Five

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O som estridente do celular fez Baekhyun acordar pela segunda vez naquele dia. Olhou para o relógio e viu que já passava das 18h. Pegou o celular que ainda tocava e atendeu sem ver quem lhe ligava. Só existia três pessoas no mundo que lhe ligavam: Sehun, Sejung e seu chefe.

- Alô - sua voz saiu rouca pelo recente sono atrapalhado e aquilo não pareceu importar a pessoa animada do outro lado da linha; Sejung.

- Eu fico feliz que tenha atendido na segunda vez ou eu iria entrar na sua casa de novo. - era sempre assim. Uma preocupação a mil, mesmo que Sehun sempre diga que não é necessário. Baekhyun não podia se sentir sufocado e nem incapaz de fazer as coisas sozinho. E Sejung sempre o tratava como uma criança, mesmo ele sendo dois anos mais velho. Ela nunca deixava de lhe visitar e conversar consigo e aquilo se tornou tão natural que Baekhyun respondia numa boa enquanto a via encher sua geladeira de mantimentos.

Baekhyun não atender no primeiro toque é para se preocupar. Ele está sempre com o celular no bolso, na mão ou até no peito para qualquer emergência. Não era um viciado, no máximo só tinha instalado candy crush, o Instagram e o Twitter para ser um pouco social e acompanhar o grupo que sempre usava suas músicas. Ele tentava ser social e conversar com os meninos que eram tão gentis consigo, Baekhyun nunca negava ir aos shows que era convidado. Privilégios que as fãs surtariam para ter, e só fazia para não ter uma imagem ruim na empresa. A de moço tímido e quieto já estava de bom tamanho.

- Eu estava dormindo. Não ouvi o primeiro toque - explicou de forma calma e bocejou enquanto ouvia um suspiro de alívio do outro lado da linha. Tinha que admitir que amava a preocupação da amiga.

- Mas é praticamente noite. Não conseguiu dormir? Aconteceu algo? - aquele tom de preocupação apareceu e Baekhyun suspirou antes de contar o que houve, sabendo que a mais nova ouvia atentamente. Ela não era tão boa em explicar o que significava tudo aquilo como Sehun, ele sempre sabia o que dizer.

Ele ouviu forma atenta o que sua amiga dizia sobre ter algo que poderia o incomodar e que isso é normal, iria fazer 10 anos. A mesma coisa que Sehun disse, duas semanas atrás. Um trauma fica mais forte quando ele chega perto de fazer aniversário, alguns aceitam por estarem acostumados, mas com Baekhyun não é assim. Ele nunca se acostumou, sempre sentiu um vazio, falta de algo. Falta dele.

Escovou os dentes e foi para a cozinha preparar um lanche rápido para comer antes de sair, não tinha fome, mas precisava se alimentar. Precisava estar forte de todas as formas para se manter em pé.

Baekhyun sempre soube que não era a pessoa mais forte do mundo. Sempre chorou com romances ou qualquer filme que alguém morre, até se o vilão morrer ele chora. Sempre foi um tanto sentimental e aquilo irritava seu pai. Tinha vagas lembranças, pois tudo da sua adolescência virou um borrão.

Era normal, foi o que ouviu. Ele não se lembrava nada de anos atrás, antes de de 99. Baekhyun se prendeu em coisas que sabia que não poderia lhe deixar, se tornou mais frágil que o normal, mais sensível que o normal. Era como uma boneca de porcelana, se quebrava facilmente. Ele não podia dizer que odiava, porque ele não ligava. Parou de ligar para muitas coisas por muito tempo. Baekhyun não sabia dar nome a isso e também não queria que Sehun lhe dissesse o que aquilo seria. Ele não queria mais um nome na sua cabeça.

- Baek? Tá aí? - ouviu a voz da amiga e esqueceu de avisar que estava comendo cereal e que não podia falar.

- Desculpa. Boca cheia - foi a única coisa que conseguiu falar e a amiga continuou a falar e falar, só ouvia tudo no viva voz enquanto prestava também atenção no desenho na tv.

(...)

Foi fácil escolher uma roupa para aquela noite, se considerava bom com moda, então uma roupa para um bar sofisticado era fácil. Não tinha tantas revistas de modas atoa.

The One That I Got AwayOnde histórias criam vida. Descubra agora