O fogo começava a queimar meus pés causando uma dor alucinante,enquanto aquelas mulheres entoavam o cântico mais antigo que a própria terra.Sentia vontade de gritar mas som algum saia da minha garganta,queria pegar minha lança e matar todas elas,mas o corpo não mais me obedecia.
Eu estava presa,presa dentro desta casca humana,um corpo tão frágil.
Eu precisava me libertar antes que fosse tarde,ser queimada dentro desse corpo seria meu fim eminente,isso não poderia acontecer,não,eu não iria me deixar ser vencida por meras mortais ingratas.
"Olhem para a deusa medíocre e fraca que vocês adoram e me digam se eu não sou melhor que ela"a alta sacerdotisa gritava em zombaria.
Aquela criança ingenua e tola.Não deveria ter salvado um bebê romano,mas na época eu pensei que ela poderia vim a ser a filha que nunca tive,eu dei o mundo a ela,e é assim que sou agradecida com uma traição.
Moira chega perto de mim com um sorriso sarcástico nos lábios,seus longos cabelos vermelhos tem ganham contraste com o fogo que me consumia aos poucos.Ela segura um vaso antigo nas mãos e logo percebo o que pretende fazer,ela não quer me apagar,ela quer me ver sofrer eternamente em uma jaula.
"Vejo que agora entende o que seu futuro lhe reserva minha mãe" sua voz é baixa como a de um fantasma.
O cântico fica mais alto e o fogo aumenta como se acompanhasse a musica,no seu ápice homens com armaduras entram no templo,logo reconheço ás águias romanas.
Sinto meu poder se inflamar dentro de mim,preciso me libertar preciso destruir esses insolentes.Eles mataram meus bardos,macularam minhas sacerdotisas,queimaram meus bosques e templos e mesmo assim filha filha os trouxe aqui para ver minha ruína.
Moira grita as palavras da magia corrompida e começo a sentir meu ser se esvaindo.Tento achar uma brecha sobre aquela magia mas não consigo.
"Σας κρατώ σήμερα μεγάλη μητέρα όλων των μάγιστων εδώ σε αυτό το μέρος, έτσι ώστε ποτέ ..."
Esta quase se concluindo o ritual,sinto meu espírito se rendendo aos poucos.Levanto meus olhos e capturo o olhar do general em meu corpo.Ele me olha sorrindo vitoriosamente.Ele abre a boca e fala lentamente sem sair som da boca para que apenas eu entendesse.
"A águia venceu o corvo"
NÃO,NÃO,NÃO
Sinto minha forças voltarem e me liberto das amaras,abro meus braços enviando a escuridão dominar o lugar,mulheres e homens gritam apavorados.Procuro o general mas ele desapareceu junto com Moira.Pego uma espada e ando em direção aos soldados desnorteados que me olham com medo,logo corto suas cabeças de forma rápida e limpa.Sacerdotisas tentam correr para fora mas seu fim já esta selado.Traição resulta em morte.
Quando enfim a sala sacrifical esta carmesim,subo as escadas em direção ao General e Moira sei que eles não foram longe,posso sentir o cheiro de seu medo.
Entro no grande salão onde esta meu trono negro,e lá esta o general com sua espada levantada como se tivesse alguma chance de me vencer em batalha.Procuro Moira mas ao que parece minha filha esta escondida,logo vou encontra-la.
"Seu tolo" falo indo em sua direção "sou a própria face da guerra e da morte como você acha que pode me derrotar?"
Choco minha espada com a dele,e em menos de segundos ele já esta no chão tremulo.Olho para os lados e nada da Moira,queria que ela visse como vou matar lentamente seu amante.Mas como ela não esta aqui terei que aproveitar o show sozinha.
Fico em sima dele e com uma unha faço uma pequena cruz em sua testa.Ele grita enquanto o sangue escorre pelo seu rosto,aquilo me anima e logo começo a traçar minhas marcas nele.Cada runa tem uma história e ele deve carregar a maldição de cada uma na pele.
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Psykhé
FantasyAyla não deveria viver. Ayla deveria estar morta. O que aconteceu? Um acordo foi feito. Um preço será cobrado. Um preço que mudará tudo e todos. Um preço além do que imaginaram. Mundo me ouça, a Escuridão está a caminho. A profecia irá se cumprir.