Caverna em Creta

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Em The Gods of Greece, Arianna Stassinopoulos escreve: "O divino Zeus que, em sua glória, é o deus que aparece como luz e que traz luz e consciência para os humanos, torna-se, em sua escuridão, um inimigo da força vital, trancafiado em suas estruturas e leis, temendo a mudança e resistindo a ela, assim como diante de qualquer ameaça ao ‘status quo’". 

Após derrotar o pai Cronos e tomar-lhe o poder, Zeus e seus irmãos tiraram a sorte para repartir o mundo em reinados. Poseidon ganhou o mar; Hades ganhou o reino do mundo inferior e Zeus ganhou o céu. 

Senhor dos raios, tinha o trovão como símbolo e até hoje quando vamos contra alguma deliberação patriarcal podemos esperar que um raio caia sobre nossas cabeças. E quando precisamos de que o nosso solo, nossa criatividade e ação se abundem esperamos desse deus, que nos chegue com sua chuva fertilizando e renovando nossa psique, nossa terra, nosso corpo. 

Se houver alguém identificado com esse arquétipo numa casa, ou sala ou qualquer outra atividade de grupo, esse alguém tem a capacidade consciente ou inconsciente de mudar o clima emocional do lugar. Pode fazer do lugar um céu idílico ou um céu tenebroso. Por isso, é bastante aconselhável que faça uma terapia analítica, pois tendo consciência do instinto por detrás do arquétipo poderá tornar a vida melhor de muita gente, inclusive de si mesmo. 

Tornamo-nos feito Zeus quando queremos o poder até mesmo em detrimento dos outros. Num extremo, temos aí a doença da psicopatia ou sociopatia que, evidentemente, encontramos no mundo dos políticos; nos homens de grande poder econômico a subjugar o mundo ou na esfera particular, se impondo aos filhos e cônjuge; e, claramente, como lideres das organizações que impõe sua ideologia e sua vontade. 

Bem utilizado, no entanto, temos um bom líder capaz de atingir metas e objetivos sem imposições, com objetividade e vivaz inteligência porque o domínio dos céus representa o domínio da consciência que celebra o controle do irracional, raciocínio lógico e força de vontade, como também, a determinação. 

Dizem que Zeus é mais poderoso do que todos os demais deuses juntos. Então, sua capacidade, ou melhor, suas potências são múltiplas e ao estabelecer aquilo que deseja em meio a tantas facilidades criará foco, um sistema ou modelo em que sempre sairá vencedor. 

Zeus foi o último filho, o caçula de Cronos e Réia. Suas três irmãs e os dois irmãos antes dele, já haviam sido engolidos por Cronos. Para impedir que o mesmo acontecesse ao caçula, Réia embrulhou uma pedra num manto de bebê. Cronos engoliu a pedra pensando que fosse Zeus que, nesse momento, estava escondido numa caverna em Creta. Posteriormente, foi ele criado por uma ninfa ou por uma cabra conforme as versões que existem. 

Ao chegar a idade adulta, Zeus se casou com sua primeira esposa de nome Métis, divindade oceânica. 

Na mitologia grega, Métis significa "habilidades". Ela é deusa titânica, da saúde, da proteção, da astúcia, da prudência e das virtudes. 

Tinha o poder de se metamorfosear em qualquer coisa ou animal. Com este casamento, Zeus se apropria dessa forma de inteligência astuta e da habilidade de se metamorfosear o que lhe permitiu conquistar o poder. 

Zeus convence Métis a lhe fornecer um elixir que ao dar de beber ao pai Cronos, fez com que este vomitasse os seus irmãos e irmãs juntamente com a pedra. Em seguida, com a ajuda dos irmãos e de outros seres, derrotou o pai e os Titãs. Após dez anos de luta conquistou o trono. 

Teve várias esposas e várias amantes, cujos filhos povoaram o mundo e ampliaram o seu reino tanto na terra quanto no Olimpo. 

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