Aurora - Wide Awake

Aurora - Awake from Death

                            Prólogo

Felipe não aguentou. Se tivesse, o que se seguiu não seriam apenas longos e duros anos, mas sim uma nova era.

A espada segurada pela mão, movida pela mente, não com seu coração. Seu coração estava longe, dentro de uma torre num castelo, com os olhos fechados pelo tempo que ele mesmo determinaria.

Os espinhos eram desviados com agilidade e precisão. As nuvens cada vez mais negras no céu, trovejavam, criando ilusões de explosões verdes. Havia certa acidez no ar, aquela que sempre antecipa a tempestade. Ninguém negaria que o que o movia era unicamente a coragem, e a vontade, o desejo.

Não se pode dizer que Malévola chegou como quem diz "antes tarde do que nunca", seria desrespeitoso. Ela chegou na hora certa, como a morte, como Eu.

Antes da tempestade cair, rugindo cada vez mais furiosa, o dragão negro apareceu em uma única e explosiva luz. Enorme, negro, púrpura, verde e tão majestoso quando algo horrível poderia ser, abriu suas asas e encarou o inimigo diante de si.

Como Felipe era pequeno em frente a ela. E como não havia recuado? Via-me em todos os cantos, eu era o risco, a certeza, a dúvida. Porém carregava consigo a Espada da Justiça e o Escudo da Verdade, e era destemido, com certeza, bravura não lhe faltava...

O peito do dragão estufou-se e queimou com a luz que o fogo emitia. O Escudo bloqueou o fogo. Os golpes vieram. Ataque, defesa, recuo, passo. Ambos dançaram ao sim da sinfonia que a tempestade criava.

Todo homem deve morrer. Todos tem sua hora. E Felipe era fraco por dentro. Suas ambições e ganâncias o devoravam. Vazio. Quase não sentia. Esse era um dos motivos que o levaram a cair tão cedo. Mas eu decidi ser misericordioso. Quando a hora dele chegou e o fogo o atingiu, eu o levei depressa...