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—Isso é grande demais!! Não sento nem fodendo.

Falava o tailandês totalmente atordoado; o que mais queria no momento era o conforto e segurança de sua casa e sua privacidade, mas, foi arrastado à força para um parque de diversões por seus amigos, bom... amigos não tão amigos porque com amigos assim quem precisa de inimigos, não é mesmo?

Jungwoo, Doyoung e Donghyuck sabiam do medo mortal que o tailandês tinha de altura e de montanhas russas então, por isso mesmo, o arrastaram para um parque de diversões e agora estavam tentando obrigá-lo à se sentar na cadeira antes que a montanha russa desse partida, e isso a ponto de desistir e um pouco desconfiados por ninguém deles poderia se sentar ao lado de Chittaphon já que a maioria dos lugares estavam ocupados e só havia mais um.

Chittaphon iria ao lado de um total desconhecido e sabia que iria assustar aquela pessoa com seus gritos de pânico e desespero para que aquele brinquedo fosse rápido antes que morresse por parada cardíaca.

—Você 'tá fazendo a gente passar vergonha, entra nessa merda logo, garoto! – Falou Doyoung já aumentando o tom de voz com Chittaphon.

Jungwoo e Donghyuck bufaram em uníssono. Donghyuck já estava com uma das mãos em sua testa totalmente arrependido e envergonhado de conhecer Chittaphon enquanto todos olhavam o escândalo que o tailandês fazia. Faltou se ajoelhar ao finalmente dizer algo que chamou a atenção do tailandês.

—Eu faço o que você quiser!!! – O coreano praticamente gritou.

Chittaphon ficou pensativo, colocou uma das mãos no queixo e sorriu, um sorriso malicioso e totalmente decidido.

—Se é assim... – Chittaphon finalmente se sentou na cadeira do brinquedo e sorriu de lado para o moreno que faltava bater na própria testa por ter falado aquilo, principalmente para Chittaphon uma pessoa que é rígida quanto alguém lhe promete algo. – Eu aceito, não esquece dos meus mangás da Sailor Moon pra ontem.

Deixou que o funcionário, que estava quase colocando as duas mãos para cima e clamando aleluia, ajeitasse os cintos para finalmente o brinquedo andar.

Mas quando o mesmo olhou para o lado deu um pequeno pulo de susto...

Ao seu lado tinha um garoto que tinha os cabelos avermelhados levemente desbotados porém a raiz escura já pouco crescida, uma blusa branca fina e sem estampa alguma e uma calça jeans preta com pequenos rasgos de enfeite, o tailandês faltou babar ao olhar para o maxilar perfeito e a clavícula nua do ruivo. Estava reparando demais? Sim, claro que sim; não podia negar.

Soltou um suspiro preso da garganta ao perceber que o brinquedo já andava lentamente para cima, seu coração disparou e seu estômago congelou. Segurou fortemente os ferros da cadeira, fechou seus olhos e se segurou para não gritar para alguém tirar ele dali quase que imediatamente pois a tentativa seria falha.

Por si, o garoto ruivo suspirava em total desespero, se encolheu na cadeira e olhou para o lado onde estava a pessoa que estava o acompanhando. Não havia prestado atenção no mesmo por estar distraído olhando o céu, mas agora teria que aproveitar o momento até o carro descer com tudo para poder olhar aquela cena tão fofa.

Estava lá o tailandês com os olhos fechados, uma expressão de choro, alguns fios dos cabelos claros no rosto e as bochechas levemente rosadas. O ruivo poderia ter um ataque de fofura ali mas se controlou até sentir o frio na barriga e o vento forte em seu rosto. O carro já estava descendo, Chittaphon engoliu o seco e mordeu os lábios não se importando com a dor apenas para não soltar um grito alto e escandaloso e vários pedidos de ajuda. E teria que fazer isso por um bom tempo pois aquela montanha russa não era nem um pouco pequena.

Já o ruivo deu um grito de surpresa que quase não foi ouvido dentre os gritos de desespero e diversão das pessoas atrás e na frente. Realmente não esperava que a montanha russa fosse aumentar a velocidade tão rápido.

Chittaphon não conseguiu segurar um grito curto e fino ainda de olhos fechados sem nenhuma coragem para abri-los. Estava realmente tremendo e com o rosto vermelho, seu coração estava totalmente disparado enquanto sua mente fazia com que o tailandês pensasse em todas as maneiras possíveis de morrer enquanto ainda estava naquele brinquedo. Sentia total aflição e medo do banco se deslocar, o cinto de segurança se soltar, o carro sair do caminho dos trilhos ou ele cair para baixo em algum loop. Ofegou choramingando, realmente sentia vontade de chorar e também a sensação que iria desmaiar a qualquer momento só pelo forte vento batendo em seu rosto e a sensação de estar caindo fazia com que seu corpo temesse mais e sua cabeça doesse de tantas alternativas mortais que pensava a cada segundo que passava.

Ofegou ao sentir que o vento forte em seu rosto já havia parado. Deixou que lágrimas escorressem pelo seu rosto enquanto sua mandíbula e seu corpo tremia, o tailandês agora chorava sem fazer ruído algum ainda de olhos fechados com total receio de abri-los. Então sentiu uma mão em seu ombro tendo ainda mais receio de abrir os olhos enquanto as lágrimas escorriam descontroladamente.

—Ei! Você 'tá bem?! – Disse a voz desconhecida até então.

Suspirou o tailandês então abriu os olhos lentamente. Seus olhos estavam um pouco avermelhados enquanto lágrimas ainda desciam sem controle algum pelo seu rosto. Seu coração estava disparado e ainda tremia, aquilo não havia sido nem um pouco "divertido" como seus "amigos" disseram que iria ser. Ao abrir os olhos os coçou pela visão embaçada pelas lágrimas então encarou a pessoa aparentemente ruiva que tentava o ajudar.

Seu coração disparou mais ainda ao ver que era o garoto que estava sentado ao seu lado, que obviamente seria ele, porém o tailandês havia esquecido deste detalhe , se xingou mentalmente por estar chorando tanto na frente de um desconhecido mas não podia conter as lágrimas de pânico.

Observando que o garoto chorava mais ainda mesmo sem fazer um ruído ou soluço foi o que mais desesperou o ruivo. Ele estava morrendo? Em choque? Traumatizado? O ruivo não sabia. Então o máximo que poderia fazer era tentar acalmá-lo.

Retirou os cintos de proteção e fez o mesmo com o loiro desconhecido que, totalmente confuso, não estava entendendo absolutamente nada e não conseguia falar totalmente em pânico.

Então o ruivo suspirou e se levantou levando seu olhar ao tailandês ainda sentado.

—Levanta. – Falou calmamente.

Mesmo sem entender o que estava acontecendo, Chittaphon se levantou e observou com a visão levemente embaçada o ruivo o puxar pela mão para fora daquele brinquedo infernal. Algumas pessoas olhavam para os dois e cochichavam entre si sobre o ocorrido.

Como naquele parque haviam vários bancos espalhados o ruivo levou Chittaphon para um deles então se sentando dando um longo suspiro enquanto observava o tailandês se sentar atordoado e em pânico. O ruivo estava totalmente agoniado com o silencio entre os dois então decidiu ao menos falar algo para ver se o tailandês ali sentado ao seu lado iria o responder.

—Eu sei que pode ser um pouco estranho pra alguém que você conhece à 5 minutos, mas, qual é o seu nome?

Chittaphon não pode evitar olhar para o ruivo então deu um sorriso sem graça e limpou algumas lágrimas que ainda escorriam.

—Meu nome... é...

Chittaphon!

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