Capítulo VI

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POV - S/n

    Depois daquele dia na casa dos Jauregui, eu marquei de sair com Lauren. E é exatamente o que estou indo fazer agora. Estou indo buscá-la para darmos uma volta, já que prometi para ela que iriamos fazer esse casamento funcionar.

    Quando estaciono o meu carro na frente da mansão, meu celular toca. Meu pai.

–  Oi pai. –

– Oi filha! Só liguei pra te passar as instruções. – Que?!

– Que instruções? – Pergunto confusa.

– De como se comportar e como tratar bem uma garota! – Ele diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Ele tá zuando com a minha cara, só pode ser!

– Pai relaxa! Eu não sou mais criança, até parece que eu vou fazer a garota sair correndo! – Digo incrédula.

– Bom, de você eu não duvido nada né... – OI???

– Como é que é?! – Pergunto irritada.

– Tenho que desligar, tchau filha! Bom encontro pra vocês! – Fala apressado e desliga na minha cara.

    Eu não estou acreditando no que eu acabei de ouvir!

    Depois de me recompor, me olho no espelho do retrovisor, dou uma arrumadinha no meu cabelo e uma leve bagunçada, deixando-o de um jeito mais “descolado”. Arrumo a minha jaqueta de coro e saio do carro em direção a porta da mansão. Chego em frente a porta e toco a campainha, sou atendida pela empregada e entro.

– A senhorita Lauren já está descendo. – Me avisa e sai.

    Pouco tempo depois escuto alguém descendo as escadas. Olho para ver quem era e...WOW. Eu tenho certeza que o meu queixo está no chão e eu devo estar babando. Como alguém pode se vestir de uma forma tão simples e estar tão linda?! Ela estava com uma maquiagem bem leve no rosto, quase imperceptível, vestida com uma camisa branca simples, calça jeans preta rasgada nos joelhos e calçando coturnos.

– Nossa... Você está... muito linda. – Digo me aproximando.

– Obrigada. – Ela diz corando. Ela é muito fofa! – Você também está muito bonita.

– Valeu. – Falo sem jeito. – Bom, vamos tocar aonde? – Sorrio pra ela.

– Como? – Me olha confusa.

– É, já que estamos combinando né. – Digo e ela ri. Que risada mais FOFA! Meu Deus! Eu quero muito apertar as bochechas dela! – Então... vamos? – Estendo minha mão e ela segura entrelaçando os nossos dedos.

– Vamos! – Ela diz dando um sorriso lindo.

...

    Estamos em um parque, fazendo piquenique e conversando. Eu já tinha gostado dela antes, agora eu gosto um pouco mais. Ela é muito inteligente, fofa, engraçada, linda, sexy. Resumindo ela é incrível. Ela não é como as outras, que só ficam falando quanto dinheiro o papai tem e essas coisas. Ela é simples e incrível.

– Eu simplesmente amo O Senhor dos Anéis. Por mais que seja bem extenso, eu já assisti até as versões estendidas dos três filmes. – Falo e olho pra ela, que está sentada ao meu lado.

– Como você consegue ficar acordada o filme todo? – Pergunta incrédula.

– Ah, sei lá, eu apenas amo demais, então acabo prestando atenção em tudo. – Falo rindo e ela ri comigo. Nesse momento eu acabo me perdendo no sorriso dela. E pelo jeito, não sou só eu que estou perdida. Ela vem se aproximando devagarinho, até que eu sinto algo duro bater na lateral do meu rosto e uma dor muito forte me atingir. Uma bola de futebol. E eu me deito no chão com as mãos no rosto, gemendo de dor.

– Ai meu Deus! Me desculpa moça! – Escuto um cara dizer e sinto ele se aproximar de onde estávamos.

– Tá tudo bem. – Digo baixinho com a voz falhando e com vontade de chorar.

– Não, não tá tudo bem! – Ouço Lauren dizer irritada. Tiro uma das mãos do rosto para ver o que está acontecendo, ela estava encarando o rapaz com um olhar mortal.

– Me desculpem. – O rapaz diz e sai correndo com a bola. Assim que ele sai, Lauren volta a atenção pra mim e me olha com carinho.

– Deixe-me olhar isso. – Diz mais calma. Ela se inclina pra perto do meu rosto, quase se deitando em cima de mim. Tira a minha mão da frente e faz carinho na minha bochecha. Resmungo de pela dor que estava fazendo o meu rosto latejar. – Vai ficar roxo. – Ela fala rindo de leve.

– Do que você tá rindo? – Digo emburrada.

– Desculpa... Por mais que eu quisesse socar a cara daquele rapaz, foi um pouco engraçado..., mas só um pouquinho. – Ela diz rindo mais. – E não faz esse bico. – Diz passando o polegar nos meus lábios.

– Por que não? Eu estou em todo o meu direito de fazer bico. – Falo emburrada.

– Tá doendo muito? – Pergunta preocupada e morde o lábio. Provavelmente pra não rir da minha desgraça.

– Tá. – Digo sem jeito e desviando o olhar.

– Vou dar um beijinho pra sarar então. – Ela fala e dá um beijo delicado na minha bochecha. – Aqui tá doendo também? – Diz contornado os meus lábios com a ponta do indicador. Volto a olhar pra ela e vejo seus lindos olhos verdes brilharem.

– Não me lembro de a bola ter batido aí, mas acho melhor você dar um beijinho pra sarar também, só por precaução. – Não custa nada tentar, né?

    Ela dá uma risadinha e encosta seus lábios nos meus. Damos um selinho bem demorado. Subo uma das minhas mãos para a sua nuca e a entrelaço nos cabelos dela. Aprofundo o beijo e sinto uma sensação de euforia na boca do meu estomago. Depois de um tempo, escuto o estalo de nossos lábios ao se separarem.

– Ainda tá doendo? – Pergunta cerrando os olhos em minha direção.

– Agora passou. – Sorrio travessa.

– Passou, né?... Vamos embora, temos que colocar um gelo aí, tá começando a ficar roxo. – Diz rindo.

    Então nos levantamos, recolhemos as coisas, colocamos no carro e fomos em direção a casa dela.

...

    Chegamos na mansão Jauregui, Clara e Mike vieram nos receber.

– Minha nossa o que aconteceu no seu rosto?! – Clara pergunta assustada.

– Um idiota acertou uma bola na cara dela. – Lauren diz um pouco irritada. Acho que por ter que lembrar do rapaz que me machucou.

– Nossa... Isso dói. Me lembro das vezes que eu estava brincado de pênalti com o Chris. É claro que eu que tinha que ser o goleiro né! – Diz fazendo careta. Acabo rindo, mas resmungo de dor logo depois.

– Vai na cozinha colocar um gelo nisso! E já! – Clara fala pra mim. Com isso Lauren me puxa até a cozinha. Me sento em uma das banquetas da bancada. Pouco depois Lauren vem em minha direção com um saco de gelo, ficando no meio das minhas pernas.

– Vai doer um pouquinho. – Ela diz colocando o saco de gelo no meu rosto.

– AU! Tá queimando! – Falo desesperada.

– Já vai passar! – Fala rindo de mim. Resmungo e me deito no ombro dela com o lado que não foi atingido. Me ajeito um pouco mais, ficando com o rosto na curva do pescoço dela. Tão cheirosa. Sinto a outra mão dela me fazer cafuné. Isso é tão bom.

    Acho que posso me acostumar com a ideia de fazer esse casamento arranjado dar certo.

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VOLTEEEI!!!

Acordo (Lauren/You) Onde histórias criam vida. Descubra agora