4. Caos ☎️

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  Estou vivendo os dias mais confusos da minha vida. Tenho feito de tudo para esquecer aquela garota. Não sei que droga de sentimento é esse, mas tenho certeza que vai além de uma atração física. Não me senti atraído pela mesma, só... Inferno!

Suas palavras mexeram com o psicológico e tenho vontade de encontrá-la e perguntar como foi que descobriu tudo aquilo. Vai que ela seja uma feiticeira? Droga, os desenhos de Kate estão ferrando com minha maturidade.
  A baixinha tem uma voz familiar. Não sei se é apenas isso, porém existe alguma coisa nela que conheço. E essa coisa me faz sentir-se curado do meu próprio eu. Todos esses pensamentos eram uma frustração. Preciso do meu remédio.

  Imediatamente abri a gaveta e retirei uma cápsula da embalagem. Aproveito a garrafa que estava sobre a mesa e bebo junto com o comprimido.

“Parabéns, Theodore, você a encontrou e está deixando escapar.”

Respirei fundo.
— Por favor, Deus, se essa garota já fez parte da minha história, coloca ela no meu caminho, de novo. — soltei o ar pela boca, fechando os olhos.

Eu, realmente, não faço ideia do que estou sentindo. É a primeira dentre tantas que em apenas alguns minutos de conversa, não quis sair de minha memória. Ainda consigo lembrar do seu sorriso, mesmo que não fosse de felicidade e, sim, de deboche; porém eu lembro! Depois daquela segunda-feira, decidi esquecê-la com outras mulheres que marquei encontro as noites e hoje fazem, exatamente, uma semana que aqueles olhos escuros sumiram de minha vista. Sem contar com a misteriosa voz que não sei se já ouvi outras vezes. É como uma incógnita. Eu prometo que não vou deixar suas palavras me atormentarem. Prometo que vou correr atrás dessa mulher e ela vai ter que me explicar direitinho que praga jogou em mim!

— Ei?! — ouço um estalo de dedo e encaro a pessoa. — Bati na porta três vezes. Achei que tinha morrido.

— Desculpa, Vicky.

— Está tudo bem? Tem certeza que vai trabalhar desse jeito? Não é a primeira vez desde aquela segunda-feira. — senta na cadeira a minha frente, colocando seu iPad sobre a mesma e cruza os braços. — Certo, não sei o nome dela. Tenho certeza que não saber essa informação te atormenta. Tudo que pude coletar em nossa conversar é que trabalha em uma empresa que ajuda pessoas com algumas dificuldades. Não entendi muito bem, mas como podemos perceber, esse atendimento é via telefônica. Posso estar enganada? Posso. Mas é uma hipótese e não pode ser descartada.

— Você não chegou a ver o dono da empresa que ela estava esperando na saída?

— Não. Sei que depois da sua grosseira com o funcionário, ela se juntou a um grupo de adolescentes. Notei que uma delas estava chorando.

Rapidamente me recordei do momento em que, sem querer, derramou o refrigerante sobre minha roupa. A mesma estava gesticulando com uma jovem que chorava, mas não consegui prestar muita atenção, porque logo se desculpou e me levou para o banheiro.

— Podemos entrar no YouTube e pesquisar o canal da feira. Tenho certeza que iremos encontrar alguma coisa. — sugeriu.

— Vicky, tenho que fazer uma ligação. Peço que faça isso por mim e depois você volta. — pedi e ela assentiu, se retirando. A verdade é que eu já estava prestes a me entregar a crise.

Disquei "1588".

Linha de ajuda, em que posso ser útil?

Relaxei os ombros ao ouvir sua voz. Algo de errado não está certo.

— Anjo?

Olá, sweetheart. Quanto tempo! Como estás? — pergunta animada.

— Melhor agora. Acho que... Não devo ficar tanto tempo sem te ligar. — confessei.

188 - A DONA DA VOZOnde histórias criam vida. Descubra agora