1 - de volta ao lar.

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Sirius nunca esteve tão agitada

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Sirius nunca esteve tão agitada.

Todas as comemorações que já foram registradas aqui, foram celebradas com uma pequena festa na escola ou um encontro na casa de familiares. Mas hoje não. Não quando a festa é sobre o falecimento do homem mais importante da cidade. Do homem mais odiado da cidade.

Jonas Hawley está morto. O prefeito. Disseram que foi ataque cardíaco. As notícias correram rápido como animais atrás de abrigo, como tudo que acontece em Sirius. Todos agem como se o mundo tivesse acabado, como se não estivessem felizes por isso ter acontecido. São doentes, todos eles. Odiavam-o, até onde eu sei, por ter dinheiro. Por ter poder. Porque eles não aguentam ver alguém melhor do que eles próprios.

Entro na igreja, onde está acontecendo o velório. Olho para sua vidraçaria, montada por vermelho e azul, se distribuindo conforme os vidros vão mudando de formato. A igreja em si é branca. Por incrível que pareça (ou não), está lotada. Conforme vou andando, meu casaco preto pesa nos meus ombros. Não sei se é ele ou o olhar das pessoas sobre mim. Por um momento, quero gritar para que parem de me olhar. Não aguento ver seus olhos cortantes por tanto tempo, mas imagino que eles também não sejam muito gratos de me ver por aqui.

- Não achei que você fosse demorar tanto. - Lily, minha única e melhor amiga nesse lugar, se aproxima de mim e me abraça.

- Eu sei. Peguei trânsito em boa parte do trajeto para cá, mas demorei de propósito. Não estava nos meus planejamentos chegar em Sirius e encontrar a cidade inteira em um velório. - ela sorriu. Senti muitas saudades dela.

Lily foi a única que esteve comigo quando tudo aconteceu. Três anos depois de ter ido embora de Sirius, e agora, minutos depois de voltar. 

Ido embora. Estar de volta.

É difícil de processar, apesar de estar considerando essa ideia por meses antes de fazê-la acontecer. Quando saí de Sirius, com 15 anos, planejei nunca mais voltar. Morei com minha tia Elisabeth em uma cidade no estado de Indiana nesse tempo, e foram anos essenciais para mim. Não suportaria todos me olhando com pena a cada passo dado nessa cidade. Meu pai, diferente de mim, construiu uma nova família aqui. Cada um reage à traumas de formas diferentes, eu dizia a mim mesma três anos atrás.

Cada um reage à traumas de formas diferentes, digo a mim mesma agora.

Já falou com o seu pai? - Lily me tira dos devaneios.

- Não, ainda não. Estou evitando o máximo pensar nisso. Vai ser estranho ver o rosto dele depois de três anos. Estou muito nervosa. - minhas palavras saem mais como suspiros. Estou pronta. Estou pronta.

- Você pode ficar lá em casa até criar coragem, sabe disso, né?

- Sim, Lily. Mas eu consigo. Preciso conseguir. Passei muito tempo me escondendo, mas agora sei o que devo fazer.

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