Chapter VII

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Point Of View Valentina

Ouvi meu celular tocar enquanto ainda estava imersa naquela atmosfera na qual eu Juliana havíamos nos inserido. Entre um carinho e outro, mesmo que quisesse ignorar o chamado e permanecer ali com ela me vi obrigada a atender pela insistência da ligação.

- Pois não? Sim, sou eu. - notei que ela me ainda me olhava com certa curiosidade. - Não, tudo bem. Eu entendo, agradeço pela orientação. Até logo.

- Aconteceu alguma coisa?

- Juls, vamos ter que cancelar novamente. O cara do acampamento me disse que a área não está totalmente segura para os visitantes por causa dos estragos da chuva, e mesmo que a gente insista em ir pode acontecer mais uma tempestade. Desculpa, mas parece que não vai ser mesmo dessa vez.

- Ei, não se preocupa. A gente pode aproveitar em outra oportunidade. Certo? - colocou sua mão em meu rosto.

- Sim. Então está combinado. - sorri dando um toque na ponta do seu nariz. 

- Bem, isso quer dizer que temos que voltar agora mesmo. 

- Sim, acredito que já podemos sair daqui. - olhei para fora do carro baixando o vidro sentindo um vento frio em meu rosto.

Saí da clareira fazendo a curva em direção ao caminho contrário ao destino inicial. Durante o retorno nós sorrimos como nunca, trocas de olhares, risadas e toques sutis tudo era motivo de felicidade para nós duas. 

Estacionei na garagem, entramos sem retirar os equipamentos do carro. Dentro estava mais quente e cômodo, encarei Juliana me dando conta de que era quase uma missão impossível não tê-la perto de mim agora que sabíamos o que estava em nossos corações. A vi subir as escadas para deixar suas coisas no quarto. Depressa a acompanhei, mas com cuidado para não ser notada, e em seguida a abracei pelas costas, o que a fez dar um grito agudo mas contido.

- Que susto Val. – com uma expressão surpresa.

- Não me venha com essa ora. Quem mais seria além de mim aqui nessa casa.

- Ah, não sei nunca se sabe. Talvez um assaltante com uma arma e ...

- Ihh que imaginação hein. Mas sabe, talvez eu seja uma assaltante sim e quem sabe eu te roube mesmo para mim. - falei com um meio sorriso.

- Val! Que analogia foi essa? Muito clichê, até para você - riu descaradamente de mim.

- Ah, tentei ser criativa - admiti envergonhada.

- Ora, não fiquei assim. - virou-se para mim, colando nossas testas. - Veja, se você fosse uma ladra com certeza eu me entregaria sem nenhuma resistência. Mas você não faz o tipo que anda por aí roubando pessoas, mas sim os corações delas, não de um jeito literal, por favor! - sorriu. - Mas de uma forma amável e cativante, assim como fez comigo - sussurrou.

- Desisito, desisto. Você é bem melhor do que eu nisso. Não é clichê é original e linda. - me apaixonei mais ainda. 

- Ah, obrigada por reconhecer.

- Disponha! 

- Hey, mas um dia  encontrará algo em que vai me superar.

- Ah, é ? Espero que seja o mais rápido possível. - respondi dando um selinho longo, encaixando minha mão em sua nuca, essa ação evoluiu rapidamente para um beijo mais intenso e desesperado. Senti que apesar de estar ali em totalmente em meus braços Juliana ainda não se mostrava pronta para algo a mais, talvez nem eu mesma estivesse. Então, seríamos pacientes. 

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