Não importa seu status social, financeiro e muito menos seu rostinho bonito, na sociedade atual tudo se baseia no resultado de seu exame. Anthony Edward Stark vinha de uma classe de alfas genuínos, não foi nenhuma surpresa quando descobriram, os hol...
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Infantil era um traço comum quase como a marca registrada de Stark e a expressão de seu rosto só confirmava aquilo. Tony fuzilava o Strange sentado do outro lado do refeitório, a destra sufocava o copo de plástico que continha a vitamina de menta fazendo com que diversos buraquinhos expelisse o líquido pra todos os lados, sujando a mesa de mármore. Seus amigos pareceram não perceber isso até que o líquido se espalhasse, logo murmurando alguns palavrões indignados com a lerdeza do alfa. Natasha suspirou e com um olhar fez com que todos da mesa calassem a boca, apesar de ser beta faziam todos dali estremecer.
- O que aconteceu, Tony? - Questionou a Romanoff, com a voz calma que tranquilizou-o um pouco. - Deixe me adivinhar, está inseguro com a chegada do Stephen por causa do Peter?
- Como você.. - Tony sequer terminou a frase já que um olhar foi suficiente para lhe responder, abriu um pequeno sorrisinho para a amiga ruiva. - É, sabe, ele parece ser uma ameaça..
- Mas ele não é. Por que não o convida para sair, tomar um ar ou apenas para caminhar? - Natasha sugeriu, vendo o Stark erguer uma das sobrancelhas e estalar a língua. - Dê uma chance, ele acabou de chegar na universidade.
- Certo, certo.. Eu vou chamar ele pra tomar um ar, então. - Tony disse a contragosto, sabia que a ruiva tinha razão como sempre.
O restante dos amigos pareceram não perceber o assunto e voltaram a tagarelar novamente, Romanoff encarou-o andar até a mesa em que Strange se encontrava e o encarar com certa hesitação. O rapaz esperou que este notasse sua presença para que pudesse enfim deixar um suspiro escapar de seus lábios antes de se sentar no banco, a seu lado. Stephen o encarou, com o cotovelo apoiado na mesa e a cabeça na mão junto a um sorriso contido nos lábios esperando a palavra do outro. Ele sabia que o ego deste se despedaçara por conta disso e esse era um dos motivos para o sorriso não despencar. Stark parecia ter uma briga inteira consigo mesmo, parte de si dizia que aquilo não era um bicho de sete cabeças e a outra lhe dizia para socar lo e ir embora após um carinhoso foda-se.
- Eu.. - Sua voz fraquejou pela primeira vez diante de outro alfa que não fosse seu pai. Tomou o ar novamente em seus pulmões em uma expectativa que aquilo lhe trouxesse junto a coragem. - Olha, acho que começamos mal. Eu sou Anthony Edward Stark.
Stephen queria rir, o esforço que ele fazia era cômico mas se conteve. O ambiente se tornara mais suave devido ao vento que entrou em harmonia com as folhas das árvores, trazendo-as pelo ar e fazendo alguma das garotas reclamarem que seus cabelos grudaram no batom. O silêncio era agradável e quase era possível escutar as batidas do coração de Stark junto a respiração de ambos, a impaciência já dominava suas mãos que pousaram sobre os joelhos.
- Sou Stephen Vincent Strange. Posso dizer que estou meio admirado por você estar aqui ainda por cima me propondo algo assim, mas é agradável. - Este riu quando notou o alfa menor suspirar e rolar os olhos.- Podíamos sair para tomar algo. Temos uma hora e meia até a próxima aula.
- Hm.. Conheço uma cafeteria boa aqui por perto, vamos tomar um chocolate quente por sua conta. - Tony se levantou sendo acompanhado.
- Dessa vez eu pago, na próxima é você. - Stephen arrumou os fios de cabelo com a mão esquerda e se pôs a seguir o outro.
De longe, o jovem Peter encarou-os afastar da universidade enquanto sentia o pesar em seu interior. Ned colocou a mão sobre seu ombro, como um lembrete e o Parker suspirou em seguida, seguindo o amigo com desconfiança. Através da marca em seu ombro podia sentir as emoções do parceiro, que sentia felicidade e nervosismo. Aquilo lhe deixou pensando no possível triângulo amoroso que se formou involuntariamente.
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- Como assim você nunca foi a uma festa? - Tony surtou com aquilo. Stark cresceu em um ambiente social e festivo, então não conseguia imaginar a vida sem os holofotes.
Stephen era muito diferente de Tony, em todos os sentidos. Ele gostava de estar em casa lendo um bom livro, assistindo uma série criminal usando a roupa mais surrada que tinha em seu guarda-roupa. Tony preferia festas e farra, sair com seus amigos a uma boate chique ou no show de alguma banda com um veículo diferente a cada vez e trajando a roupa mais cara que as lojas pudessem oferecer.
Stephen tinha seus motivos. Encarou seu reflexo no líquido negro e conseguia ver claramente cada uma de suas falhas, sentia o vazio existencial bem diante de seus olhos. Isso não passou despercebido pelos olhos analisativos do outro.
- Stephen, você quer passar o final de semana na minha casa? - Stark sugeriu decidido. Seus pais provavelmente iriam estranhar que não fosse Peter mas não importava no momento.
- Seria incrível.. mas terei que recusar a oferta. - Stephen diz desviando o olhar para o outro, pela primeira vez após vários minutos de filosofia da xícara.
- O quê? Por quê? - Tony ficou indignado com toda aquela situação. Qualquer um ficaria lisonjeado com o pedido.
- Porque.. Eu não posso sair de casa. - Aquilo soou ridículo a seus ouvidos, tanto que a garçonete que passara por ali não conteve uma risada que lhe deixou ainda mais constrangido.
Tony encarou a garçonete com leve ignorância, deixando-a tímida e acanhada, revirou os olhos. Não dava nem para acreditar que há minutos antes Stark queria lhe socar e agora queria socar quem machucasse-o. Vincent não se gabava por ser alfa, ele apenas ignorava tal classe apesar de ser admirado constantemente por isso.
- Então eu vou. Sexta, amanhã no caso, eu vou pra sua casa depois da aula e vamos nos divertir, - Tony sorriu simpático, algo que era raro vindo dele. - do seu jeito.
"merda!" pensou Stephen com um sorriso em direção ao novo amigo, "se ele for na minha casa vai saber sobre Morgan." Se via em um beco sem saída, não conseguiria esconder a garota e seu passado iria ser revirado novamente e não importava o que fizesse agora, pois não sabia o que fazer.
