"Querida Sana...
Hoje, tomei-me uma decisão e, em meio a influenciável potência tecnológica, rebelo-me contra a vontade do capitalismo durante alguns minutos e, à moda antiga, escrevo-te uma carta.
Qual minha decisão? Contarei-lhe, mas antes, peço que sente-se num lugar confortável, proteja-se com tua melhor coberta, e, caso queiras, tome em mãos uma bela xícara de café ㅡ pode ser aquela de unicórnios que dei-te em seu décimo nono invernoㅡ com um pouco de café adocicado, como gostas. Peço-te também, de antemão, que estejas a sós, talvez em teu bem decorado quarto. Conheço teu coração empático, que a permite pôr-se no lugar do próximo. Então, aproveito-me para também pedir que deixe ao lado uma caixinha de lenços, como aquelas que sempre deixas contigo ao assistir um filme triste, apenas por presciência, pois sei que choraras em compaixão. Mas por favor, lhe imploro, não chores por tristeza. Minha alma nunca poderia ficar em paz se soubesse que chorastes, triste, por minha causa.
Desejo, acima de tudo, que prometa-me algo.
Prometa-me que ao fim dessa carta, irá queima-la e deixar que as cinzas voem com o vento, para o mais longe possível. Não quero que torne a lê-la e insista em algo que já se foi. Jure em voz alta e então imagine nossos mindinhos se entrelaçando e nossos polegares se tocando, num selar.
Sabes o quão difícil sempre foi para mim expressar-me. Lembro-me de ver em meio ao brilho encantador de seus olhos preocupação sempre que via-me abatida, mas não me questionava. Sabia que eu nunca diria.
Então, Minatozaki Sana, confio em tuas mãos esta carta, eternizadora dos meus mais puros sentimentos, minhas mais profundas angústias e minhas mais fortes emoções.
E, agora sim, começarei a carta mais triste.
Há anos algo vem me consumindo.
Não sei quando iniciou-se, nem o porquê, mas vem me matando lenta e dolorosamente.
Sabes o quanto em minha vida, fui sempre atormentada por pequenos azares que mesmo minúsculos perto do azar que outras pessoas certamente tinham, causavam problemas em minha vida que, me perdoe, mas eu nunca tive força suficiente para aguenta-los.
A verdade é que sou frágil.
Não pude evitar sentir-me extremamente devastada quando mais uma vez meus pais anunciaram uma mudança nossa, agora para outro país. E aos 12 anos de idade, mudaria de casa pela oitava vez.
Mas tudo bem agora, certo?
Em meio a tristeza de ter sido, mais uma vez, afastada de meus amigos, tive o privilégio de conhece-la e tornar-me tua amiga.
Minhas amizades nunca duraram muito, de qualquer maneira.
Mas não posso mentir. A partir daí, tudo passou a dar errado, ou então eu me tornei mais frágil.
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The Saddest Letter - Mina/Sana {Twice}
FanfictionDe: Mina. Para: Sana. "Eu estou respirando, mas por que não me sinto viva? Estou paralisada." Onde Mina toma uma decisão e relata à Sana através de uma carta o que levou-a à isso. "Então, Minatozaki Sana, confio em tuas mãos esta carta, eternizador...