A vida não é um mar de rosas, e então para nós é só espinhos

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Estava sentado na cadeira com os cotovelos em cima dos joelhos de olhos fechados. Só espero que esteja tudo bem , já chega de sofrimento, por favor já chega de sofrimento, nós não merecemos isto, alias ela não merece isto a minha Margaret não merece nada do que lhe aconteceu nada. Se existe algum Deus porquê? Porquê ela? Porquê todo este sofrimento? Basta desta merda, nós não temos um único descanso, acontece umas atrás das outras.

Senti uma mão nas minhas costas, mas não me mexi.- Vai ficar tudo bem Harry, as gravidezes tem destas coisas, ainda por cima é a primeira, tem calma vai ficar tudo bem.

Nao me mexi.

-Familiares de Margaret Pasqualino.- Ouvi , levantando-me a correr ate me desequilibrei.

-Então Dr. ? O que é que se passou?- Perguntou Beth, os meus olhos não deixavam a porta da sala de emergências, e se ... e se o nosso o bebe não...

-Ela teve umas contracções, é normal este tipo de situações acontecerem quando a gravida passa por um acontecimento de muito stress, os níveis de açúcar sobem muito ou descem no caso da Margaret baixaram, o esforço em conjunto com as emoções e a fase tão prematura do feto originou as tais dores horríveis que ela mencionou, as contracções. – Ele olhou para todos nós, até se focar em mim.

-é você o pai?- assenti, não consigo dizer nada não sei o que se passa comigo, eu penso no que dizer mas o som não sai.

-Ela agora vai precisar de muito repouso, muito muito repouso, a Margaret está neste momento numa gravidez de alto risco.

Sinto-me dormente, sinto que levei um pontapé no estômago.

-O que é que podemos fazer para ajudar?- ainda ouvi Beth perguntar.

Fechei os olhos por uns segundos, sentindo a água nos meus lábios. Ela não merece nada disto, isto é tanto, tanto até para mim.

Quando dei por mim, as minhas pernas ganharam vida ate á porta do hospital deixando-me cair no chão. E chorei, chorei, o que me pareceu horas sentado no chão agarrado aos joelhos.

Ate que ouvi a voz de Callum a chamar-me, olhei para cima a luz ardia-me nos olhos, ele tentou sorrir mas eu acenei que não levantando-me.

-Ela está a chamar por ti.- Assenti e fui ao seu encontro tentando ser forte não posso entrar la assim , eu tenho de ser forte pelo os dois.

Estava deitada, ligada a umas máquinas, com soro na veia falava com Beth quando la entrei, respirei fundo e entrei, ela olhou logo para mim e os seus olhos arregalaram. O meu aspecto deve ser horrível.

Beth levantou-se dando-nos alguma privacidade quando passou por mim sorriu e apertou-me o ombro. Margaret não deixou de olhar para mim o tempo todo, estava fraquinha, assustada .

Sentei-me ao seu lado e acariciei-lhe a face, ela fechou os olhos e chorou, chorou muito.

Baixei-me ao seu nível e agarrei-a contra mim beijando o seu pescoço.

-Vai ficar tudo bem.- Sussurrei ao seu ouvido para me certificar tanto a mim como a ela. Estou assustado como oh caralho. Isto nunca mais acaba, esta maré de azar nunca mais acaba connosco.

Ela olhou para mim e acariciou-me a cara.- Estives-te a chorar Harry, eu sei que é grave quando tu choras.

Ela deu ênfase no tu, nós dois bem sabemos o bastardo insensível que eu sou.

-Vais precisar de repousar muito, ok?

Ela acariciou a barriga e deixou cair mais uma lagrima.- Ele está..

NÃO a deixei acabar, nem sequer quero dizê-lo no meu pensamento quanto mais em voz alta.

-Está tudo bem.

Ela suspirou mas o seu olhar não deixou a barriga, acariciava devagar tao gentilmente como se tivesse com medo de magoar.

Peguei no seu queixo, para ela olhar para mim- O que foi?

Ela encolheu os ombros, chorando- Ele não foi planeado, mas agora que penso que o podíamos ter perdido, dói tanto Harry, dói pensar que eu nunca o ia ter nos meus braços, que tu nunca o poderias ter, nunca poderias vir a ser o pai que tanto queres ser , porque eu não sou um bom lar para ele sabes? Porque eu não fui forte o suficiente, como nunca fui sempre em toda a minha vida. Como tem sido sempre, nunca fui forte o suficiente e agora podíamos tê-lo perdido porque eu não sou forte o suficiente para o gerar.

Abanei a cabeça, chateado e já a chorar também, mas o que é que ela esta a dizer, ela é a pessoa mais forte que eu conheço.- Tu estas completamente enganada, ninguém é tão forte como tu Margaret , tudo aquilo que tu já aguentas-te , os segredos que tu guardas-te , as perdas ,és a mulher mais forte que eu conheço tu aguentas tanto, vais ser a melhor mãe que esse bebé pode ter.- Encostei as nossas testas e agarrei as suas costas.

A minha menina forte. Choramos os dois agarrados, ela abraçou-me por fim.

-Tu disseste ele? Ele como rapaz ou bebe?- perguntei-lhe minutos depois quando já estávamos mais calmos.

Ela sorriu limpando o nariz ranhoso aos lençóis.- Eu tenho um pressentimento que vai ser um menino.

Menino ou menina, não me interessa.

-Queres um menino?- agarrei nas suas mãos e ela sorriu para o meu gesto- Não me importo que sexo for vou amá-lo de igual forma, mas sinto que vai ser um menino.

Assenti concordando com ela e ela puxou-me para me beijar devagarinho.

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Note:

Aqui está mais um draminha fresquinho para vocês eheh.

Vem aí coisas boas prometo.

Bloss



Gun's n' Love II   // h.s FanfictionWhere stories live. Discover now