Eu te esqueci. Juro. Eu não sinto saudades suas, eu não voltaria para você e nunca hesitaria em dizer que eu não te amo mais, mas, o estranho, exaustivo e inconveniente fato é que você ainda está aqui, na ponta da minha caneta. Você ainda invade a minha mente e o que torna isso ainda mais inconveniente é que você vem, mas sentimento algum te acompanha. Eu não sinto saudade, tristeza ou quaisquer sentimentos do tipo, mas ainda é você quem me faz escrever, e eu preciso urgentemente que isso mude, porque, céus, a última coisa que eu quero é que você tenha tomado posse daquilo que, pela primeira vez, é unicamente meu. É injusto que você ainda invada meus pensamentos e me faça querer novamente mais vinte segundos do seu beijo. É injusto porque eu não te amo, nem sinto saudade, dos meus olhos não cai uma lágrima sequer por você, e eu não voltaria pra você nem que você implorasse de joelhos e acredito fielmente que meu coração não mudaria um batimento cardíaco ao te ver com outro alguém, mas, por alguma desavença ou por pura brincadeira do destino, você surge na minha mente às dez da noite, me fazendo escrever pela primeira vez depois de meses, desde a última vez que você surgiu na minha mente. É injusto. Injusto que você ainda seja a minha inspiração e que seja você quem ainda mantém acesa a chama que me faz manter viva essas palavras. É injusto que você ainda tenha controle sobre mim, e tenha tomado posse daquilo que me traz o fôlego da vida. É injusto, e eu preciso que você vá embora.
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Refúgio de um coração partido.
PoesiaUm coração partido que fez dos seus cacos, rascunhos.