Na tarde de um Domingo azul.

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Minha família e eu chegávamos à praia de Boa Viagem em Salvador, Bahia, para um Domingo animado e diferente. Afinal, não é sempre que papai folga aos Domingos e mamãe se vê desocupada.

Eu carregava a minha bolsa e os guarda-sóis. Ainda eram nove horas da manhã, mas o Sol já era de matar. Esse é o verão da Bahia. Eu finalmente estava de férias da UFBA, a qual cursava Direito. É um curso pesado e eu estou sempre com a cabeça ocupada com ele. Mas hoje eu vou iniciar o meu verão da melhor forma.

— Hyunjin, não se esquece de pegar a tanga — gritou mamãe da barraca.

Assenti e corri até o carro, pegando as tangas e as toalhas e levando até o guarda-sol onde papai e meus dois irmãos estavam. Ajeitei na areia a tanga para que meus irmãos pudessem brincar, mas eles só ignoraram e foram para a areia.

— Você não quer entrar no mar? — perguntou papai.

— Agora não. Deixa o Sol esquentar mais — respondi.

— Quando o Sol tiver esquentado mais, a praia vai estar lotada — soprou um riso.

— Então quando os meninos quiserem entrar, eu vou — respondi risonha.

Abri a bolsa de praia e retirei de lá um protetor solar. Comecei a espalhá-lo por todo o meu corpo, já me preparando antecipadamente caso os meus irmãos quisessem ir para o mar.

Tempos depois, outra família chegara no local com uma filha que aparentava ter mais ou menos a minha idade, em torno de seus vinte e um anos. Observei a garota discretamente por debaixo do meu chapéu e desviei o olhar quando eles se instalaram perto de nós.

Mamãe voltou da barraca com alguns salgadinhos e refrigerantes gelados, me oferecendo uma latinha de Soda. Meus irmãos vieram correndo como lobos que avistam a presa, começando a atacar os Cheetos de requeijão.

Depois de Thomás lamber o último dedo sujo com salgadinho, um sorriso enorme se fez no rostinho do garoto de oito anos.

— Vamos para o mar, Hyu! — chamou o pequeno, me puxando pela mão em uma força que não conseguia me levantar da cadeira em que eu estava sentada.

— Só se o Thi quiser ir também — olhei para Thiago, que terminava agora o salgadinho.

O garotinho não pensou duas vezes antes de correr em direção ao mar, me obrigando a seguí-lo na mesma velocidade.

O primeiro toque ao mar foi gelado para todos. A diferença foi a intensidade da animação dos garotos, o que fazia eles nem se importarem com aquela água fria.

— Meninos, fiquem no raso — disse para os garotos que brincavam de salpicar aguá um no outro.

Procurei me sentar na beirinha, onde as ondas iam e vinham, me deixando aproveitar da leveza daquela parte do mar. Vez ou outra jogava água nos meus irmãos para não ficar entediada e ria com a queda que as pequenas ondas davam neles.

— São os seus irmãos? Eles são muito fofos — escutei uma voz feminina suave e com sotaque francês soar ao meu lado. Virei o meu rosto e me deparei com a filha da família que havia chegado depois de nós me dando um enorme sorriso. Talvez aquela fosse a moça mais bonita de toda a cidade. Seus olhos azuis que me fitavam de maneira tão gentil desestabilizaram todas as minhas estruturas existentes.

— São sim. Thiago e Thomas — ofereci um sorriso para a garota.

O meu coração batia rápido e eu não sabia se era pela aparição repentina da garota ou se era porque ela era tão bonita que roubava a beleza da praia todinha só pra ela.

La belle De Jour. ─ 2.jinOnde histórias criam vida. Descubra agora