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Desta vez a Isabella deu um grito alto de empolgação, por dentro eu borbulhava de ódio do Brian, lógico que eu ainda sentia algo por ele.

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No ano passado nos conhecemos melhor e passamos o maldito verão todo juntos, trocamos promessas, carinhos e beijos, ele dizia que me amava acima de qualquer mulher que um dia passou pela vida dele, mas no dia em que eu tive que voltar pra casa e interromper a colônia por que papai estava no hospital por conta de um acidente de moto, o Brian mudou totalmente, não fez questão de me mandar mensagem ou fazer um telefonema...lógico que conseguir sinal naquele acampamento era bem difícil, mas não diria que é algo tão impossível, se a gente ama somos capazes de passar por isso, certo?.
Voltei para a colônia 3 dias depois e a primeira coisa que eu fiz foi procurar por ele, neste tempo fora eu comprei duas pulseiras iguais, uma já estava no meu braço e a outra eu quis dar para ele, na intenção dele entender que eu o queria por perto por mais de um verão, que eu estava pronta para ficar com ele e me entregar, mas, quando cheguei Clayton e outros rapazes não estavam conseguindo me olhar nos olhos, fui no refeitório e assim que perguntei do Brian os meninos desconversaram, eu sabia que algo de errado tinha acontecido naquele momento, porque raios o Brian não estava com os amigos dele? Sendo que aquele bando de meninos só andam juntos infernizando a vida dos novatos!.
Fui no dormitório dele, no campo, no estábulo, na horta, eu andei o maldito acampamento atrás dele debaixo de um sol de mais de quarenta graus! (Ignorem meu exagero). Passei pelo lago e vi que a porta da casa da árvore estava escancarada, como se alguém tivesse acabado de entrar lá e esqueceu de fechar, juro que só pela curiosidade eu cheguei mais perto e subi lá, e pra minha surpresa eu encontrei a Deborah em cima do Brian numa troca de beijos desesperada, enquanto ambos não percebiam minha presença no ambiente, Brian passeava com as mãos pelas costas e bunda dela, e ela igualmente bagunçava seus cabelos, no momento eu não tive reação nenhuma, apenas bati a porta com toda minha força e desci as escadas o mais rápido possível, arranquei a pulseira do braço e tirei a outra do meu braço e joguei naquele lago, entrei no refeitório e os meninos ainda estavam lá, junto com outras meninas jogando algum jogo de baralho e dando risada, meus olhos estavam cheios de lágrimas, de tristeza, ódio e sentimento de injustiça, fui andando em passos largos até o Clayton que quando me viu já me olhou assustado:
-porque você não me contou?- bati na mesa chamando a atenção de todos ali
-Mila, eles estavam assim desde que você foi, eu já havia conversado com ele e ele disse que não tinha compromisso com ninguém, me perdoa! Não sabia que isso ia acontecer assim!- ele se levantou e falou calmo me vendo claramente perdendo o meu controle, assim que ele terminou de falar, uma grossa lágrima fugiu dos meus olhos e pra não piorar minha situação eu apenas corri pro meu quarto e assim que me vi segura, deitei na minha cama E chorei tudo que eu tinha que chorar e depois de 5 minutos eu senti um abraço apertado me envolvendo e pelo cheiro eu sabia que era a Isabella, ela não precisou dizer nada, eu só chorava e desejava que aquilo fosse um pesadelo, não desejo esse mau pra nenhuma inimiga minha
-Mila, eu sei que você está surpresa, eu estou tão surpresa quanto você, nem percebi o que esse desgraçado estava fazendo desde que você saiu- ela passava as mãos no meu cabelo enquanto falava firme comigo mas ao mesmo tempo demonstrando sua empatia
- não chora não, ele não merece uma lágrima sua! Eu te amo, você é uma menina maravilhosa, vai achar um amor perfeito jaja!- nosso abraço me confortou, era bom saber que Eu não estava sozinha, que ela estava ali por mim, passamos longos minutos abraçadas e apenas sentindo o momento, até que a Isabella fala
- você sabia que uma hora depois que você saiu a Alisson deu tanta risada que saiu refrigerante de uva do nariz dela?- ela olhou pra mim e eu não pude conter a risada, então foi fácil prosseguir a conversa e apagar essa nuvem de sentimentos ruins que pairava sobre aquela beliche, nossa conversa fluía e falávamos de diversos assuntos sem noção, dávamos gargalhadas altas de até doer a boca do estômago, quando percebemos já era 18h e as 19h seria servido o jantar
- amiga, toma banho aqui no nosso quarto que eu tomo ali no corredor pra gente ganhar tempo!- levantei e peguei minha toalha e recebi um tapinha no bumbum dela, dei risada e entrei no banho.
Me permiti sentir cada gota de água cair na minha cabeça, lavei o cabelo brincando com as espumas, passei a esponja sentindo sua textura e sai daquele banheiro sentindo que lavei minha alma e que toda aquela negatividade tinha ido embora pelo ralo.
Certo uma jardineira com um cropped preto, passei pente nos meus cabelos molhados, coloquei meu bom e velho chinelo e estava pronta pra descer e comer a velha e boa comida do nosso melhor cozinheiro.
Eu abri a porta do quarto e dei de encontro com ele. Meu pior pesadelo.a última pessoa que eu queria ver na terra. Brian.
-Mila eu sei que você viu, eu só...- ele segurou nos meus braços com o olhar desesperado, eu o interrompi
- Fica quieto! Nada do que você me disser agora vai mudar o que eu penso sobre você, vê se me esquece e tira essa mão imunda de cima de mim- disse firme com a expressão fechada, peguei a sua mão que estava no meu braço e a arranquei jogando ela pro lado
- não deixa isso estragar o que a gente tem! Você sabe que não foi qualquer besteira- ele dizia já aumentando o tom de voz
- nunca tivemos nada Brian, você teve sua oportunidade e agora já passou- sai andando pelo corredor deixando ele falar sozinho
- Vai ser assim então? Ninguém me trata desse jeito e não Vai ser você que vai fazer isso! Eu não queria mesmo, sua biscate!- ouvi ele gritando e chutando a porta do meu quarto, paralisei ao ouvir o xingamento e na mesma hora vi a Isabella aparecendo no corredor e gritando com ele
- melhor ser uma biscate do que ser um babaca! Seu nojento!- ela me abraçou de lado e mandou um dedo do meio pra ele que também ficou sem reação
-Vem mila, vamos comer e largar esse miserável aí
Descemos e a minha cabeça estava a milhão! A temporada inteira daquele ano se arrastou lentamente, sempre com o Brian falando mau de mim para os outros meninos e jogando indiretinhas sempre que estávamos no mesmo ambiente.
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Juro que enquanto eu olhava pro wesley decidindo o que eu iria fazer, todas essas memórias passaram pela minha cabeça e pela primeira vez eu tinha o poder de fazer ele se sentir como eu me senti.

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⏰ Última atualização: Aug 01, 2019 ⏰

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