Cada um sabe a alegria e dor que traz no coração. 🎶Ricardo
Olho a cadeira de rodas há alguns metros da cama, onde eu me encontrava deitado. E penso em chamar alguém, para que me ajudasse a me levantar. Mas decido que não! eu não encomodaria ninguém. Pois eu não precisava de olhares de pena e consternação para cima de mim. Eu odiava essa minha condição de aleijado e dependente na qual eu me encontrava.
Mas também eu não fazia nada para mudar isso. Mesmo eu sabendo que eu teria grandes chances de reverter meu quadro. Eu não queria. Eu não merecia levar uma vida normal, depois de ter sido o único culpado, de ter tirado a vida de dois inocentes.
E mesmo depois de três anos doía.. doía muito, lembrar de Dani e tudo que vivemos e ainda íamos viver. Um futuro interrompido por uma estupidez de minha parte, em agir sem a mínima cautela e cuidado. Eu devia protege - lós, não leva - lós a morte como eu fiz. tantos planos e sonhos que foram interrompidos no momento que Daniela se foi, levando consigo meu coração.
Passo minhas mãos por meu rosto, na esperança de espantar meus traumas e fantantasmas do passado. E olho ao meu redor, voltando miseravelmente para meu presente. Essa condição que eu estava, era uma espécie de castigo e punição que eu impus a mim mesmo, como um jeito de eu pagar pelo grande crime que eu havia cometido.
E essas malditas marcas em meu corpo, me lembravam todos os dias o quão culpado e assassino eu era.
minha consciência gritava e me condenenava diariamente. me lembrando que tudo que eu estava passando e vivendo era merecido e justo.Respiro fundo e sinto o gosto salgado de lágrimas, que escorrem mesmo sem eu querer livremente por meu rosto. O luto já fazia parte de mim, do meu ser, de minha Alma. e mesmo quando todos ao meu redor, me encorajavam a esquecer e seguir em frente. eu me afudava ainda mais num poço de dor e amargas memórias.
Era como se eu estivesse afundando em alto mar e não fizesse nada para não emergir. Pelo contrário eu forçava ainda mais meu corpo para baixo. Afim que todo aquele suplício e agonia, acabassem de uma vez. eu queria não só perder a luta, mas também a guerra.
Me sento na cama sem muita dificuldade. E logo em seguida, consigo por minhas pernas mortas, com ajuda de minhas mãos no chão.
Sinto os músculos de minha perna completamente dormentes. resultado das fortes drogas em forma de medicação, que eu tomava. Pois, eu sentia muitas dores, que me imposibilitavam de caminhar normalmente como antes. Tento firmar meus pés no chão, e faço um grande esforço, na tentativa de movimenta - lós.
Olho novamente a cadeira de rodas a alguns metros de mim, afim de tomar coragem e estico meus braços, na tentativa de alcança - lá.
— Merda! — Chingo com raiva fechando meus olhos. voltando a respirar longamente. ao, não ter sucesso em minha tentativa. Logo depois tento dar alguns passos até a cadeira e falho miserávelmente, caindo com tudo com meu rosto no chão. Grito, ao sentir uma intensa dor em minhas perdas, em consequência da maldita queda.
— Senhor ! - Diz Dona Celina entrando em meu quarto, com passos rapidos possivelmente assustada com meus gritos de dor. olhando completamente apavorada, a cena que vê a sua frente.
Continuo no chão gemendo de dor, raiva e vergonha, por está demostrando mais uma vez fraqueza perante as pessoas.
— Vou te ajudar menino! - Diz a senhora com um olhar de pena e desespero sobre mim. Tentando sem sucesso me ajudar a firmar meu corpo, para que eu podesse assim me levantar.
— Vou chamar sua mãe. - Diz ela depois de falhar em sua tentativa. Pois, eu era demasiadamente grande e pesado de mais para ela sozinha. Ela então se vai me deixando ali naquele chão, ainda gemendo com fortes dores.
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Duologia Irmãos Delano - Fragmentado Livro 1(Degustação, Disponível Na Amazon)
RomanceRicardo Delano 30 anos, um cara feliz e com grandes expectativas na vida. Herdeiro de um grande império, a rede de hotéis Delano. Responsável por gerenciar todo essa fortuna ao lado do pai e irmão mais velho. Seu maior desafio, aguentar as provocaçõ...