Feliz o dia...

596 68 19
                                    

 -Papai, tá trovejando muito, eu tô com medo. - SunIn choramingou para o pai. Tinha apenas 5 anos e por isso mesmo tinha invadido o quarto dos pais e ido pedir conforto. Detestava o barulho assustador que o trovão fazia.

-Não precisa ter medo, daqui a pouco seu pai vai estar aqui com o seu irmão e vamos dormir juntos, todos protegendo um ao outro. - Jongin sussurrou para filha, a abraçando bem forte, se atrapalhando um pouco com as cobertas da cama que dividia com seu marido ômega.

-Pai vai trazer chocolate quente pra mimi? - a garotinha perguntou e Jongin riu. Adorava a manhã dos seus pequenos.

-Claro! TaeOh foi ajudar ele a trazer...

-TaeOh tem 5 aninhos que nem eu! Ele tá no co... Ahhhh! - interrompeu o que dizia para gritar. Um barulho estrondoso tinha ecoado por toda cidade, afinal, a tempestade era geral. Ainda tinham sorte de contarem com energia.

-Princesinha do papai, tenha calma. Eu estou aqui e nada vai te acontecer. - Jongin insistiu e viu a filha fungar.

-Pode contar a historinha de como conheceu o pai Soo? - a criança pediu e Jongin riu, porque era sempre assim.

-Você gosta mesmo dessa história hein? - a voz de Kyungsoo foi ouvida no instante em que adentrava o quarto carregando TaeOh no colo, enquanto o garotinho bebia seu chocolate quente na garrafinha e Kyungsoo segurava a garrafinha da filha. Jongin até tentaria ajudar, mas sabia que seria impossível levantar da cama com SunIn agarrada a si.

-Eu também gosto, pai! Conta pra gente, papai! - TaeOh pediu a Jongin logo após declarar seu gosto.Diferente do que muitos alfas e até ômegas pensavam, um relacionamento de um homem alfa com um homem ômega não alterava o gênero da pessoa, a não ser que ela viesse a mudar futuramente e por vontade própria. Se eram dois homens, não existia pai e mãe, marido e mulher, eram pai e pai, marido e marido. Por Jongin e Kyungsoo pensarem desta forma, decidiram que os filhos poderiam chamar Jongin de papai e Kyungsoo pai, para que assim ambos fossem chamados como deviam e soubessem diferenciar de quem as crianças precisavam. Eram felizes assim.

-Bom, se insistem tanto, preparem que contarei a melhor história de amor do mundo! - Jongin avisou, vendo Kyungsoo deitar na cama com TaeOh e entregar a garrafinha com chocolate quente para SunIn. - Bom, seu pai e eu nos conhecemos no jardim.

"Era meu primeiro dia na escolinha e estava ansioso para fazer amiguinhos, já que as tias de vocês eram mais velhas e me excluíam de suas brincadeiras. Queria poder fazer amiguinhos e levar para casa como minhas noonas faziam. Como vocês sabem, a gente já nasce com uma classificação, no caso vocês dois são ômegas, o Soo também e eu sou um alfa, então...

Quando eu entrei na salinha, senti cheirinho de baunilha e procurei pelo cheiro, encontrando um ômega muito pequenininho, de olhinhos grandes e agarrando uma pelúcia de coruja. Eu achei tão fofinho, que eu quis pegar aquele ômega para mim e agarrá-lo igual fazia com meus ursinhos..."

-E o papai de vocês fez exatamente isso! Imagina só, vocês no seu primeiro dia de aula e do nada vem um projeto de alfa te abraçando e dizendo o quão fofo você é! - Kyungsoo interrompeu a narrativa do marido para fazer sua participação na história. SunIn e TaeOh riram, nem se dando conta do trovão que tinha acabado de ocorrer no céu. A história de seus pais e estar na mesma cama que seus pais sempre os acalmava.

-"Como o pai de vocês disse, eu o agarrei e comecei a chamá-lo de fofinho. Ele não fez nada, apenas ficou todo vermelhinho. Eu só parei de abraçá-lo como se fosse um ursinho, porque um garotinho alfa de olhinhos caidinhos veio brigar comigo, dizendo que eu estava sendo chato com um coleguinha. Vocês sabem como o tio Baek pode ser bem chatinho quando quer né? Então ele me fez largar do Soo e pedir desculpas pelo o que eu fiz. Depois disso, já estávamos brincando de novo e ninguém lembrava o que tinha acontecido.

Na hora de ir embora, Soo correu para os braços do pai alfa dele, o vovô Lay. Fiquei muito surpreso quando o Soo foi me chamar para me apresentar ao seu pai..."

-Depois que ele soube que o vovô Lay era meu pai e o mesmo o olhou sério, já pressentindo as futuras intenções do papai de vocês para comigo, Jongin passou a fugir toda vez que via meu pai. O vovô Suho ria muito e ficava pedindo pro vovô Lay parar de assustar o alfinha, mas vocês sabem como o vovô Lay pode ser muito ciumento. - Soo fez sua parte novamente na narrativa e recolheu as garrafinhas vazia das mãos das crianças, que se aconchegaram na cama e arregalaram os olhos, indicando que estavam bastante atentas.

-"Pois é, hoje em dia eu entendo o vovô Lay, porque eu morro de ciúmes de vocês perto do HanSu e do Koji. Mas eu era bem insistente, então eu continuava sempre perto e sendo amiguinho do ômega mais lindo e cheiroso que eu conhecia. Infelizmente, um dia meus pais precisaram se mudar e eu nem consegui dizer tchau pro Soo, então ficamos sem nos ver durante 4 anos, até que eu voltei e nos esbarramos na rua. Eu não estava estudando no mesmo colégio que o Soo, mas nós permanecemos bastante amigos, até que o Soo convenceu meu pai a me colocar na mesma escola que ele. Nessa época, o Soo iria finalmente se tornar um adulto e eu queria muito ficar com ele, precisei implorar pro vovô Lay me deixar ficar com o Soo, ele só deixou, porque disse que já me conhecia desde pirralho e que eu era melhor do que qualquer outro que já tentou arrastar asas pro pai de vocês..."

-Papai é o melhor! Pai não pode ficar com ninguém além do papai! - SunIn se manifestou enfezada. Não queria ver ninguém tirando seu pai do seu papai. - Num é verdade, Tae?! – pediu o apoio do irmão.

-Acho que seu irmão já dormiu. - Kyungsoo comentou rindo e dando um beijinho na testa de TaeOh, que era muito agarrado consigo. - Por que não dorme também, minha princesa? Já está tarde e os trovões diminuíram. Prometo que o papai e eu estaremos com vocês quando acordarem amanhã. - a voz calma de Kyungsoo era persuasiva, então viu a filha concordar imediatamente.

-Cante pra ela, assim vai espantar os males. - Jongin pediu e Kyungsoo riu.

-Cante comigo também, querido. - Kyungsoo convidou e Jongin concordou.

SunIn se agarrou a Jongin, que se ajeitava na cama para passar o braço por cima de SunIn, TaeOh e ainda segurar na cintura de seu Soo. O ômega não fez diferente, deixando claro que ambos estariam ali para protegerem seus filhotes.

Kyungsoo deu início a melodia e Jongin tratou de acompanhá-lo. As vozes se casavam muito perfeitamente e os dois só conseguiam pensar o quão sortudos e felizes eram por terem tido dois filhos lindos e ainda serem casados com o melhor companheiro do mundo todo.

Quando terminaram de cantar, SunIn já tinha apagado e dormia agarrada ao braço de TaeOh. Se aproveitando desse pequeno momento, Kyungsoo ergueu o corpo e deixou um selar na testa dos dois ômegas de sua vida, para logo em seguida depositar um beijo apaixonado nos lábios do seu alfa.

Jongin retribuiu, claro, com muito gosto até. Tinha apenas 25 anos e era completo. A marca que compartilhavam com Kyungsoo era o suficiente para sentir como o menor compartilhava do mesmo sentimento de plenitude. Todos os sentimentos eram recíprocos.

-Eu te amo, Soo. - Jongin sussurrou após separarem o casto beijo.

-Eu te amo, Nini. - Kyungsoo murmurou apressado, porque seus filhos se remexeram incomodados.

Com dois sorrisos relaxados e felizes, Kyungsoo e Jongin entrelaçaram os dedos por cima das crianças e ficaram se encarando até os olhos se fecharem. Gostavam das noites com trovoadas, porque eram as noites em que a família dormia juntinha e protegida. Era quando o mundo dos quatro se concentrava somente naquele quarto de casal que Kyungsoo e Jongin dormiam desde que colocaram a aliança no dedo um do outro.

Feliz o dia que Jongin sentiu o cheirinho de baunilha e foi abraçar o lindo ômega. Bendito o dia em que Kyungsoo resolveu não afastar aquele estranho alfinha que estava o abraçando e chamando de fofinho. Maravilhoso o dia que Kyungsoo se descobriu grávido de gêmeos.

Todos os sinônimos de palavras de alegria serviam para descrever a vida daquela adorável família. 

Adorável FamíliaWhere stories live. Discover now