A nona voz

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Eu sou Enun, nascido do vazio e mais antigos dos nove. Fui o responsável pelo desaparecimento de meus oito irmãos e agora busco seres que carregam a essência deles pelos poucos mundos criados com os fragmentos que deixaram para trás.

Sento-me no panteão acima do plano físico onde todos os dias tenho de receber olhares vazios dos tronos de meus irmãos, que rogam suas presenças. Encaro todos os dias seus lugares desocupados e assim como o grande salão que eles se encontram, me sinto vázio.

Registro em placas antigas toda a história de meus irmãos, acho que pode haver alguma pista sobre o paradeiro atual de suas essências, ou até mesmo se elas ainda estão por aí, penso em todos os momentos que errei ao criar as cascas para meus irmãos, mas o que foi criado pelos fragmentos que se soltaram é lindo demais, todo este universo e vida gerados pela simples inocência de uma comemoração terminada em tragédia.

Se ao menos eu não tivesse adormecido, poderia ter avisado eles. Porem, não posso perder tempo com lamentações, devo procurar em minhas anotações informações chave que podem ter sido deixadas por um passado. Enquanto isso, também ficarei atento ao descobrimento dos sucessores de meus irmãos.

Seus tronos irão se iluminar quando os sucessores forem escolhidos pelo que sobrou da essência dos oito e finalmente o panteão poderá estar completo de novo, quando os tronos forem herdados pelos digníssimos merecedores.

Martelo de SaturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora