Capítulo 7

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S/N relaxou e continuou.

S/N: - Os pais dele pagaram todas as despesas, até me deixaram ir ao funeral, mas depois me mandaram desocupar o quarto alugado, pois iam devolver as chaves ao dono.

Taehyung: - E pra onde você foi?

S/N: - Pra rua...

Taehyung: - Está falando sério? Te colocaram na rua com a única lembrança do filho deles na barriga?

S/N: - Sim. Eles me pediram para não os procurar atrás de dinheiro. Eu me senti um lixo... foi muito humilhante. Nunca fui interesseira e isso foi como um tapa na cara. Na verdade doeu mais do que a surra do meu pai...

Taehyung: - Como eles tiveram coragem? – ele estava inconformado. – Você tinha uma amiga que pudesse te abrigar?

S/N: - As mães das minhas amigas não quiseram se envolver, porque eu era menor de 21 anos. Tinham medo de se comprometer, ainda mais por meu pai ser policial.

Taehyung: - Mas então como você se virou?

S/N: - Eu dormi na rua por cerca de duas semanas. Dormia em bancos de praças, usava os banheiros públicos do metrô e saunas de banhos. Minha sorte foi que não estávamos no inverno, mesmo assim passei muito frio. Eu fiquei gastando minhas poucas economias. Um tempo depois, vagando pela cidade, eu conheci a Mi-kyung, que hoje é minha vizinha. Ela me viu, grávida de sete meses, contando moedas pra poder comer alguma coisa. Mi-kyung me pagou um almoço, ouviu minha história e depois me trouxe pra casa dela. Eu estava doente, com pneumonia, tinha muita febre, estava desidratada e com anemia. Ela e a mãe cuidaram de mim até a Sun-Hi nascer, e depois disso ficaram com ela para eu poder trabalhar.

Taehyung: - Você sente falta deles? Dos seus pais?

S/N: - Na verdade eu não tenho muito tempo para pensar no que sinto. A raiva maior passou, mas a mágoa ficou, pois agora eu tenho uma filha e sei que jamais faria com a Sun-Hi o que eles fizeram comigo. E eu sinto muita falta do meu irmão... Chorei muitas noites até adormecer, sentindo falta dele.

Taehyung: - Você não tentou entrar em contato com ele?

S/N: - Tentei, mas não consegui. Liguei diversas vezes no número dele que eu tinha, mas estava desligado.

Taehyung: - Você não merecia passar por tudo isso.

S/N: - Minha vida melhorou um pouco depois que consegui dois empregos, cerca de seis meses atrás. Hoje já não conto moedas pra poder comer. E durmo em uma cama confortável. Mas é ruim não ter ninguém...

Taehyung: - Não me conformo que nenhum dos avós conheça esse anjo que você tem em casa, S/N.

S/N: - Nem eu. Mesmo nos meus piores dias... quando eu olho pra ela, quando ela sorri pra mim... eu realmente tenho esperanças de que tudo vai melhorar.

Taehyung: - Tudo vai melhorar, sim. Eu vou te ajudar.

S/N negou com a cabeça.

S/N: - Não!

Taehyung: - Calma! Eu não disse que ia te sustentar, S/N.

S/N mordeu o lábio.

S/N: - Desculpa. Tenho estado sozinha durante tanto tempo que me tornei orgulhosa, eu acho.

Taehyung sorriu.

Taehyung: - Não é ruim ser orgulhosa, mas é bom saber aceitar ajuda, ou pelo menos, tentativa de ajuda. Ainda vou pensar como, mas quero te ajudar. Pelo menos a conseguir um emprego que pague bem, para que você não precise se sacrificar tanto.

Dream so far awayOnde histórias criam vida. Descubra agora