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Eu matei minha mãe.

Eu imagino como essa frase pode soar, mas não precisam ficar preucupados, pelo menos não foi intencinal.

Os médicos tiveram complicações no meu parto, e por uma decisão da minha mãe, a única pessoa que acredito que em algum momento já me amou, deu sua própria vida para salvar a minha.

Parece que minha família não levou essa decisão de minha mãe muito bem, me rejeitando e desertando logo após eu ter completado meus cinco anos.

Estes cinco anos com minha família legitima não foram fáceis.

Escutei durante cada dia destes longos anos, que eu era uma assassina, que eu havia matado minha mãe.

Assim que completo meus cinco anos, meu "pai" se assim posso chamalo, me levou para um longo passeio de carro, que acabou com eu sendo despejada de seu carro me encontrando em uma rua deserta.

Acredito que desta forma, o mesmo poderia "me matar sem sujar suas mãos".

Mas por sorte fui encontrada no terceiro dia por uma mulher gentil que me levou às pressas para o hospital.

Depois de me recuperar me perco em meio à milhões de perguntas e longas "papeladas" que pareciam interminaveis.

Sou levada a um orfanato, e passo lá quatro anos, os melhores anos da minha vida, até ser adotada com meus oito anos de idade.

Quem havia me adotado era um homem alto, que pelo fato de eu não possuir boas lembranças de homens depois do ocorrido com meu "pai" demorou para ter minha confiança.

Minha vida pode ser contada em duas partes: Antes e depois "dele".

Meu nome é Emma Brooks, mas um dia já fui chamada de Kathryn.

Ouvir meu nome sendo dito após aquele dia era quase impossivel.

"Ele" costumava me chamar de pequena Katy.

Nunca consegui me esquecer do "seu" rosto, nem de "seu" sorriso ao chamar meu nome.

Mas se querem saber, seu nome não merece ser dito, pois já basta uma pessoa o conheça, que já é o suficiente para destruir uma história.

Foi no meu aniversário de onze anos.

"Ele" me disse que tinha um presente para mim, então por isso não estranhei a venda em meus olhos.

Assim que a venda é retirada de meus olhos percebo que estou deitada em uma cama em um quarto escuro, e o mesmo passa a retirar minha roupa.

Tento lutar, mas "ele" era muito forte.

Assim que o mesmo começa a se despir começo a chorar incessantemente.

Eu desejava muito que tudo aquilo não fosse o quê parecia, mas no fundo já sábia o que aconteceria.

Parece que no mundo real havia se passado apena alguns minutos, mas para mim se pareviam mais com incontaveis horas, aguniantes e cheias de dor.

O pior é que ele queria mesmo que eu visse tudo aquilo.

Assim que o sinto distante do meu corpo ouço ele dizer:- "Feliz aniversário pequena Katy".

Suas palavras me dão náusea.

Passei um tempo deitada pois não aguentava nem mesmo respirar.

A dor no meu corpo era indescritivelmente forte, e era insuportavel alhar a mim mesma.

Me sentia suja, e não aguentava mais ter sua imagem varias vezes repetidas em minha mente.

"Ele" estava sorrindo um sorriso largo enquanto sentia minhas lagrimas quentes malharem meu rosto por inteiro.

Em um movimento rápido pego minha mochila escolar e a esvaziou por inteira. A preencho com roupas e tudo que achedito que precisarei.

Corro para o banheiro e certifico de trancar a sua porta.

Tomo um banho, pois não aguentava mais sentir seu cheiro misturado ao meu.

Coloco uma roupa e passo o resto do dia e da noite escondida na banheira.

Assim que sinto a luz do sol bater na janela do banheiro, me arrumo pegando minhas coisas e saindo daquela casa, pois ja não podia mais chamala de minha.

Depois de algum tempo andando pelas ruas, me encontro em uma delegacia.

Não consigo mais falar com homens, eles me dão nojo, e o quanto mais longe estiver deles melhor.

Uma policial se encarrega do meu caso, e depois de algum tempo sou levada novamente para um orfanato.

Por sorte lá consigo me livrar do peso que meu nome estava causando em minha mente.

Sou adotada com treze anos por uma mulher viuva e rica, mais preucupada com seus status do que com quem é de verdade, ao ponto de adotar uma criança sem saber ao menos seus antecedentes para que crie uma imagem de boa pessoa.

Hoje já tenho meus dezesseis anos, mas desde o acontecido com "ele", não sou capaz de mostrar ao menos um sorriso verdadeiro, ou em meus olhos vontade de viver.

O que meus olhos escondem.Onde histórias criam vida. Descubra agora