Camila Pov.Bem, depois de estudar por horas em fio, recusar convites para festas, recusar idas à praia, eu finalmente PASSEI! Finalmente consegui minha vaga na UFES em Artes Visuais! Chorei, pulei, postei em meu Instagram, contei para todas as minhas amigas e as convidei para irmos comemorar no famoso Mud's Beer Bar, na Rua da Lama, mas como eu já imaginava, muitas iam passar a noite em claro estudando para o vestibular.
Se eu fiquei chateada? Não mesmo! Nada melhor do que sair para beber e conhecer gente nova, não é?
Coloquei um cropped ciganinha justinho, com uma estampa florida, combinando com a saia, soltinha, deixando boa parte das minhas pernas de fora. Coloquei um salto preto, fiz uma maquiagem simples, um delineado e só, chamei um Uber, e fui à caminho da famosa Rua da Lama.
Chegando no bar, me sentei em frente ao balcão de bebidas, onde sabia que iria ficar por um bom tempo. No mesmo local, estava tocando meu tipo de música preferido: Bossa Nova. Uma Roda de Samba havia iniciado, tocando sambas de anos atrás, aquilo sim era samba bom. Era dia de Happy Hour, então sabia que logo logo eu ia passar para o velho e bom Chopp. Mas nada melhor do que estrear a noite com um Whisky e Coca-Cola, certo?
Depois de alguns copos e algumas conversas entre risos com o barman, Ricky, que era um bom e velho amigo meu, uma mulher se sentou na cadeira ao meu lado. Como eu era uma pessoa frequente naquele bar, percebi que aquela era sua primeira fez ali, pelos fatos de: Ela olhava o cardápio confuso sem saber o que pedir e usava uma calça jeans rasgada com uma blusa branca e uma jaqueta de couro.
Quem em santa consciência usa uma jaqueta de couro numa Roda de Samba com Happy Hour?
— Barman! — Ela chamou. Ricky me disse para esperar um segundo, já que estava conversando comigo.
— Fala, patroa. — A mulher fez uma cara de quem não entendeu, mas prosseguiu o pedido.
— Eu vou querer uma Caipri... Capri... Cainh...
— Ela quer uma Caipirinha. — Falei, chegando mais perto com um sorriso no rosto. Ricky assentiu e foi preparar a bebida da mulher. — Prazer, meu nome é Camila. Você é?
— Lauren. — Ela disse, abrindo um sorriso de canto. — Você mora aqui?
A tal Lauren tinha um sotaque carregado, e sabia que aquele sotaque não era do Brasil de forma alguma!
— Capixaba nascida e criada. E você?
— Sou americana. — Ela disse após beber um gole da Caipirinha. — Uau, isso é muito bom!
Dei uma risada de leve.
— É, não é? Bem, eu tenho que perguntar: O que uma americana está fazendo no Espírito Santo? Quando as pessoas viajam para cá, escolhem outros destinos, como Rio de Janeiro, São Paulo ou até Minas Gerais... Mas Espírito Santo?
— Meu irmão é capixaba. Bem, ele era. Infelizmente ele faleceu há três meses, que foi quando meu pai, minha mãe, minha irmã e eu decidimos nos mudar para cá, para recomeçar a vida.
— Meu Deus, meus pêsames!
Um silêncio constrangedor se estabeleceu.
— E você? Por que uma mulher bonita como você está sozinha numa mesa de bar?
— Bem, eu passei na faculdade, então vim comemorar! Minhas amigas iriam vir, mas bem... Elas tinham que estudar. O vestibular que elas vão fazer é daqui a pouco e elas não poderiam perder tempo bebendo!
Ela soltou uma risada.
— Bem, pelo menos não está sozinha agora! — Ela me disse.
Eu soltei um sorriso de canto e pedi a primeira rodada de Chopp, afinal, era dia de esbaldar!
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Juntas por Acaso.
RomanceLauren Jauregui era uma adolescente comum, morava com sua mãe e seu pai na Florida até acontecer uma tragédia em sua família e ela se mudar para o Espírito Santo, no Brasil, para recomeçar a vida, aos 20 anos. Camila Cabello era uma capixaba excênt...