Part. II

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Indicando ser da burguesia, Isabela, à procura de alguma experiência inesquecível em suas viagens pelo mundo, se deparou com uma cafeteria meio lotada; Talvez fosse obra da nevasca. Ela entrou no local, deixando o sininho acima da porta dedurar a sua chegada, retirando sua touca de crochê, sentando-se em uma das mesas mais para o lado do balcão. Ela levantou seu indicador e pediu apenas um achocolatado quente com bolinhos com gostas de chocolate. Ela deixou o ar quente de sua boca envolver seus dedos, aquecendo-se pelo clima, vendo o pedido chegar, agradecendo e levando a caneca aos lábios.

- I: Ah, será que eles estão se dando bem? Quero dizer, eu não me preocupo, porém, eles sempre brigam quando não estou.

Preocupada, levou e degustou o líquido meio cremoso, parecendo olhar para o televisor central.

À poucos metros do estabelecimento, o jovem quase se contorcia de frio, vendo que seu corpo parcialmente era coberto pelo toque gelado da neve, talvez ele precisasse de mais casacos. Ele entrou um pouco rápido, deixando a neve na parte exterior do local, vendo que uma parte do público o olhava. Ele deixou transparecer o rubor de suas bochechas, mas sendo sincero, ele não ligava muito. Ele puxou uma mesa, vendo estar vazia, mas logo alguns caminhoneiros o empurram dela.

- " Opa, opa. O que temos aqui, rapazes? Olha, estamos cansados, acho melhor você procurar outra mesa, Bonequinho. "

- Uh? Vocês mal estavam aqui, não podem sair pegando a mesa dos outros.

- " E quem vai me impedir? Essa bichinha? "

Em um tom mais furioso, o caminhoneiro empurrou o jovem contra o balcão, fazendo sua boina cair sobre alguns papeis. O segurou pela gola, o fazendo tentar se livrar. Mas quem estava perto deles era a garota de antes, vendo a situação, procurou que alguém separasse a briga irracional. Assim sendo feito, o jovem tossiu um pouco, vendo que não havia mais nenhuma mesa, procurou ir embora. Ajeitou suas vestes junto de sua boina, porém, quase como instantaneamente, a garota de bom coração, puxou o jovem pela manga, oferecendo uma cadeira que havia sobrado em sua mesa. Assentou-se, agradecendo um pouco envergonhado, fez seu pedido, não querendo invadir o espaço dela.

- I: Ei. Não precisa se estressar. Que tal sentar comigo? Sério, não tem problema, eu acho que sei como é essa situação.

- O... Obrigado! Me sinto mal em te atrapalhar.

- I: Ah, tudo bem. Uma companhia sempre faz bem.

Um Inverno Quente Onde histórias criam vida. Descubra agora