Mais que Rivais

Tudo pelo loirinho

Haviam poucas coisas na vida que Kim Taehyung realmente apreciava: um bom livro, um barzinho no final de semana, uma viagem com os amigos e uma boa foda. E bastava olhar para o corpo forte de seu professor de dança se contorcendo ao som de Skinny Love em frente aos grandes espelhos da sala, para ter certeza absoluta que Park Jimin se encaixava com perfeição no último item. Ele era gostoso de uma forma quase surreal, com um corpo bem definido, as coxas fortes, a bunda grande e redonda e absurdamente firme. Parecia ter saído direto de um sonho molhado e seu rosto angelical não ajudava em nada. Como alguém podia parecer tão inocente e adorável e ter um corpo como aquele? Era uma mistura estranhamente pecaminosa. Taehyung até perdera a conta de quantas vezes havia imaginado aquele corpo pequeno sentando em seu pau, o rosto bonito se contorcendo de prazer, as bochechas macias pintadas de vermelho, os olhos pequenininhos espremidos em um orgasmo avassalador. Às vezes precisava se controlar para não ter uma ereção ali mesmo no estúdio de dança, diante de seus colegas que o zoariam até o fim do ano.

Mas, droga, que culpa ele tinha se Park Jimin era tão... delicioso?

Assim que a música chegou ao fim e o professor terminou a apresentação com uma pose bonita, os aplausos irromperam pela sala. Algumas semanas atrás as palmas de Taehyung seriam as mais altas a serem ouvidas — ele sempre aplaudia Jimin com mais entusiasmo que os outros alunos e era recompensado com um daqueles sorrisos enormes e fofos que o loiro possuía —, mas as coisas mudaram quando ele apareceu.

Maldito Jeon Jungkook com seu sorriso dentuço e palmas ensurdecedoras.

Taehyung não o suportava e não só por ele ser o único naquela turma de dança com habilidades boas o bastante para se comparar a ele. Era óbvio que o novato estava afim de Jimin, ele nem ao menos tentava disfarçar. Há três semanas o moreno dentuço apareceu para as aulas através de um convite do próprio professor e Taehyung morria para descobrir que tipo de relacionamento existia entre os dois. Vinha flertando com o loiro há meses e nunca passavam disso — às vezes tomavam uma bebida depois das aulas noturnas mas era só, para sua infelicidade —, mas bastava para saber que o Park não era comprometido e nem pensava em estar. Já haviam falado sobre isso durante uma conversa onde Taehyung finalmente arrumara coragem para perguntar, então estava certo de que Jimin e Jungkook não eram um casal, mas era bastante óbvio que os dois mantinham algum relacionamento casual — o que era péssimo para o Kim.

Nunca havia investido tanto numa foda, estava há semanas sobrevivendo a base de punheta e aquilo não era muito o seu estilo. Graças a sua boa aparência — muito boa, diga-se de passagem — era fácil conseguir companhia para sexo e por isso não estava acostumado a ficar tanto tempo sem transar. Estava subindo pelas paredes de tanto tesão reprimido e já se arrependia de ter dispensado seu último parceiro de foda, Min Yoongi, mas não era como se ele conseguisse fantasiar com outra pessoa que não fosse Jimin, então não havia muita escolha.

No final da aula, Taehyung sorriu de lado para Jimin antes de pegar sua bolsa esportiva com roupa limpa e caminhar até o vestiário do prédio, admirando o sorriso um tanto tímido que recebeu do loirinho, as bochechas vermelhas por causa do exercício recente e o corpo suado das horas dançando. Se demorou um pouco mais que os outros embaixo do chuveiro, sabendo que Jimin o esperaria para fechar o estúdio e assim poderiam ficar sozinhos. Quando já estava devidamente limpo, cheiroso e bem vestido, enganchou a alça da bolsa no ombro e saiu, sacudindo os cabelos úmidos para deixá-lo com um aspecto sexy que sempre fazia os outros suspirarem. Ele só não esperava encontrar Jeon Jungkook do lado de fora da sala, apoiado na parede branca do corredor como se não tivesse nenhum outro lugar para estar.

Taehyung nunca sentiu tanta vontade de socar a cara redonda daquele moleque como naquele momento.

— Jeon — cumprimentou com uma voz doce mais falsa que nota de três. — Está tarde, não deveria ir para casa? Seus pais devem estar preocupados.