1 - Que preparem a maracujina

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O som ofegante de respiração parecia rebater nas paredes brancas de forma maléfica. As luzes refletiam no tom alvo do lugar e pregado perfeitamente acima da porta, um relógio marcava as horas de forma horripilantemente arrastada.

Tic tac. Tic tac. Tic tac.

Estavam enlouquecendo e aquele som infernal não parava de soar na sala.

Tic tac. Tic tac. Tic tac.

Em um pequeno surto, mãos largas subitamente agarraram o objetivo estressante e o jogaram pela janela do que era o vigésimo primeiro andar do prédio.

— Que porra, JungKook! Você tinha que jogar aquele relógio dos infernos pela janela? Era só tirar as pilhas, seu retardado! — Um Jimin evidentemente estressado gritou ao namorado e este bufou tremendamente irritado.

— Aquela desgraça estava me deixando puto, hyung, eu não aguentava mais aquele barulhinho! — O moreno respondeu irritadiço e ganhou um crispar de lábios do outro.

— Só sei que se alguém der falta eu não vou pagar porcaria nenhuma! — Retrucou ao se levantar da cadeira e se dirigir a uma cafeteira.

— Se tu falar que fui eu você vai se lascar depois, viu? Eu também não vou pagar nad-... — O rapaz foi dizendo rabugento, com uma das mãos na cintura enquanto a outra gesticulava nervosamente, quando batidas firmes soaram da porta.

JungKook no mesmo instante fechou a matraca e Jimin quase se engasgou com o café ao ver o médico entrar com uma prancheta e dois envelopes em mãos.

— Boa tarde, Sr. Jeon e Sr. Park. — O doutor se sentou calmamente em frente aos dois, que mantinham os olhares intercalados entre eles mesmos e doutor.

— Boa tarde, doutor Choi. — Falaram em uníssono, arrumando a postura.

— Veremos o resultado dos exames de vocês. — Ele abriu cada envelope pacientemente, com calma e cautela fazendo o coração de Jimin e Jungkook acelerarem conforme o médico lia as folhas em suas mãos. — Temos ótimas notícias.

— E então, o que tem de errado conosco? — Jimin foi o primeiro a perguntar. Tinha que tirar aquela tensão de si em algum momento.

Haviam semanas que ele e o namorado passavam mal em conjunto. Tinha algo de muito estranho na saúde dos dois ômegas e eles não sabiam explicar o que era. A primeira coisa estranha foi as ânsias de vômito conjuntas, a princípio acharam que havia sido a comida do almoço que havia dado uma indigestão, porém vieram as dores de cabeça, a sensibilidade sentimental e enjôos consecutivos que obrigaram os dois ômegas a estar naquele consultório médico, esperando o doutor dizer-lhes que tipo de doença ambos tinham pego.

— Errado? Ora, não há nada de errado com vocês, Sr. Park. — O médico sorriu com a pergunta. — Confesso que isso é uma raridade, e que em toda a minha carreira profissional, eu não presenciei muitas vezes, mas... meus parabéns, vocês serão papais. — Entregou-lhes o exame do Park para que pudessem ver com os próprios olhos, enquanto sorria tão largo que o Jeon achou que suas bochechas rasgariam.

— Co-como....? — Jungkook olhava perplexo o papel em suas mãos, olhando para o namorado em seguida. — Jimin? — Chamou vendo o rosto do outro estar tão branco quanto o papel que segurava.

— Jimin! — Foi impossível o médico e o próprio Jungkook não gritarem, ao que o ômega dos cabelos loiros amoleceu e pendeu para os braços do namorado.

— Ai meu Deus, ele morreu! Ele morreu! — Jungkook expressou desesperado com o ômega desacordado nos braços.

Minutos depois, Jimin abriu os olhos, muito atordoado e confuso, observando aos poucos a sua visão embaçada se focar no teto branco e correndo os olhos pelo ambiente em seguida. Avistou Jungkook o fitando com os olhinhos arregalados para si e chamando seu nome tão repetidamente que já estava dando nos nervos.

Duplamente GrávidosOnde histórias criam vida. Descubra agora