O prédio mais parecia uma fortaleza abandonada, o verde havia invadido as paredes e o interior da construção, o portão de acesso principal estava bloqueado por um matagal perigoso, não teria como entrar por ali sem perder tempo e nem sem chamar atenção. Com o crepúsculo se aproximando, tempo era algo que não podia perder, assim como discrição era essencial. Precisava entrar e sair o mais rápido possível, se as informações fossem verdadeiras, encontraria a arma capaz de aniquilar toda a raça humana. Não poderia deixar que isso acontecesse.
O homenzarrão de dois metros e cinco de altura passou a mão pela sua jaqueta metálica, ele lembrou de todas as polêmicas que enfrentou por conta da sua jaqueta, os ativistas queriam sua prisão ou no mínimo que deixasse de usar a roupa, mas ele sabia que não era possível, aquela jaqueta foi um presente de seu pai, após o mesmo matar o animus que havia tirado a vida de sua esposa. Era uma história honrada de um homem honrado, lutava para trilhar o mesmo caminho de glórias de seu pai, mas não teria os animus como inimigos, e sim como aliados. Estava com os seus seis melhores bem ali, pendurados em sua cintura, se alguém o visse com aquela formação com certeza viraria notícia no mundo todo, as manchetes questionariam quem seria o adversário. A verdade era que Daren Malaika, o número um do mundo, ainda não estava acostumado com toda a comoção que atraía. Tinha saído de uma pobre vila, castigada pelo perigo dos animus selvagens, onde o seu povo nutre um ódio das criaturas fantásticas, para ao lado desses mesmo seres fantásticos, ganhar o mundo.
Havia muita ironia em sua história, ele reconhecia isso. O que causou o repúdio de seu povo, ao passo que foi abraçado por outras civilizações, outra ironia. Seu maior sonho era levar a tecnologia Rocket para seu país, queria que todos tivessem o direito de amar os animus, acabando de uma vez com o preconceito e o medo que o resto do mundo tem de seu continente. Mas tinha encontrado problemas maiores, alguns anos, logo após se tornar o mestre Pokémon número um, conheceu uma das maiores figuras mundiais, que o recrutou para uma sociedade secreta, o levando a arriscar a vida para salvar o mundo. Ao menos queria acreditar que invadir a parte mais perigosa da maior floresta do mundo, num laboratório abandonado, o levaria a salvar o planeta Terra.
Daren invadiu pelos fundos, sofreu para dar a volta no prédio, encontrou algumas feras pelo caminho, nada que não pudesse lidar sozinho. Usou um aparelho em formato de inseto para hackear a porta, não teve dificuldades, o que lhe deixou alerta por um lugar abandonado a tanto tempo ainda estar com sua rede elétrica funcionando.
Seguiu por um corredor bem iluminado, o interior do laboratório não se parecia em nada com seu exterior. Alguém havia feito uma bela reforma na parte de dentro, deixando a parte de fora como estava para não levantar suspeitas. As informações poderiam ser verdadeiras, afinal, o que significava um perigo eminente. Ao chegar no fim do corredor, uma grande porta se abriu, quando Daren ficou alguns centímetros de distância, um enorme salão foi se iluminando com luzes brancas, violeta, azul e verde. Vários computadores transmitiam números na horizontal, mais a frente, uma porta maior ainda tinha alguns avisos ilegíveis, o que para Daren parecia se tratar de um aviso sobre perigo. O que para ele significava estar no caminho certo.
Na outra sala, algumas cápsulas cheias de um liquido esverdeado conservavam algum tipo de vida em formação, estavam tão pequenos que Daren não conseguiu definir se era algum animal, animus ou quem sabe um ser humano. Olhou cada uma das capsulas tentando entender do que se tratava, estava óbvio que alguém manteve o laboratório em funcionamento, mas não havia sinal de ninguém, era como se estivesse operando sozinho. Poderia ser uma armadilha, descobriram que estava indo até lá e estão aguardando o momento de atacar. O pensamento o fez sorrir, estava entediado, apesar de estar na Floresta mais perigosa do mundo, havia enfrentado perigos maiores na África, precisava se divertir um pouco. Uma batalha seria bem-vinda.
Escolheu com cuidado, pegou a terceira esfera em seu cinto, a arremessou a sua frente, uma luz saiu de dentro da esfera, ela foi tomando forma rapidamente, de repente, um animus estava a sua frente, o seu mais antigo companheiro, o Bambu, um Infernape da crista longa, uma das raças mais raras e poderosas desse animus. O Infernape do Daren é considerado o mais poderoso da espécie, o fazendo valer milhões. Por conta disso a seguradora só permite seu uso em batalhas ranqueadas de alto escalão, se descobrissem que está usando um dos seus animus mais famosos numa situação de vida ou morte, faria seu empresário surtar.
Sempre tratava uma luta com seu empresário para chamar os animus pelo nome popular comercialmente, o que ele nunca se adaptou, achava ridículo o nome Pokémon, mas era assim que chamava em eventos e entrevistas. Quando não tinha ninguém da mídia por perto, sempre preferiu chamar como o seu povo havia denominado, os animus.
Ele havia descido três lances de escada, passou por mais dois corredores, chegando até uma sala bem destruída, como se uma bomba tivesse sido jogada no local. No outro extremo da sala, uma intensa luz roxa chamava sua atenção, o Bambu ficou em alerta, como se algo estivesse escondido na luz. Daren confiou em seu animus, se preparou para batalha, conforme foi se aproximando. Não havia sido uma bomba que tinha levado aquele lugar pelos ares, mas sim uma criatura, estava claro isso.
A luz foi se intensificando e aumentando, ao ponto de ofuscar a visão do Daren, antes que ficasse na desvantagem, ordenou um ataque de seu animus. Mas antes que o Bambu atacasse, a luz tomou conta de toda a sala, devorando o animus e seu treinador. Sabia que não teria nenhuma chance de vitória e de sair daquele lugar. Suas suspeitas eram verdadeiras, a arma era real e pior do que se imaginava, mas essa informação nas mãos erradas poderia significar algo ainda mais perigoso, por isso, Daren fez a única coisa que podia, codificou sua pokedex com as informações e a criptografou.
Não teve tempo para mais nada, a pokedex se perdeu em algum momento quando a luz o cegou. Não pode fazer muito para salvar sua vida, mas soube que tinha feito o suficiente para salvar o mundo. Só precisava que sua mensagem fosse lida, tinha agido por impulso, assim como na maioria de suas batalhas Pokémon. Suas melhores vitórias não foram fruto de estratégias bem elaboradas como todos acreditavam, mas sim por impulso, as chances de dar certo eram as mesmas de darem errado, a diferença era sua certeza que daria certo. Ele sorriu com o pensamento, o melhor do mundo contava na maioria das vezes com a sorte. Não, não era apenas sorte, era a sua sorte que ele construía a cada segundo. Exatamente como naquele momento, sabia que daria certo, só precisava acreditar naquela família.
E ele acreditava.
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Pokemon Revolução
FanfictionO ano é 2019, Bolsonaro é o atual presidente do Brasil, o nazismo matou milhões, 11 de setembro aconteceu, Hiroshima e Nagazaki foram bombardeadas. No meio de toda nossa história, os pokémons! Tom busca ser o melhor treinador do mundo, para assim co...