Um Filho Rebelde

1.6K 84 83
                                    


Hyoga saiu com passos fundos, queria estar em qualquer lugar, menos naquela casa, naqueles corredores e naquele Santuário. Seu olhar estava pesado e sua cabeça doía, tudo que pensava era em sair de perto de seu Mestre por alguns momentos.
Na arena, no caminho da saída do santuário, encontrou Ikki enquanto tentava esfriar a cabeça.

O patinho não está em casa babando ovo no mestrinho, não?

Cala a boca.

Ih, ela está brava! - Ikki viu que Hyoga estava nervoso, provavelmente com o Mestre, já que na vida do cisne só existia Camus. Foi então que decidiu tentar ser amigo, afinal, precisava de companhia aquela noite – O que houve hein? - Disse sentando perto de Hyoga, primeiro apoiando as mãos devagar.

– Não quero falar sobre isso.

– Tudo bem. Quer sair? - Disse.

– Não posso.

Claro – Disse fazendo voz de deboche – O Mestrinho Camus ficaria bravinho.

– CALA ESSA BOCA. VAMOS!

– O que? - Ikki se surpreendeu, não acreditava que Hyoga desrespeitaria o toque de recolher.

– Você, o todo revoltadão, deve conhecer algum lugar pra sair por aqui, certo? O que fazem as pessoas para rir um pouco e se divertir longe dessa merda de lugar?

– Bom, primeiro precisamos de um carro. - Ikki se assustou, Hyoga estava
determinado, ele não podia deixar escapar aquela chance.

– Da onde quer que eu tire um?

Ikki continuou olhando para Hyoga, como se esse já soubesse a resposta. Hyoga tremeu ao pensar em pegar o carro de seu Mestre, mas decidiu fazer algo que o ferisse, assim como havia sido ferido.

Foi até a casa de aquário que estava vazia, pegou a chave, dinheiro na carteira de seu Mestre e saiu com Ikki dirigindo como um imbecil – e pior, um imbecil sem noção alguma de direção.

Ikki decidiu ir até um bar que frequentava, o preço era acessível para um aspirante a cavaleiro e ao mesmo tempo "muito bem" frequentado por prostitutas e gigolôs. Era difícil ele ir até o local e não sair acompanhado de um moço interessante ou uma prostituta bonita.

Ikki olhava pela janela com um meio sorriso no rosto, segurando no banco quase todo o tempo, Hyoga não fazia noção de como dirigir e o mau elemento já previa um acidente para aquela noite – o que de certa forma o animava.

Foi quando foi tirado de seus devaneios com uma colisão abrupta do carro que estavam em outro carro em que havia uma família, Ikki sorria enquanto o homem que conduzia o veículo descia nervoso e Hyoga se encolhia cada vez mais no banco de motorista.

Chegou a minha vez! - Disse Ikki feliz e com aquela pinta que ele sempre teve de bad boy. Ele desceu do carro e já foi encarando o outro motorista que gritava indignado pelos danos no carro e por medo do risco que sua família correu.

Me de-desculpe... Vou pagar por tudo... - Disse Hyoga.

– Onde está sua carteira de motorista? Você não tem idade para dirigir!

Foi quando o homem que bradava foi surpreendido por um soco no estômago por Ikki, o estrago estava feito.

A mulher, provavelmente esposa do agredido, começou a gritar como uma maluca implorando para que não houvesse briga.

Hyoga estava meio perplexo, não queria aquilo, mas entrou na briga e também acertou o homem e até gostou daquela sensação de ser mais forte que todos. Por mais que soubesse que estava errado por bater num civil, inflou o peito por finalmente usar seus poderes para algo.

Uma Família se FormaOnde histórias criam vida. Descubra agora