Capítulo 3

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O Armstrong ainda não deu as caras.

Já passa das quatro da tarde e ele realmente não apareceu depois que cheguei do meu desabitual almoço. É preocupante e, mais ainda, o que se passou comigo.

Mas sobre o segundo caso eu não tenho mesmo qualquer vontade de entender, porque minha irmã já tinha me dito que Richard Armstrong tinha pedido meu número ao meu chefe.

O que não faz qualquer sentido lógico se levar em conta que falamos por uns dez minutos quando aquele senhor passou mal e desmaiou aqui nessa sala de recepção. Richard passou algum tempo me explicando como se sabe que a pessoa tem pulso e não devemos ser antecipados em chamar a polícia, como eu fiz, e sim uma ambulância.

Fora isso, não teve nada. Ele saiu daqui depois que os paramédicos levaram o senhor desmaiado. Foi comum e foi normal.

Eu suspiro, excluindo do computador a agenda de hoje do Armstrong, então logo ouço risadas, que me fazem levantar a cabeça e observar quando Thomas chega, desligando o celular que tira do ouvido.

Eu reviro os olhos antecipadamente.

— Thatizinha bonita! — ele se aproxima, sentando na borda da mesa e inclinando a cabeça para o monitor, tentando ver o que estou fazendo. — Pensei que estava vendo pornô. Pareceu acuada.

— Eu prefiro ver em casa — eu o olho, arrancando uma risadinha sua. — O que foi dessa vez?

— Tô procurando o meu irmão. Ele está aí?

— Não sei exatamente. Eu cheguei e não o vi mais — gesticulo a porta. — Você devia ver se ele está bem.

— Seu desejo é uma ordem, minha lady — ele se levanta de imediato, caminhando para a porta do escritório do irmão, mas ela se abre antes que ele tenha a oportunidade de bater.

Uma Emanuelle sorridente logo surge, não me deixando surpresa, mas ciente da minha expulsão.

— Grande Manu! — Thomas a cumprimenta com dois beijos na bochecha, o meu chefe surgindo logo atrás, ajeitando a gravata.

Eu olho para o lado, procurando alguma vasilha para vomitar.

Não é possível que eu tenha estado tão próxima de algo tão... Fala sério, é a minha irmã caçula!

— Oi, Thalita — ela está próxima à minha mesa em segundos.

Eu a olho, um pouco incrédula.

— Você estava aí esse tempo todo?

— Sim, vim entender algumas coisas sobre onde estou trabalhando. Daqui a pouco é hora de buscar as crianças na escola e não vou ter tempo.

Eu assinto com um leve balançar de cabeça, ainda me habituando sobre sua nova repentina vida de mãe.

— Entendi... e conseguiu? — dou todo meu esforço em mostrar normalidade, mas ainda não consigo totalmente.

— Consegui, o Jack é muito paciente — ela dá um sorrisinho, parecendo toda apaixonada, o que me faz sorrir também.

— Ah, então que bom.

— Olha, nós vamos para Cape May acertar as coisas do casamento esta semana. Você não quer ir com a gente?

— Não, obrigada — eu gesticulo discretamente. — O Jack vai viajar de novo?

— Tem certeza?

— Tenho.

Emanuelle suspira profundamente, parecendo não ter gostado da minha resposta.

Coração sob Amor #2 (NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora