Conversa de amigos

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  Alice estava cuidando de Aninha no pátio interno da pensão quando Eduardo se aproximou dela.

Na pensão...

Eduardo: É tão lindo ver vocês duas juntas. (Sorri).

Alice: Não vi você se aproximar, me assustou. (Assustada).

Eduardo: Me desculpe, não quis assustá-la, vejo que a sua filha gostou do meu presente.

Alice: Está desculpado e sim ela gostou, pena que ela não possa... (Cabisbaixa).

Eduardo: Pena que ela o quê? (Curioso).

Alice: Ela tem deficiência visual. (Pega a filha no colo).

Eduardo: Sinto muito, mas isso faz dela muito mais especial. (Sorri).

Alice: Mesmo? Muitas pessoas acham ela nojenta apenas pela deficiência dela.

Eduardo: Mas eu não e mais, quero a companhia de vocês no passeio que farei para conhecer esse lado da cidade.

Alice: Seria um prazer. (Sorri).

  Alice arruma a filha no carrinho e sai com Eduardo e enquanto eles tomavam sorvete e a mulher cuidava da pequena eles conversavam.

Eduardo: Me fale sobre você, Alice.

Alice: Não há muito o que falar, apenas que quando eu era menina, meus pais bebiam e meu pai abusava de mim, minha mãe me maltratava, eu era forçada a cozinhar e cuidar da casa, nem se quer alcançava o fogão, por isso aos sete anos de idade coloquei fogo na casa e matei meus pais, fui parar em um orfanato, logo um homem me adotou, tudo ia bem, até eu entrar na adolescência quando engravidei e tive um filho que ele me disse ser menino e que havia nascido morto, seis anos atrás descobri que essa criança está viva e é uma menina que hoje tem 26, mas não a vi mais, recentemente eu troquei de nome e visual para recomeçar, então na saída do cartório encontrei a Aninha em uma lixeira e me apaixonei por ela, a adotei e ela agora faz a minha alegria. (Com os olhos marejados).

Eduardo: Nossa que história, mas você é uma mulher forte e linda. (Acaricia o rosto dela).

Alice: Não, não me toque, somos amigos, mas não quero que me toque. (Se afasta).

  Alice pegou a filha e foi embora deixando Eduardo sozinho.

Amor perigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora