Zói Xei D'água

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Mais um dia cercado de crianças quase idosas andando nos corredores desse colégio.

Hoje, no entanto, todos estão ainda mais cansados.

Suas noites de sono foram mais curtas do que o normal.

Hoje é dia de prova. Fórmulas, regras, leis e muitos outros pedaços de conhecimento que não cabem no baú de memórias de uma criança.

Suas idades variam, claro. Na sala em que me encontro, por exemplo, os alunos têm uns 16 a 17 anos. Estão quase na belíssima e coerente idade de escolherem o rumo do resto de suas vidas.

O tenebroso sino finalmente bate. 7 da manhã. Entre olhares e desesperos, o carnaval começa e... pasmem! A prova é de literatura.

Já no começo do teste, um aluno tenta ao máximo esconder suas lágrimas. Talvez seja o medo de uma possível nota ruim. Talvez seja a pura pressão de uma prova, mesmo.

A professora se aproxima do jovem e oferece ajuda. Ela diz que suas notas não definem quem ele é e quem ele será. Diz também que nenhum professor jamais teve a intenção de causar tamanho e escandaloso choro.

O rapaz, após ouvir os conselhos, apenas abre um sorriso e diz "Desculpa, professora. Não queria ter me emocionado assim e chorado em cima da minha prova, mas Drummond é foda!"



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