Aos Deuses

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derramei a tinta sobre o meu corpo, na qual transformei em tela.
aos deuses cantei bem alto,
clamando pelo fogo das fogueiras de Hestia e
recebi a magia de Hecate, que correu em minhas veias como um furioso raio.
na primavera dancei em suas colheitas,
vesti-me de branco honrando minha pureza divina.

simples sacerdotisa dos deuses pagãos
que habitam aquele imenso monumento que estás a chamar de Olimpo.

vi Apolo cantar no verdes campos e as jóias do mundo inferior enfeitar vossas altezas;
senti o poder das armas de Hefesto e vi os guerreiros rezarem ao seu patrono enquanto outros buscavam a sabedoria para atingir a vitória.

fui de Afrodite a mais proveitosa filha, fui de hades a mais reclusa jóia, fui de Artémis uma enorme decepção ao negar juntar-me a sua caçada e dispensar por então a pureza eterna.

servi com gosto a deusa da magia,
senti na alma as brincadeiras de afrodite e com elas fiquei mais forte.

contraditório? quem sabe
só sei que dessa vida aproveitei o que pude com a tinta que pelo meu corpo percorreu.

sem mais medo toco a face de Tânatos,
gêmeo de Eros, sua beleza é assustadora.
no julgamento final apenas sorrio sabendo das minhas escolhas, voltar mais duas vezes e aproveitar as travessuras desse mundo.

Moon.

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