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Já era tarde de segunda-feira. Sentei na arquibancada do colégio e mandei uma mensagem para Daniel me avisar quando estivesse saindo. Pelo o que tudo indica, ele havia sido pego fazendo alguma coisa que eu não sei o que é. Ainda

O livro que eu estava lendo quando o Daniel me encontrou aquele dia no campo do colégio para pedir ajuda das aulas, não havia sido terminado. Ainda faltavam boa parte das páginas para terminar, mas com a correria que a minha vida anda tendo, relaxar está se tornando algo impossível.

Antes que eu pudesse abrir o livro aonde eu parei, o brilho forte do meu celular em cima da bolsa chamou a minha atenção. A foto de Trevor apareceu na tela e eu sorri. Arrastei o dedo no toque verde para atender a chamada, e coloquei no viva voz.

- Tudo bem - ele começou dizendo, mas não parecia ser uma pergunta para mim. -, sexta feira, está marcado ainda? De pé? - perguntou, ofegante.

- Você está correndo? - perguntei curiosa, desviando o assunto sem querer.

- Fazia tempo que eu não saia a tarde para correr - ele deu de ombros. 

- Entendi - balancei a cabeça, mesmo que ele não pudesse me ver. - E você me ligou ontem a noite querendo saber se ainda estava de pé - dei risada. - Mas não se preocupe, nada mudou e não vai mudar até sexta feira para que eu possa desistir.

- Fico aliviado em ouvir isso - disse ele, ainda mais ofegante de quando me ligou. - Você está aonde? Poderíamos nos encontrar para um café? Uma companhia agora a tarde cairia bem.

- Desculpe, mas eu já tenho um compromisso - mordi o lábio inferior e levantei, colocando a alça da minha mochila nos ombros. - Podemos fazer isso amanhã, o que acha? 

- Estamos tendo vários pré encontros - ouvi sua risada fraca do outro lado da linha. - Amanhã está ótimo. Eu posso ir te buscar ai no colégio? 

- Claro - sorri, entusiasmada. - Até amanhã.

- Até amanhã, Sam- ao desligar o telefone, um sorriso bobo surgiu nos meus lábios pela maneira doce que ele disse meu apelido.

- Se ficar apaixonado significa sorrir bobo dessa maneira, eu prefiro continuar eu mesmo - dei um pulo para trás ao ouvir o Daniel. 

- Eu não estou apaixonada! - coloquei a outra alça solta nos ombros e soltei um suspiro, fazendo uma fumaça, por conta do frio, sair dos meus lábios. 

- Fico feliz em saber disso - ele falou, forçando um sorriso, e eu consegui ver o quão estava sendo sarcástico. 

- Por que estava na diretoria? - perguntei, cruzando os braços. 

- Porque eu apenas fui pedir um cigarro para o Toby - Daniel franziu a testa e colocou as mãos no bolso da jaqueta. -, esqueci que o meu havia acabado. 

- E então o diretor pegou vocês? 

- Não. O Toby começou a ficar desesperado dizendo que não fumava. O inspetor viu e o Toby abriu a boca - Daniel resmungou uma palavra suja e eu fiquei sem entender.

- Sei que você não é inteligente, mas tão burro á ponto de pedir um cigarro para qualquer um desse colégio? - apontei.

- Eu confundi os nomes. O garoto que fuma é o Tomy - ele explicou e eu dei risada. 

Os seus olhos estavam com um brilho intenso de diversão. Seus lábios formaram um sorriso sincero e espontâneo, e o Daniel que eu conhecia havia voltado por poucos segundos. É ironia termos discutido na festa e hoje estarmos agindo como se fôssemos amigos. 

5 PEDIDOS || CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora