Anos 503 - Interior do Leste
Sempre será difícil controlar o gasto de recursos naturais como: água, carne, medicamentos etc. É por isso que diante do cenário de um grande aumento na população de Contens, o império implementou a lei "Abortar". Na qual foi estipulado que um intervalo de 5 anos sem nascimento de crianças seria essencial para o racionamento e preparo do mundo para uma possível escassez.
A medida causa polêmicas e demorou a ser de fato seguida. Sua criação surgiu em meados dos anos 300, já a sua efetividade foi notada e consolidada próximo de 350 anos de nossa história. Esta determinação previa que neste período as mulheres dos 4 lados do mundo não poderiam ter filhos. Caso acontecesse a gestação, elas eram encaminhadas para um aborto seguro na capital. Este realizado pela família médica Teka, que inclusive atendia a família imperial.Abortar foi o método e solução impulsionado para controlar a utilização de recursos e de certa forma se tornou efetivo. Gerando com o tempo a precaução dos casais durante os 5 anos de proibição.
Como citei a lei "Abortar" foi um apoio ao discurso de Hankyou. Visto que pela idade de Kui aparentemente entre 6 e 8 anos (estipulado em 7 pelos guardas). Gerando estranhamento de todos, pois de 491 a 495 a lei abortar estava em vigor, tornando assim Kui uma criança nascida nos anos proibidos pelo Império. Além de tudo os vizinhos ficaram surpreendidos por Kui aparentemente ser filha de Meah Lee. Pois esconder a garota durante estes anos não seria uma tarefa fácil. Este fato fez com que a garota participasse de turmas da escola imperial em que os jovens tivessem uma faixa etária diferente da dela. Esta estatística talvez não fosse tão perceptível apenas por olhar a aparência das crianças, porém os boatos sobre todos acontecimentos da morte de sua mãe e sua fama de criança nascida às escuras do império geravam sempre cochichos em todo lugar que a menina passava.
Kui não frequentava outros lugares além dos citados, a casa do senhor Suma e a escola. E foi nas aulas práticas de artes marciais que a garota mais gerava olhares dos colegas. Kui estudava com dedicação e paciência, apesar de sua feição estar sempre passando um ar de irritação ou rigidez, lábios cerrados, olhar baixo, mãos coladas sempre ao corpo e pouca mudança em sua aparência. A garota usava vestes simples, blusa rosa claro, calças pretas e sapatos cinzas. Seu cabelo era negro como se não houvesse espaços entre os fios, dois coques formavam seu penteado em um estilo bem clássico de mulheres mais velhas, sua pele branca contrastando o tom de seu cabelo e olhos pequenos e puxados como se rasgassem a pele do seu rosto.
As crianças de 13 anos observavam sempre o comportamento de Kui, tentando entender o que se passava na cabeça da garota.— Ei Gam! Vai ficar aí parado? Vem jogar!!! – Gritou um garoto de passagem.
— Eu já vou. – Respondia o colega.Gam era um garoto extrovertido que estava na mesma escola de Kui, sempre que ocorria atividades recreativas e atividades físicas o menino observava Kui.
"Ela é tão pequena pra tá aqui. E ainda sim é bem forte" – Pensava o garoto.
Naquele momento Kui estava disputando uma corrida com alguns companheiros de sala, a garota se esforçava, e seus dois tufos de cabelo posicionados na cabeça como duas antenas redondas pareciam cortar o vento com a velocidade da garota.— Muito bem pessoal, ótima atividade por hoje. – Indagou o professor – não esqueçam que amanhã nós temos a prova escrita sobre a história de Contens.
As aulas acabavam conduzindo a vida de Kui, a garota estudava e buscava ir bem nos testes. No dia seguinte ela teria uma prova difícil em sua avaliação.
Após o encerramento os alunos pegaram seus pertences que ficavam na própria sala de treinamento. Kui recolheu suas coisas, mas antes de ir para casa passou no banheiro.— Eu vou falar com ela. Não deve ser tão difícil falar com alguém tão durona assim – Gam o garoto que a observou mais cedo, refletia sobre abordá-la – Mas pra que eu iria falar com ela? Vamos lá Gamus Acsu, você está com vergonha de meninas?
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Kui Lee
FantasyEm um mundo comandado pelo império real, em um sistema de absoluto controle e paz. Um assassinato destrói a infancia de uma pequena garotinha, gerando ódio e terror em seus olhos, causando o início do fim do mundo, ao menos o dela.