Capítulo 1
Sabe o que é pior do que correr em um lugar repleto de pessoas?
É correr atrás de um menino de um ano e poucos meses, em um lugar repleto de pessoas.
_Mateo!! _o chamei quando o menino simples passou por duas senhoras e soltou um grito alto feliz por cada passo ligeiro que é conquistado.
Foi estupidez coloca-lo no chão assim que chegamos no saguão do aeroporto, para que arrumasse as malas no carinho, mas o que poderia esperar de uma criança que ficou mais de dez hora dentro de um avião sem fazer muito coisa.
O menino apenas estava ganhando o mundo.
Quando finalmente conseguir alcançar a sua mão ele olhou para mim e gargalhou tentando me puxar para ir junto na sua aventura, mas apenas o peguei no colo.
_Sem explorar o mundo hoje Mateo. _ele aborrecido, gritou como sempre fazia quando estava bravo ou era contrariado.
Ele havia herdado o gênio da mãe.
Um gênio do cão...mas que dava pra encarar.
Sempre tinha um jeitinho.
Voltando para o meu carrinho com as malas, o coloquei sentado em cima de algumas e esperei que ele parasse de gritar, chorar e se contorcer para que fosse para o chão.
_Só mais um tempinho, e você vai andar por todo o lado que quiser campeão. _Tentei convencer, mas ele apenas aumentou o choro e se agarrou na minha camisa.
Levantei o olhar para a atenção que o menino tinha acabado de atrair das pessoas que passavam ao nosso redor, percebendo que me pai se aproximava peguei Mateo, no colo.
_Ele não o obedece muito. _comentou ao se aproximar olhando para o neto gritava.
_Ele é um pouco nervoso. _expliquei pegando a mão de Mateo que ia puxar o meu cabelo e apenas lhe dei um olhar para que entendesse, que o melhor parar, o que não aconteceu e o grito aumentou. _Mas tenho tudo em controle.
_Estou vendo. _ele olhou o menino mais uma vez.
_Tome Mateo. _tirei o pirulto que estava no meu bolso e o entreguei fazendo com que os gritos parasse. _Eu disse, tudo sobre controle.
_Vamos logo, demoro quase oito anos para voltar para casa e quando volta me tira da empresa e me faz perder tempo nesse trânsito.
Respirei fundo, tirei a embalagem do pirulto de Mateo, e o entreguei novamente, sem olhar para o meu pai.
_Só vim, por que ela pediu. _avisei guiando o carinho, prestando atenção no menino que já se distraia com o doce. _Se não fosse por ela, não estaria aqui, e você sabe disso.
_Maísa, sempre foi uma pessoa sensata, mas se deixou levar pelo papo daquele miserável. Ele foi o culpado pela morte dela.
_Não precisamos falar sobre ela, não agora. _disse entregando Mateo, para o motorista o colocasse na cadeirinha, e ajudei o meu pai com as malas.
_Ficará com o menino? _parei com a mala em minhas mãos, ao ouvir sua pergunta. _Sabe que ele não é a sua responsabilidade, não depois da morte dela.
_Como não? Sou o tio dele, e você...
_Não temos qualquer prova que ele realmente é filho de Maísa, ela sumiu depois de anos, e voltou dizendo que o menino era dela. Sabe o histórico da sua irmã, ela pode ter pegado o menino em qualquer lugar.
Sabia bem a história dela, muito mais do que ele poderia imaginar. Fui eu que a ajudei quanto ele a expulsou de casa, após ela aparecer drogada, eu a acolhi e ajudei como pude.
Sabia que ela tinha seus vícios e suas dificuldades para largar o antigo namorado. Mas também sabia que Mateo era dela, pois quando ela apareceu na minha casa pedindo por ajuda, pelo filho que ela estava esperando eu a ajudei, mesmo sem meu pai saber.
Ela estava com mais de quatro meses quando apareceu, estava fraca e a Mateo quase não sobreviveu naquela época, mas depois de dar a luz ao menino, ela buscou por grupo de apoio e começou a mudar, conseguiu um emprego de recepcionista e realmente era uma nova pessoa, até que John, o antigo namorado votou e de algumas maneira a levou para o mundo das drogas novamente, a acidente de moto ocorreu três dias depois dela ter sumido do trabalho, da minha casa, deixando o filho para trás.
Maísa morreu me pedindo perdão pela sua fraqueza, mas me fez prometer que o filho não conheceria o mesmo mundo que ela conheceu, me fez dizer que voltaríamos para o Rio de Janeiro e que o cuidaria de Mateo, como um filho.
Sempre cumpria promessas, apesar de nós dois temos saído do país pelo mesmo motivo. Nosso pai, achei que deveria cumprir a minha promessa.
Mesmo me arrependendo nesse instante.
_Mateo é filho de Maísa, você saberia, se não tivesse abandonado ela quando...
_Esqueça Gabriel, se quer ficar com o menino, faça bom aproveito. _ ele pegou a mala que tinha nas mãos e a colocou no carro, fechando com força o porta malas. _Mas ele não será meu neto.
_Ele não precisa de você. _disse ao perceber que ele ia para o carro que estava um pouco mais a frente.
_E como vai cuidar do menino saindo para trabalhar pelo mundo, voltando para casa uma vez pelo mês? Ele será um peso para todos nós e perceberá com o tempo. _dito isso ele entrou no seu carro e foi embora.
Vim para o Brasil foi um erro.
Não deveria ter prometido algo que não gostaria de cumprir, mas Maísa sempre foi o meu calcanhar de Aquiles, e agora Mateo tomou o posto.
Apesar de odiar saber que meu pai tem razão, conseguiria um jeito de cuidar do meu sobrinho sem a sua ajuda, mas eu não desistiria daquele menino.
E entrando no carro, recebi uns dos seus gritos alto de felicidade ao olhar para a pequena televisão do carro, que passava uns dos desenhos que ele era costumado de assistir.
Aquilo menino era tudo que tinha agora.
EM BREVE... O livro terá início após o término do livro D'Artagnan.
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NATÁLIA #5 (EM BREVE)
RomanceNatalia Fernandes, mesmo sendo vista como uma modelo nas horas vagas, a profissão que sempre lhe agradou foi como acompanhante de luxo. Agora com seus trinta anos e uma filha para cuidar ela finalmente conseguiu deixar a vida nas frentes da câmera d...