O OBJETIVO

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Anos 510 - Interior do Leste

— Ei! Está vendo aquela garota?
— É ela?
— Sim, ela está morando na floresta desde a morte do velho.
Um casal conversava enquanto observava Kui comprando alguns alimentos na feira da cidade.
— Ela não parece uma boa pessoa, olha essa cara. - Indagou a mulher.

Neste momento a garota olhou diretamente para a mulher, que a encarou de volta. Gerando espanto no homem, que se assustou arregalando os olhos.

— Vamos, vamos!
O homem pôs-se a puxar a mulher pelo braço.
— Olha a oferta que não vai voltar, você leva agora e só paga após os "anos abortar". - Falava um vendedor enquanto observava Kui passando em frente sua venda.

 Alguns cochichos e algumas piadas sempre cercavam Kui, mas isso era indiferente para a garota, que demonstrava comportamento nulo nessas situações, com olhar um pouco baixo, expressão fechada, a garota mostrava indiferença e só falava o necessário.

— Quanto ficou?
— 150 Cês moça. - Disse um dos vendedores ao recolher os alimentos da menina.
— Vocês aumentaram os preços desde a última vez. Assim fica difícil. – Com um tom de voz mais alto, um homem chamava a atenção com suas palavras.
— Que isso Seung? Vai querer pechinchar?

O vendedor e o homem estavam com sorrisos de canto de boca em um tom de brincadeira, pareciam já se conhecer.

— Como se o general não desse o suficiente pra seu empregado comprar a feira inteira não é? - Disse o vendedor se dirigindo aos companheiros vendedores e ao homem chamado Seung.

 Neste momento Kui abriu um pouco mais os olhos, e claramente notou todo o diálogo. A garota estava próxima de um dos empregados do general da região, Seung aparentemente fazia compras para seus patrões.

— Volte sempre garota.

 Kui deixava a barraca de alimentos, um pouco após Seung se despedir. Ela o observava a distância. Um homem idoso, barba fina que chegava a tocar seu tórax, roupas acinzentadas e bastante simples. Sua aparência não se destacava na multidão, mas para Kui algo a estava chamando a atenção.
" Bem ali está um início para o meu plano, se ele veio aqui agora ele provavelmente vai retornar." Pensava a garota.
 Kui então se direcionou a uma parte mais distante das casas no qual avistávamos árvores de grande porte e ao fundo uma folhagem mais densa.
 Ao adentrar a região Kui nota um animal caído aparentemente morto. Enquanto outro da mesma espécie o tenta reanimar, sacudindo seu corpo numa atitude desesperada.

— Sai, sai!!!

 A menina ajoelhou-se e observou o animal. Ele possuía um corpo peludo e marrom, bico preto e patas pretas.

— É amiguinho, acho que ele já está morto.

 O animal estava encolhido assustado e foi neste momento que Kui notou algo peculiar, o animal estava com uma mancha. Uma espécie de líquido preto no corpo.
" Talvez eles tenham se contaminado com algo." Pensava a garota.

— Bem fique com um pouco de comida, você vai ter que comer algo.

 A garota tirou um pedaço do seu alimento e o deixou no canto ao chão.
"Perder alguém que é importante assim, sempre vai doer. Não sei se algum dia vou esquecer esses pensamentos e lembranças que só me irritam." A garotava pensava enquanto se levantava.
 Então ela seguiu seu caminho, chegou a um local mais iluminado, uma clareira na qual tínhamos alguns pedaços de madeira em volta de uma fogueira apagada, algumas cordas penduradas nas árvores e uma cabana feita com fios e um material similar a uma lona.

— Seung... Você vai me levar ao general na próxima vez que te ver. - Disse Kui em voz baixa.
 Neste momento a pensativa garota relembrou os momentos mais tristes de sua vida, a figura de sua mãe agonizando e morrendo e Suma ao final da rua, descansando em paz para sempre.
" Até parece que foi ontem... Já fazem anos Mestre Suma." Disse Kui enquanto se deitava.
 Com os braços apoiados na cabeça, na direção de seu olho enquanto ela refletia de olhos fechados.
" E agora o único objetivo que posso ter nesse vazio é matar aquele que me fez mal. Mas será que este é o jeito certo de chegar até ele?" Se perguntava Kui.
 Ao seu lado havia um jornal aparentemente velho e desgastado. No qual víamos uma grande imagem de um homem branco de cabelos castanhos e grandes. Na legenda tínhamos a manchete do jornal:

Kui Lee Onde histórias criam vida. Descubra agora