Um mundo novo numa visão antiga

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quem diria que eu veria o mundo por uma perspectiva tão pequena, o mundo ao meu redor parece até maior!, como ter uns metros a mais fazem a diferença, e essas flores! são lindas e quantas! até parece um campo, quando eu tava como dragão pensei que era uma espécie de grama branca, ah é desconfortável, mas é bom estar como um humano, a Thalia, cara ela até parece mais bonita assim de perto.

- e ai como é sair da caverna? - ela perguntou pra mim sem se virar

- estranhamente confortável, uma pena que tenho que tá assim - disse eu com desânimo.

- para de reclamar, até parece uma garotinha - disse Thalia de uma maneira alegre - até que essa aparência humana combina com você.

- verdade- disse eu enquanto nós passamos pra dentro de um bosque, quem poderia dizer que uma clareira poderia ter tantas coisas belas, um lago com cachoeira e um campo de flores belíssimas, é até que não é ruim essa nova vida, por mais que eu sinta falta da minha cama e do meu computador e dos meus pais e amigos, pelo menos eu tive uma segunda chance, por mais que eu quisesse ter voltado a onde eu tava antes, e depois minha mãe me perguntava por que eu não queria sair de casa, agora eu to preso num mundo medieval ... maravilhoso. Depois que saímos do bosque andamos pelo menos uma hora num silêncio horrível, por que será? eu pergunto? não, é capaz de eu piorar a situação, se bem que .... nah talvez não seja nada.

- ei Thalia, eu não ... - ela me interrompeu antes que eu falasse o resto da frase.

- não comece a se culpar, eu to tentando entra no meu modo donzela, aqui, então se acalma ai - eu dei uma leve risada e disse

- nunca pensei que esse tipo de coisa fosse necessário, você sempre me pareceu uma donzela - ela me olhou e disse com uma voz meio raivosa - sério?

-sempre -respondi meio rápido - mas pelo menos você não é do tipo que precisa de resgate.

- pelo menos isso -disse ela meio que divagando - se alguém perguntar você viu alguns bandidos tentando me agarrar, você apareceu e me ajudou. - disse ela, olhando para mim - e tente não parecer um babaca.

- essa parte é fácil - disse eu com um leve sorriso - mas quero vê quando pedirem como, já que eu não pareço do tipo forte, e estou sem uma espada ou algo do tipo.

-se não me engano você é tipo um mago, pelo menos é o que os livros dizem que dragões em forma humana podem fazer - disse ela bem confiante.

- um mago guerreiro então?

- é acho que serve - disse ela mais pra si mesma que para mim - só que é meio incomum, mas dá pro gasto - ela faz um sinal com a mão - me segue.

nós fomos andando até a entrada da vila e tinha uns homens com armaduras de aço ou algo do tipo e armados com lanças e escudos e com balestras nas costas de cada um eles, francamente quem precisa de guardas tão armados assim? a vila em si até que é bem bonitinha, ela seguia por uma estrada apenas parecia ter algumas ramificações mas sem dúvida, aquela era a estrada principal, quando nós nos aproximamos, os guardas olharam pra Thalia e logo depois me olharam com um olhar irritado, e levantaram as lanças na minha direção, só queria sabe o por que, e me parece que eles não tão afim de serem amigáveis, porém quando vi disse - tão com fome é ou essa cara feia é de nascença - droga, droga, droga eu fiz merda, bom vou me fazer de desentendido, será que seria melhor eu tomar a fren...

- se acalma eles são só uns guardas da minha vila - disse ela enquanto estendia o braço na minha frente, bem pensado, só não gostei do olhar levemente fulminante que ela mandou pra mim - se acalmem vocês também - nesse momento o olhar da Thalia tava pros dois guardinhas, ela também já tinha abaixado o braço - ele me ajudou quando uns bandidos resolveram me atacar, e ele se voluntariou para me escoltar até aqui - eu ainda fiquei numa posição que parecia que eu tava pronto pra sair na porrada, mas mais tranquila e menos agressiva, e a distância um homem na faixa dos trinta porém até meio elegante que usava roupas que pareciam as de um nobre o cabelo arrumado demais, tão arrumado que até me deixou meio desconfortável, francamente olhando melhor nunca vi alguém se vestir e se arrumar tão bem, e isso me fazia ter a sensação de que eu devia meter a mão na cara dele, talvez dava pra tentar ser um amigo dele, será que ele é o babaca que a Thalia tava falando?

