Capítulo 14

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Certamente ele já planejava o piquenique, não tinha dúvidas, agora se tinha algo subentendido naquilo eu não saberia dizer ao certo. As coisas da cesta foram postas em cima de um pano azul por ele, desde frutas à pãezinhos e bolos, não posso negar que não fiquei impressionada e grandemente lisonjeada. Os girassóis agora estavam em um recipiente com água, e um em meus cabelos, que ele colocará, aquilo era a coisa mais fofa que alguém já fez por mim, não digo apenas pela flor, mas sim por tudo.
Eu não me sentia mais nervosa, era como se fossemos amigos, e ele aparentemente gostava daquilo, não é que eu não me importasse com quem ele era, mas é que não influênciava na minha visão dele como pessoa, ele estava ali como apenas Shawn, e não como o cantor Shawn Mendes.

Comemos e ficamos por um tempo em silêncio apreciando a paisagem, não importava quantas vezes eu tenha estado ali, sempre era como se eu não estivesse no mesmo lugar, o aroma parecia outro, as flores exalavam seu perfume dando um toque doce ao ar puro, o barulho da água, os animais, tudo me acalmava, fazia eu me sentir leve, perfeitamente mágico.

- Quer mais suco ? - perguntou ele.

- Não obrigada. - sorri - Aposto que a tensão de uma turnê é grande, como você sente? Mais calmo?

- É tudo muito emocionante, bastante adrenalina, eu amo o que faço. Mas se eu dissesse que não fico um pouco nervoso e cansado eu estaria mentindo. - sorriu.

- E mesmo se dissesse eu não acreditaria, além do mais, você não é um robô, todos precisamos de um descanso, se desligar por segundos de tudo, e só respirar um ar puro como esse. - inspirei fundo, e olhei para seus olhos, que agora emitiam um olhar de surpresa e alegre.

- Você está certa - riu - Agora me diga, como se sente?

- Eu estou bem, se está se referindo ao meu braço, ele está melhor. Só não posso fazer esforços, por mais algum tempo.

-Fico muito feliz que esteja melhor. -murmurou.
Após alguns minutos o silêncio se perderá ao som do riso dele, levantei o olhar do copo e observei seu rosto que agora estava com uma expressão de divertimento.

- O quê é tão engraçado? - indaguei.

Ele se limitou a me olhar ainda com o sorriso e disse:

- Você iria mesmo usar spray de Pimenta em mim? - perguntou tentando parecer ofendido.

- Eu tinha que me proteger de alguma forma, eu não tinha a certeza absoluta que era mesmo você... - voltei a olhar para o copo, de forma que ele não percebesse meu constrangimento, e acrescentei- O que queria que eu fizesse?
Levantei me e ele fez o mesmo, começamos a caminhar pela margem do lago olhando para água que agora refletia ao pôr do sol.

-Bom eu não sei dizer, não sei o que eu faria... - suspirou e passou os dedos nos cabelos e disse - Você é diferente, única...

Quando a frase chegou ao meus ouvidos, engasguei com o pedaço de pão que tinha acabado de colocar na boca, um minuto depois os braços dele estavam junto ao meu, impedindo que eu caísse no lago após ter tropeçado em uma pedra. Ele colocou uma das mãos na minha cintura já que a tipoia o impedia de segurar meu braço, me virou de frente para ele e deu um passo para trás, nos afastando da margem do lago, seus olhos refletiam algo que eu não soube identificar no momento, um brilho único.

- Talvez... - sua voz saiu como um sussurro - Talvez eu diria pra não entrar em carros de estranhos, mas eu tenho certeza que já sabe disso. - riu- Mas agradeço por ter vindo, é ótimo estar aqui com você.- novamente o tom da sua voz saiu rouca e baixa.

Sua outra mão se deslocou para minha coluna me aproximando mais dele, o calor de suas mãos traspassando pela minha pele, seu perfume passeava pelo ar de forma quase intorpecente, ele estava perto o bastante para ver os mínimos detalhes de seus olhos, tinham cores únicas, todos sabiam que aqueles olhos sempre apresentavam uma cor diferente em determinadas fotos. Mas pessoalmente eram sem igual, minha respiração estava acelerada, os olhos dele fixos no meu com um vislumbre de um brilho ardente, o vento balançando seus cabelos, as folhas voavam com a movimentação dos ganhos, trazendo um ar de romantismo. Ele enclinou a cabeça para baixo até que seus cabelos tocaram meu rosto, sentia sua respiração tão próxima, os lábios distantes do meu por centímetros.
E quando pareceu que seus lábios finalmente iriam tocar os meus, alguém o chamou. Ele apenas inclinou o rosto na direção que havia vindo a voz segundos antes, o motorista disse que eles precisavam ir, ele se afastou de mim, eu permaneci imóvel.
O que tinha acabado de acontecer? Nem ao menos teve a chance de me beijar! Mas que droga!

Quando as Folhas Caem // Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora