Encruzilhadas da noite

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Por Malu Souza

Quando eu era criança meus pais sempre me  levavam para passar férias em hotéis Fazenda,eu amava,desde os passeios a cavalo,às comidas exóticas como tripas e língua.

Mais tudo isso mudou depois das férias em um certo lugar...

A fazenda era simples,porém muito bonita,as casas eram grandes feito castelos e as janelas,desde o começo as janelas tomaram minha atenção,eram de madeira maciça e tinham um toque rustico (místico) encantador(assustador).

Meu primeiro dia lá foi maravilhoso,eu amei cada detalhe e segundo daquele dia.Até que chegou a noite,meus pais queriam privacidade e eu fiquei em sozinho em um quarto,era a primeira vez que eu dormia sem meus pais,confesso que como qualquer criança normal eu estava muito nervoso,mas esse nervosismo logo se transformou em um autêntico pavor...

Nas primeiras horas da madrugada juro que ouvi monstros debaixo da minha cama...

No meio da madrugada escura,eu tive certeza.

Quando eu estava para pegar no sono,ouvi murmúrios,achei que fosse lá fora,me levantei e fui até a janela,foi então que eu me dei conta de que os sons vinham do espelho da penteadeira.Corri para de baixo dos cobertores e freneticamente comecei a rezar o pai nosso e a ave maria,que se confundiam a cada tremor do meu corpo.O que eram murmúrios se transformaram em sussurros melancólicos,os sussurros se converteram em vozes agudas,e essas em questão de segundos viraram gritos estridentes.

Esses barulhos apavorantes tomaram minha mente e tudo girou .Só fui retirado desse transe quando o crucifixo que ficava acima da cama caiu no meu colo.

Tudo ficou calmo ,os gritos pararam e as vozes que ecoavam na minha cabeça sumiram.

Quando tudo parecia estar voltando ao normal,senti o cheiro de fumaça,quando olhei pra minhas cobertas,o crucifixo ardia em chamas...

Mais uma vez minha mente ficou girando e só uma voz resoava e colidia com meus pensamentos...essas voz me dizia:PULE A JANELA!

E sem saber o que estava fazendo pulei,e fui CAINDO,CAINDO,CAINDO.

Acordei nesse hospital psiquiátrico,lugar onde chamo de lar há 22 anos.



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