2| Cobertas de bichinhos e beijos avassaladores

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Armin

Nina estava suspeitamente quieta, eu podia ouvir sua respiração ainda descompassada, a memória do biquinho adorável que ela fez quando me afastei estava cravado em minha mente. Coloquei o chocolate quente em duas canecas de porcelana, dando uma delas a Nina, que me olhava de maneira atenta. Aqueles olhos escuros como ébano me perturbavam, me deixavam instável, como se a qualquer instante eu pudesse perder o controle e atacá-la como eu queria a muito tempo. Suas bochechas ainda estavam coradas, elas me davam vontade de testar o quão vermelha ela podia ficar. A ajudei a descer da bancada e fomos até a sala, nos sentamos e ficamos observando a chuva cair sobre a janela de vidro, as gotas escorrendo timidamente.

Me virei para ver Nina se encolhendo, mesmo que estivesse com um chocolate quente em mãos ela ainda estava com uma roupa que mal a cubria. Me senti penalizado com seu corpo pequeno encolhido e subi para pegar uma coberta. Quando desci Nina tinha ligado a TV em um canal onde passava um anime engraçadinho. Joguei a coberta sobre suas pernas, a fazendo ter um sobressalto, em seguida ela me deu um sorriso agradecido e se ajeitou sob a coberta.

– Que coberta fofa. – disse, passando os dedos sobre os bichinhos que tinham na coberta. Sorri e me enfiei nas cobertas também, mas não me senti satisfeito e a puxei para que ficasse entre minhas pernas, assim ela ficaria mais quente e eu poderia ficar embrulhado adequadamente. Minha namorada soltou um gritinho e corou violentamente, mas logo se aconchegou timidamente, passei meus braços em volta da sua cintura e apoiei meu queixo em sua cabeça.

– Que anime é esse?

– Gekan Shoujo. É fofo e engraçadinho. – senti que ela sorria enquanto falava e isso foi o suficiente para que eu sorrisse também.

– Hm. – resmunguei, sentindo sua perna deslizar perigosamente na minha. Nina fazia tudo na inocência, sem saber o efeito que causava em mim. Sua cabeça encontrou repouso no meu ombro e não pude reclamar quando seus dedos se entrelaçaram aos meus.

O problema começou quando ela se ajeitou e a blusa subiu, fazendo com que minha mão entrasse em contato direto com sua pele suave. Senti seu corpo se arrepiar e então se arquear na minha direção enquanto um suspiro contido e surpreso saia de seus lábios. Não pude deixar de fechar os olhos com o som que me deixou zonzo por alguns instantes. Virei seu corpo para que ela ficasse de frente para mim e, consequentemente, no meu colo. Suas pernas me envolviam, uma de cada lado do corpo, os chocolates quentes foram parar no chão rapidamente, para que não tivéssemos tempo de pensar no que fazíamos. Suas mãos voaram em direção ao meu cabelo, enquanto uma das minhas se mantinha presa em sua cintura quente e a outra puxava sua nuca, a aproximando de mim até que meus lábios cobrissem os seus. Um suspiro escapou de ambos enquanto eu sentia sua língua macia adentrar na minha boca. Era bom beijá-la, mas era melhor ainda quando ela estava tão entregue a mim que se permitisse ficar no meu colo, que permitisse que eu deixasse minha mão sob a camisa. Era um perigo ter apenas três peças de roupa nos separando, mas o perigoso parecia cada vez mais saboroso. Conforme o beijo se intensificava, mais o calor entre nós aumentava e logo a coberta foi jogada para o lado. Seu corpo se pressionou contra o meu, me fazendo encostar as costas totalmente no sofá, seu corpo praticamente cobrindo o meu. Eu não tinha mais controle sobre o que eu fazia, apenas sentia. Sentia seus dedos passando com curiosidade sob minha blusa, meus dedos acariciando suas costas, subindo e descendo, incitando. Eu me sentia totalmente embriagado e sabia que poderia tirar as roupas dela e as minhas ali mesmo, mas eu não podia desconsiderar ela. Não quando aquela seria a primeira vez dela. Com dificuldade soltei seus lábios e lhe dei um selinho antes de colocar meu rosto na curva de seu pescoço. Seu perfume suave estava me deixando louco, mas ao mesmo tempo me lembrando do quanto Nina era importante para mim e que eu não podia dar à ela menos do que ela merecia.

Respirei fundo, tentando acalmar minha respiração antes de depositar um beijo na região de seu pescoço e levantei minha cabeça. O rosto de Nina estava totalmente corado e sua respiração era descompassada, além de seus olhos fechados e lábios inchados. Mordi meus próprios lábios e a esperei abrir os olhos. Quando ela o fez vi suas pupilas totalmente dilatadas, o desejo brilhava em suas íris escuras, quase me tirando novamente o controle.

– Acho que está tarde, quer dormir aqui? – perguntei, limpando a garganta em seguida ao perceber que ela estava mais rouca que o normal.

– Sim. – sua voz aveludada respondeu, ao contrário de mim, ela não se deu ao trabalho de disfarçar a rouquidão.

Havia uma gratidão explícita em seus olhos, uma compreensão que me fez relaxar, apesar de eu poder ver claramente que uma parte dela estava frustrada, e talvez nem ela entendesse essa frustração. Fomos para o meu quarto e eu lhe emprestei minha escova de dentes, depois eu mesmo a usei para tirar o bafo de chocolate. Quando nos deitamos eu a puxei para mim, a fazendo deitar sobre meu peito. Beijei sua testa e puxei a coberta de bichinhos sobre nós. Agora ela tinha um novo significado para mim.

Eu poderia dizer que havia perdido, dado Game Over. Mas eu tinha aprendido que às vezes era melhor perder, principalmente se isso significava que eu fazia uma certa pessoa feliz.

Sorri antes de adormecer, com Nina entre meus braços.

Game Over ⋆ ArminOnde histórias criam vida. Descubra agora