxima...

Yah~

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2019 ⏰

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