Por ironia do destino

Capítulo 11

☆LISA COPPER☆

Descemos para o andar de baixo, eu continuava paranoica enquanto analisava atentamente cada pessoa ao meu redor, ninguém parecia suspeito, apenas pessoas dançando e bebendo.

O Thomas estava ao meu lado parado enquanto me observava.

-Lisa, tá tudo bem?

-Tá sim, só me dá um minuto.

Saí do lado dele e fui para a cozinha, e virei todos os copos de drink que vi pela frente sem me importar com o que tinha dentro, depois de alguns minutos apenas sentei ao lado do armário, respirei fundo e desabei, será que eu estou ficando louca!?

Levantei meio tremula depois de perder a noção do tempo, enquanto via as coisas meio confusas, e ouvi uma voz de fundo.

-Lisa te procurei por toda a casa...

Era a Lídia, ignorei a voz dela e apenas saí dali.

Andei em direção a porta de saída, a abri e esbarrei em alguém.   

-Da licença, eu preciso sair daqui!- Disse ainda zonza.

-Ei aonde você vai? você tá bem?- Disse o Thomas enquanto me olhava.

-Eu não sei, eu só quero ir para longe daqui.

-Lisa, você bebeu? não posso te deixar sair por ai assim...cade suas amigas?

-Thomas por favor, me tira daqui.-Falei berrando por conta da música alta.

Ele apenas me olhou e começamos a andar... já haviam passado alguns quarteirões as ruas estavam vazias, e o silencio dominava o lugar.

Sentamos em uma banco de madeira ao lado de uma árvore, e depois de alguns segundos ele quebrou o silencio.

-Quer conversar?

-Não é da sua conta.

-Tudo bem, então acho que vou indo, quer que eu te deixe na sua casa?

-Não, não vai por favor.

Respirei fundo, e comecei a falar já um pouco mais consciente.

-Cara, eu to em uma rua totalmente deserta, com um estranho totalmente gato, eu nem te conheço, mas mesmo assim me sinto mais confortável do que com as minhas amigas ou família.

Ele não disse nada, apenas me encarou, então eu continuei.

-Eu acho que estou ficando completamente louca! eu não sei mais o que fazer.-Encostei no ombro dele enquanto lagrimas escorriam pelos meus olhos.

-Eu não te acho louca, por mais que você esteja literalmente chorando no ombro de alguém que você nem conhece.

-Ah me desculpa, acho que eu bebi demais...isso é loucura.

-Realmente mas qual é a graça do normal?-ele falou e conseguiu tirar um leve sorriso de mim.

-Thomas, depois de hoje você nunca mais nem vai falar comigo, não é?

-Isso seria impossível, a gente tem um trabalho sábado lembra?

-Tinha até esquecido...

O silencio tomou conta de tudo novamente.

-O que te faz pensar que é louca?

-Minhas amigas me acham louca, minha família. Eu sempre fui sozinha, sempre tive que ser a 'garotinha perfeita', e sempre tive que engolir o choro, meus pais estranhamente voltaram de uma viajem alguns dias atrás, e estão escondendo alguma coisa de mim.

-Fala com eles...

-Não é tão simples.

-Porque não?

-Eu não sei...Só não consigo.

-Lisa, eu perdi meus pais a alguns anos, e moro com minha tia, eu tinha tantas coisas as quais tinha medo de perguntar e no fim...agora eu nunca mais vou poder perguntar.

-Eu sinto muito, tem razão acho que vou falar com eles.

Sentimos leves pingos de chuva.

-Acho melhor a gente ir embora.-Thomas.

-Não, eu não quero ir para minha casa, minhas amigas devem estar lá, não quero ter que explicar tudo.

-Eu não moro muito longe, se quiser ir  para minha casa.-Thomas

-Pode ser.