Capítulo II

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Pov's S/n

Eu me pergunto às vezes, como as pessoas conseguem sorrir o tempo inteiro? O que elas tomam ou fazem?

Eu não sou assim, quer dizer, pelo menos tento não lembrar do meu passado não tão feliz assim, mas é difícil.

Acordo, faço minha higiene matinal, me arrumo e desço pra tomar café.

- Bom dia! Acordou tarde hoje. - Diz Lurdes.

Lurdes é a empregada da casa e minha fiel escudeira, posso contar com ela pra tudo na minha vida.

- Bom dia. Cheguei tarde do trabalho ontem. - Digo pegando uma maçã que estava na fruteira em cima da mesa da sala de jantar.

- Uhm... Seu pai disse que assim que você acordasse era pra você ir no escritório dele. Ele quer conversar com você.

- OK. Vou ver o que ele quer. - Dou uma mordida na maçã enquanto subo as escadas indo em direção ao escritório.

(...)

Bato na porta e escuto um "Pode entrar", entro, e o encontro sentado em sua cadeira atrás da mesa de escritório com vários papéis, mexendo no computador.

- Eai pai, Lurdes disse que você queria falar comigo. - Digo enquanto termino de comer a maçã.

- Então filha, senta aí. - Antes de fazer o que ele pede, jogo o resto da maçã em um lixo que tem do lado da mesa. - Antes de tudo, não fique brava e nem chateada com o papai, tá bom? - Diz com o semblante meio nervoso.

- Vou pensar no seu caso. - Falo desconfiada.

- Você vai se casar. -

- O QUE?! COMO ASSIM? - Pergunto gritando.

- Calma filha, entenda, é pelos negócios da empresa que um dia vai ser sua, TUDO vai ser seu, eu estou fazendo isso por você, pro seu bem. E você não está com ninguém, nem interessada em ninguém, pelo o que eu saiba. - Explica calmamente.

- E como o senhor pode saber disso hein?? - Pergunto arqueando a sobrancelha.

- Você teria me contado. - Simplesmente diz.

- Mas pai, eu nem a conheço! Nem sei quem ela é! -

- Você vai gostar dela filhota, ela é bonita. E eu já resolvi tudo com o pai dela. -

- Mas uma vez você me disse que pra casar teria que ser por amor. - Digo tentando escapar.

- Eu sei filha... - Diz suspirando. Ele se levanta de sua cadeira e vem até mim, ficando na minha frente. Ele segura em meu ombro e olha nos meus olhos. - Mas entenda, por favor, eu e o Jauregui estamos numa "guerra" à anos. Você sabe disso, você trabalha e está junto comigo nessa. - Afirmo com a cabeça - Então, esse foi o jeito que eu achei pra acabar com essa rivalidade, e eu não vou precisar ficar trabalhando até tarde para planejar algo mirabolante pra não deixar ele nos ultrapassar com a ideia dele.

- Entendo... - E eu realmente entendia. Quando criança, eu ficava acordada até altas horas esperando pelo meu pai, pois ele tinha me prometido que quando ele chegasse do trabalho, nós poderíamos finalmente brincar juntos e assistir aos meus filmes favoritos. Mas ele sempre quebrava a promessa. Nunca tinha muito tempo pra mim. Estava sempre ocupado com a empresa, e o tempinho que sobrava ele dava atenção pra minha mãe. - Você promete que depois disso você vai ter mais tempo pra mim? - Pergunto lhe olhando nos olhos.

- É claro meu bebê. - Me responde sorrindo. - Vem aqui, dá um abraço bem apertado no pai. - Diz abrindo os braços.

E assim eu fiz, o abracei como se a minha vida dependesse daquilo.

- Eu te amo tanto, tanto, tanto filha. - Sussurra no meu ouvido.

- Eu também te amo muito papai. - Falo o apertando mais ainda.

O relacionamento com o meu pai sempre foi assim, quando sobrava um tempinho pra mim. Ele sempre foi atencioso, carinhoso, engraçado, e principalmente, sempre se importou comigo.

- Não está brava comigo? - Diz se afastando.

- Não. - Respondo dando um sorriso de lado.

- Ufa! Ainda bem! Eu não aguentaria te ver todo o dia me olhando com cara feia, ou pior, nem olhar na minha cara e ficar sem falar comigo. Isso iria doer muito. - Fala sorrindo.

Dou risada.

- Então, eu irei me casar com a filha do Jauregui? - Pergunto me sentando de novo e vendo ele fazer o mesmo.

- É essa a ideia, vamos juntar as empresas. - Explica.

- Entendi... Como é o nome dela? -

- Lauren. - Diz ele sorrindo.

- Bom... Eu tenho 23 anos, já está na hora de ter responsabilidades maiores. -

- Muito bem, fico muito feliz que você pense assim filhota. - Fala aumentando o sorriso.

Ficamos conversando mais um pouco, depois o deixei sozinho para terminar o seu trabalho.

Acho que isso não vai ser tão ruim. Eu espero...

...

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Créditos à wattaled2

Acordo (Lauren/You) Onde histórias criam vida. Descubra agora