Capítulo 1

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West Hollywood, Los Angeles, California- 8 de setembro de 1984. 09:35 da manhã.

Cherrie Carter

—Cherry, você está ai? Abre a porta!—Escuto uma voz feminina abafada e um bater desesperado na madeira. Abro os olhos devagar, os fechando novamente por conta da luz solar vindo diretamente da janela no canto esquerdo do cômodo onde me encontro. A dor de cabeça misturado com o enjôo é gritante que ouso emitir um resmungo baixo.

Sento-me na cama e passo a mão pelo rosto agressivamente na tentativa frustada de acordar. Olho para o lado notando um homem com cabelos de comprimento nos ombros lisos e loiros. O corpo definido era repleto de tatuagens.
Penso somente uma coisa. Gostoso. Além da aparência, fodia bem pra caralho. Lembro de cada detalhe. Tiro o lençol que me cobre e ponho meus pés lentamente para fora da cama. Levanto devagar para não acordar o loiro e ter que dar satisfação. Caminho até a porta e a abro numa velocidade que poderia ser comparada a de uma lesma.
Ao abrir, me deparo com Joan. A garota me olha com indignação e dispara.

—Cherry, você tem noção do quan... Meu Deus, vá colocar uma roupa, menina.—Termina de falar olhando todo meu corpo com repugnância e põe a mão na testa. — Você não tem jeito mesmo.— Dou um sorriso falso e entro novamente no quarto, a vendo continuar parada na porta. Passo os olhos por todo o quarto e acho minhas roupas no canto do quarto. Pelo menos minha calcinha não foi parar de baixo da cama. Pego minha blusa do Sabbath, meu shorts de Vinil, minha jaqueta e minhas inseparáveis botas de salto em couro. Visto rapidamente e me coloco em frente ao espelho da penteadeira presente. Observo o quanto estado está deplorável e passo minha mão por meus cabelos pretos, mesmo sabendo que não iria adiantar nada. Andei em direção a minha bolsa, também jogada, e a pegando. Abro a bolsa e verifico se meus documentos e dinheiro estão no lugar. Ao me distrair colocando a alça da bolsa em meu ombro, dou com meu joelho direito no pé da cama acordando o cidadão deitado. Ele levanta o rosto em minha direção. O observo com calma notando seus belos traços. Ele arqueia a sobrancelha e dou um sorriso sem mostrar dentes. Caminho em direção a porta sentindo seu olhar queimando em minhas costas. Joan esperava impaciente no corredor. Fechei a porta do quarto e desci as escadas ao seu lado.

Ele não disse nada.

—O conhece?— Perguntou minha amiga. Olhei para ela com significados. —Imaginei. Pelo menos valeu a pena?

—Está na minha altura —Inflo meu próprio ego. Joan ri em negação mas está acostumada com meu jeito um pouco narcisista.

—Pelo menos aproveitou seu aniversário. Só se faz 18 anos uma vez.— Ela disse e eu revirei os olhos. Que comentário ridículo, Lógico que só faz 18 anos uma vez. Permaneci quieta, pois minha dor de cabeça não permitia falar muito. —Eu estou feliz que tenha ido para a mesma escola que eu. Se não bastasse vizinhas, melhores amigas, agora colegas de turma. —Disse feliz. Lancei um sorriso sincero para ela e ri de sua empolgação. Apesar da diferença de personalidade, ela é minha única melhor amiga. Nos conhecemos desde pequena, quando meu pai se separou da minha mãe antes de sumir e nos mudarmos para a cidade vizinha. A Partir daí, minha mãe se afundou no álcool e sempre levava um homem para casa a quem ela dizia ser seu namorado e a bancava.

Eu frequentava uma escola de ensino não muito bom, com amizades não muito confiáveis. O tanto de gente invejosa e soberba que reinava, mesmo ninguém tendo condições o suficiente para esbanjar tanto. Eu falava com algumas pessoas, mas era muito seletiva. Sempre fui muito seletiva com amizades. Colegas eu tinha muitos. Colegas de festa e não a quem você deve confiar. Nesse caso tenho so a Joan.

—Amanhã, depois da aula, tenho um encontro— Comentou enquanto saíamos da casa, onde ocorreu a festa que estávamos está madrugada, não tão longe onde morávamos. —Ela é linda e legal.— Disse com o olhar apaixonado.

Stand By MeOnde histórias criam vida. Descubra agora