- ola querida como foi seu passeio -disse o homem, e eu posso jurar que a Thalia deu uma leve encolhida, só não sei dizer se foi de nojo ou raiva - e quem é esse belo cavalheiro que a acompanha? - disse ele de maneira animada e amistosa, é, é ele ... a sensação que ele passa é de qualquer coisa menos a tranquilidade, e isso deve se um daqueles sentidos de dragão ou algo do tipo - qual seria seu nome nobre cavalheiro? - perguntou ele, provavelmente esperando que eu fizesse algum tipo de reverência ou algo do tipo.

- Lars - eu respondi sem nem ter mostrando uma mínima intenção de fazer uma reverência - e quem seria você? - perguntei, com o máximo de dúvida que eu consegui

- creio que tu não sejas desse reino não? - por que demônios esse filho de uma mãe promíscua começo a fala desse jeito?, na moral a vontade de zuar ele tá acima de oito mil, se eu não tivesse prometido não fazer merda, só acenei com a cabeça em resposta, porque se eu falar algo vai se insultante demais - pois bem plebeu, já que não sabes quem está à frente de ti - babaca - eu sou filho do duque Rosfal Sorolus Flot terceiro, sou Dolstat Sorolus Flot primeiro - legal o primeiro babaca da família a usar esse nome pelo jeito, eu dei alguns passos até ele e estendi a mão pra da um aperto de mão e disse- Larsthur D. Hold, prazer - ele até aperto a minha mão com uma cara quase imperceptível de nojo, e eu juro eu vi um leve sorrisinho de satisfação no rosto da Thalia, bem não é todo dia que eu posso irritar alguém como ele, afinal eu sou um dragão.

- se me permite poderia me dizer como conheceu minha esposa? - disse ele apontando discretamente para a Thalia, e ela veio de uma maneira bem lenta na direção dele, ele tentou um abraço porém ela deu um leve passo para o lado dele e ficou parada do lado dele, com uma cara de cansada.

- eu a salvei de alguns bandidos - eu disse da maneira mais preocupada que pude - você devia pensar na segurança dos seus protegidos.

- primeiro creio que isso não diz respeito a vossa senhoria, e segundo tu não pareces muito do tipo que sabes lutar- disse ele com um leve sarcasmo, qué sabe agora esse filho da puta vai se caga, não to nem ai.

- bem - eu levantei as minhas duas mãos até a altura do meu peito e fiz as chamas mais quentes e maiores que eu pude em volta do meu corpo e fiquei encarando ele, eu mantive as chamas por mais ou menos um minuto e as desfiz enquanto abaixava as minha mãos de volta a uma posição de repouso, e ele assim como os guardas de armadura estavam com uma leve tremedeira sem falar que todos estavam suados pacas um dos guardas tinha até tirado o capacete - tá explicado? - falei de maneira sarcástica

- mais do que explicado senhor Hold - diz ele de certa maneira impressionado - estou grato por tu teres salvo a mulher de minha vida - disse ele com um sorriso, e a Thalia parecia que tava usando uma máscara invisível e tava quase sem emoção, e francamente eu até entendo - e em agradecimento, por ter salvo minha esposa, gostaria de lhe oferecer minha casa para passar-te uma noite, o que me dizes? - que vontade de mandar esse cara para com isso, que pai amado tá começando a me irritar,e realmente agora que eu notei que tá quase noite... bem por que não, tenho um mau pressentimento desse cara, se a thalia ter problemas eu posso ajudar, então eu olhei na direção da Thalia e ela fez um leve aceno de cabeça, me parece que por ela tá de boa.

- bem, to viajando faz tempo então...- ele me interrompeu antes de eu sequer termina a minha frase, quanto mais eu fico perto dele menos paciência eu tenho, o sujeitinho chato.

- eu insisto, terás um lugar para banhar-te e uma boa cama para descansares teu corpo fatigado,e uma boa refeição, por favor me sentiria mal se não aceitares.

- se insiste, não vejo o porque de rejeitar a oferta. - eu disse tentando não mostrar muito da minha raiva.

- então me sigas, viajante - nossa como mudou o jeito que ele me trata de alguém dizendo plebeu tendo que se segurar pra não cuspir no chão pra um viajante, que diferença ... só vai se complicado não chama ele de babaca.

Beast-Tale: o Dragão e a feiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora