1| Chuva torrencial e chocolate quente

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Nina

Bati na porta de maneira frenética, Armin precisava estar em casa, ou eu o esganaria, não queria de jeito nenhum pegar um resfriado pela chuva que caía agora. Maldita hora em que eu decidi que seria legal vir aqui com o céu anunciando que ia desabar. Abracei meu corpo e escutei o som da porta se abrindo e Alexy surgiu impecável em uma roupa social.

- Não me diga que vão sair agora! - gemi, olhando para meu melhor amigo com minha melhor cara pidona. Ele fez uma expressão culpada.

- Desculpa, mona, você não avisou que viria! Eu e meus pais vamos sair, mas o Armin vai ficar aqui, aquele antissocial. - Alexy fez uma careta engraçada de repúdio e me deu espaço para que eu passasse. Sorri para ele e entrei tremendo dos pés a cabeça. Os pais dos gêmeos me cumprimentaram e depois de uma conversa rápida disseram que iriam passar o fim de semana na casa de um parente, e que Armin não queria ir, por isso ficaria. Vitória ainda fez questão de me informar que tinham cookies em um pote vermelho e que o gamer estava no quarto dele. Me despedi deles e tranquei a porta, subindo as escadas depois de pegar um cookie com gotas de chocolate da tia Vitória, eles eram os melhores.

Entrei no quarto sem bater e vi Armin concentrado na tela do computador, me aproximei em silêncio e tapei seus olhos com minhas mãos, não falando nada para que ele não descobrisse quem era. Armin deu um pulinho de susto e depois sorriu, segurando minhas mãos e as puxando ao mesmo tempo em que virava a cadeira de rodinhas. Acabei sentada em seu colo, olhando para seu sorriso divertido e seus olhos incrivelmente azuis de perto.

- Nina! - disse meu nome devagar, como se fosse uma oração. Mas sua voz rouca provocou arrepios nada santos por todo meu corpo, e fez meu rosto se avermelhar.

- Como adivinhou? - perguntei, tentando manter minha concentração nele e não em seu perfume que me envolvia ou em como sua mão na minha cintura era quente. Meu namorado alargou o sorriso e se aproximou até deixar nossos rostos a centímetros de distância, eu conseguia sentir seu hálito quente.

- Eu reconheço seu perfume facilmente, além de que essas mãozinhas são impossíveis de serem confundidas com as de outro alguém. São tão pequenininhas. - ele me deu um selinho, lambendo os lábios fazendo uma expressão satisfeita. - Cookies com gotas de chocolate.

- Sua habilidade de identificar essas coisas é completamente inútil. - zombei, recebendo um cerrar de olhos como resposta.

- Não quando isso deixa seu gosto ainda melhor. Nina e chocolate, tem combinação melhor? - provocou, soprando na minha boca. Estava quase fechando os olhos e me deixando render pelo momento quando lembrei das minhas roupas molhadas e que devia estar passando água para as dele também. Dei um pulo para sair do seu colo e Armin me olhou interrogativo.

- Estou ensopada, vou molhar você desse jeito. Posso pegar uma roupa sua? - me expliquei, sentindo minhas bochechas pegando fogo. Ele sorriu e descansou o rosto nas mãos, o cotovelo apoiado no braço da cadeira.

- Tudo que você quiser, Marina. - ele disse meu nome com uma lasciva que me deixou encabulada. Peguei uma de suas camisetas que ficava enorme em mim e me sequei no banheiro antes de vesti-la. Era confortável e tinha o cheiro do Armin, o que a deixava acolhedora. Voltei para o quarto e Armin estava sentado na cama, olhando para o nada, ele voltou seus olhos para mim quando percebeu minha presença e pareceu satisfeito ao me olhar dos pés a cabeça, sem contar o sorriso sacana pregado em seu rosto e as bochechas rosadas. - Vou fazer chocolate quente, vamos?

Mordi o lábio, imaginando a bebida quentinha e deliciosa e assenti. Ele entrelaçou nossos dedos e descemos até a cozinha assim. Era bom sentir sua mão contra a minha, quente e firme. Me fazia relaxar e querer me encostar nele apenas para ter paz, uma paz que só ele podia proporcionar. Chegamos na cozinha, eu me sentei na bancada e o assisti preparar o chocolate quente com uma calma incrível. Armin podia não gostar de esportes, mas eu tinha visto que ele tinha uma afeição especial no preparo de comidas. Em outras palavras, ele gostava de cozinhar. Sorri, pensando em quanto ele ainda podia me surpreender. Meu namorado arqueou uma sobrancelha e desenhou o formato do meu sorriso com o dedo suavemente.

- Por que está sorrindo assim? - perguntou, colocando suas mãos na minha cintura, ficando entre minhas pernas. Eu já podia sentir o cheiro de chocolate impregnar o ar, fazendo-me sentir minha boca salivar em antecipação. A visão de Armin assim tão perto de mim também não era nada ruim.

- Estava me perguntando quando você vai parar de surpreender. - enlacei seu pescoço com meus braços, enfiltrando meus dedos em seus cabelos macios. Me inclinei e depositei um selinho displicente em seus lábios. O que era um beijo rápido se tornou mais ardente e eu estava quase me derretendo contra ele quando ele se afastou, tirando as mãos de mim. Seus lábios estavam vermelhos, assim como os meus deviam estar, e suas pupilas dilatadas me convidavam a puxá-lo de volta para mim.

- Você vai me fazer queimar o chocolate quente. - deu um sorriso de canto de boca, dando um beijo na minha bochecha antes de se voltar para o que estava fazendo. Tive vontade de protestar, mas sabia que ele sabia o que estava fazendo, então fiquei quieta.

Game Over ⋆ ArminOnde histórias criam vida. Descubra agora