Peço desculpas por todas as vezes que o deixei tropeçar nas calçadas por estar tão concetrado nos detalhes de sua beleza, que a cada dia parecia aumentar.
Peço desculpas também por nunca responder quando dizia...
"Você é meu melhor amigo, Harry."
Pois quando dizia isso, seu rosto coloria, e seus olhos, sempre perdidos, iam de encontro ao chão.
Quando dizia isso, lembrava-me dos nós que se recusavam a desembaraçar em minha mente.
"Não sabe o quanto queria saber como você é. O quanto desejo poder te ver."
Mal sabia ele que já via partes de mim que nenhum par de olhos, fossem claros, escuros, brilhantes ou opacos, jamais veriam. Louis podia ver a vergonha que eu sentia ao segurar sua mão para orientá-lo, e creio que podia ver minha felicidade a cada vez que seu sorriso tão puro e vero formava-se quando isso acontecia.
Minha mão caminhou lenta até a sua através de minha perna direita, e naquele momento, nossos dedos entrelaçaram-se pela primeira vez. Louis deu um pulo pela pequena surpresa e aqueles grandes espelhos ficaram ainda maiores. A cada centímetro que minha mão viajava com a sua pelo ar, batidas ficavam mais fortes e rápidas em meu peito. Seus dedos chegaram ao destino: o ponto intermediário entre minhas raízes e testa. Minha mão, que cobria a sua com facilidade, deslizava em saída para que a sua tivesse a liberdade para explorar e sentir os traços que desejasse, para ir aonde seus instintos o levassem.
Uma linha reta e curta fora traçada para baixo com seu dedo indicador, com a mesma velocidade e compasso de uma folha de bordo arrastando-se pelo chão de pedra pelos ventos suaves de outono.
Parou ali.
Sua respiração ofegante saía por seus lábios entreabertos, e suas maçãs, tingidas por tons de rosa.
Continou para o lado direito de minha face. Por meus cílios as pontas de seus dedos se aventuravam, migrando diretamente para os ossos malares em meu rosto. Já os meus olhos, por instinto, cerraram-se enquanto eu sentia aquele trajeto ser percorrido tão serenamente.
Pude sentir meu corpo baixar de temperatura por alguns segundos quando sua mão esquerda tocou o outro lado de meu rosto, e o trajeto continuava.
Depois de suas duas mãos envolverem meus cachos em sincronia, seus polegares foram magnetizados para o lugar onde eu mesmo desejava que ele sentisse. Com o apoio de sua mão em meu queixo, seus dedos percorriam meus lábios tão suavemente... passavam por todos os milímetros possíveis e imagináveis, causando um sentimento que eu já havia sentido antes. Havia sentido com Louis. E apenas com Louis. Como quando ele sorria e todo o meu mundo de repente parecia fazer sentido. E minha passagem por esta vida parecia não ser mais em vão. Quando Louis sorria, como ele fez naquele momento, eu tinha vontade de gritar para o mundo com todas as minhas forças e com todo o meu ar...
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Neptune (AU! Larry Stylinson)
Fanfiction"Como explicar as cores para alguém que em toda sua vida, nunca viu uma rosa, o céu, ou o sol?" (Harry POV)