Léo tinha apenas dez anos quando seu pai, Fred havia percebido que ele era uma criança especial, diferente dos demais meninos de sua idade. Não brincava de carrinho, nem jogava futebol com os amigos, nem colecionava bolas de vidro. Apesar de ser uma criança feliz e carinhosa, Léo vinha apresentando um comportamento estranho nos últimos dias. Passava a maior parte do tempo em seu quarto, sentado em um canto qualquer, com o olhar fixo no vazio. Durante o dia Fred o escutava chorando em seu quarto, muitas noites fora acordado pelos gritos do menino que vinha tendo pesadelos frequentemente.
Fred estava seriamente preocupado com seu filho, pois, para uma criança de dez anos aquilo não era normal. Imaginou que talvez Léo estivesse sentindo falta da mãe, que sumiu assim que ele nasceu, portanto, não chegou a conhecer ela. Fred vinha desempenhando nos últimos dez anos o papel de pai e mãe, sentiu-se um pouco culpado pelo comportamento de Léo. Talvez não estivesse dando atenção ao filho por isso o menino estava entrando em depressão, pois, até mesmo crianças sofrem este mal do século.
Resolveu passar mais tempo com o garoto, tentou leva-lo ao parque de diversões ou até mesmo no circo, que adorava. O menino permanecia alheio a tudo o que ocorria em sua volta. Era como se ele estivesse em outro planeta.
Quando voltaram do circo, Fred sentou-se em sua poltrona e pôs Léo em seu colo e perguntou:
_ Filho, conta para o pai o que você tem. Está sentindo alguma dor?
_Eu to com medo, pai.
_Medo? Medo do que filho? O pai está aqui com você, nada de mal vai te acontecer.
_Tenho medo das vozes que escuto, tem muita gente falando ao mesmo tempo, não consigo escutar todo mundo e a minha cabeça dói.
Fred ficou confuso com o que Léo havia dito, o menino falava frequentemente que ouvia muitas vozes o tempo todo. Ele estava com medo de seu filho estar ficando louco com apenas dez anos.
_ Não tem voz nenhuma, filho. Isso é apenas fruto da sua imaginação._ Fred beijou os cabelos ruivos do menino.
_Não, pai, escuto mesmo! Escuto até mesmo o senhor!
_ Claro que você me escuta, meu filho, falo com você todos os dias.
_ O senhor não entende! Quando o ouço falar, o senhor está com a boca fechada. Não acha estranho?
Fred sorriu e abraçou Léo. Estava ficando cada vez mais preocupado com seu filho. Perguntava para si mesmo todos os dias o que realmente estava acontecendo e o porquê de tudo aquilo. Ele não tinha motivos para estar assim, apesar de não ter a mãe presente. Fred esforçava-se ao máximo para dar amor e carinho ao filho. Léo possuía vários brinquedos, comia bem e sempre foi um menino ativo e alegre até aquele período.
Fred decidiu leva-lo a um psiquiatra. Por sorte o doutor Thomé era seu amigo e já estava a par da situação. Fred e Léo entraram em seu consultório assim que chegaram.
_ Olá, Fred._ disse doutor Thomé apertando a mão de Fred.
_ Bom dia, Thomé.
_ E como vai o nosso campeão?_ Thomé passou a mão pelos cabelos de Léo. O menino não entendia porque todos insistiam em desarrumar seus cabelos cada vez que o viam.
_ Bem Dr. você já sabe da situação do meu filho, mas é que ele vem piorando a cada dia.
Enquanto Fred falava sobre seus problemas, Léo olhava fixamente para Thomé, seus olhos se espreitavam cada vez mais, o garoto começou a escutar novamente uma voz, que parecia sair da cabeça do doutor Thomé. Aos poucos o garoto começava a se acostumar com aquelas vozes.
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O guardião da humanidade
FantasiaA vida de Léo sofre uma reviravolta quando ele descobre que tem poderes sobrenaturais herdados pela mãe que tem muitos segredos a revelar. PLAGIO É CRIME! TODOS OS DIREITOS RESERVADOS E REGISTRADOS!