Onde tudo começa

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Após a morte dos meus pais e das minhas irmãs , fui morar com minha avó Delphina. Eu ainda estava muito assustada com tudo que tinha acontecido, ainda não tinha caído a ficha mesmo depois de 5 meses após a morte deles.

De repente vejo o despertador tocando e ai minha vó aparece na porta:

---- Vamos Diana levanta você não quer se atrasar no seu primeiro dia de aula, quer?

Primeiro dia de aula, escola nova, gente nova, vida nova, deixar tudo pra trás e seguir a diante. Mas será que vou conseguir? 

---- Vamos, você consegue Diana. Falei pra mim mesma, tentando me manter positiva mesmo sendo pouca minha motivação.

Desci as escada já arrumada e a mesa já estava com o meu café da manhã. Ao sair pela porta vejo algo diferente, um carro que eu nunca tinha visto antes. Afinal, cidade pequena meio difícil não conhecer toda a vizinhança. Continuei a caminhar até o ponto de ônibus, após 30 minutos, o ônibus parou na frente da Brucce Jackson High School minha nova escola.

Estranho estar na escola novamente depois de 5 meses, mas vida que segue. Respirei fundo e comecei andar pelos corredores, estava perdida não sabia onde ficava minha sala ou meu armário, andando distraída sem olhar para onde ia, de repente ao me esbarrar em alguma coisa eu cai no chão. Ótimo, já não basta uma escola nova, ainda tenho que passar vergonha na frente de todo mundo, até que ouço uma voz e olho para cima. Fiquei fascinada ao ver aqueles olhos azuis, mais azuis do que o mar profundo, cabelo pretos e uma estatura forte pelo que pude notar.

----- Você está bem?

----- Sim.

E antes que eu pudesse me desculpar, ele virou de costas e foi embora, fiquei pensando nele o resto do dia, até porque com aqueles olhos não tem nem como não pensar em algo.

Passaram-se 5 dias, desde que me esbarrei com ele e desde então eu não o vejo. Eu estava concentrada na aula de trigonometria quando o sinal toca era hora do intervalo, fui para a fila da cantina e peguei meu lanche como estava fazendo esses dias. Até que meus olhos percorreram o pátio e o coração disparou ao ver uma figura familiar sentado na grama sozinho. Foi quando nossos olhares se encontraram, ele olhava pra mim e eu olhava pra ele. Continuei caminhando e fui me sentar na grama também só que um pouco afastada dele, desviei o olhar e me concentrei no meu lanche, quando resolvo dar uma olhadinha rápida novamente percebo que ele estava vindo na minha direção. Respira Diana e não fale besteira, pensei comigo mesma.

----- Oi, você deve ser a garota nova!

----- Sim , sou eu.

----- Prazer meu nome é Patrick, e você como se chama?

----- Diana

------ Espero que esteja gostando da Brucce Jackson, com o tempo você vai descobrir muitas coisas sobre essa escola e sobre os alunos também. E nisso ele deu uma piscada para mim.

------ Legal, espero que seja logo... Espero que seja logo? Você não tinha outra coisa para falar não Diana? 

------- Qual é a sua próxima aula?

Ele me perguntou me tirando dos meus pensamentos...

------ Ciências com o professor...

------ Dilan, a minha é com ele também, vamos, eu vou com você para te mostrar o caminho.

----- Então tá. Peguei minhas coisas e fui seguindo ele. 

E enquanto caminhava com ele só conseguia pensar o quão gato ele era, e me questionando. Afinal alguém como ele deve ser bem popular na escola e está falando comigo.

Chegamos na porta da sala de aula, ele já foi entrando e já foi indo sentar no seu lugar, como eu ainda não tinha tido essa aula fiquei parada na porta, até que o professor me chamou.

----- Entre você deve ser a aluna nova Diana, sou o professor de ciências Dilan. Bem você pode sentar ao lado de Patrick, bem ali. Ele apontou para a mesa vazia que tinha ao lado de Patrick. Olhei pra ele e fui indo em sua direção e sentei na mesa vazia ao seu lado.

---- Nossa como eu tenho sorte (risos)

----- Nem se anime. Já fui logo cortando ele, e me arrependendo ao mesmo tempo. Não sei oque acontece que quando estou do lado dele, tudo que eu falo não faz muito sentido e eu só percebo depois que já abri a boca.

---- Ok, então se é o que você diz.

O sinal do fim da aula toca e ele perguntou

---- Você vai embora sozinha, para casa?

---- Sim, eu vou embora de ônibus. 

---- Bom você quer uma carona? Estou de carro, eu te levo até em casa se você quiser.

---- Meus pais me ensinaram a não confiar em estranhos. Disse encarando aquele par de olhos azuis.

---- Mas eu não sou estranho (risos). 

Mesmo não estando totalmente segura dessa carona, quando é que um cara desse vai me chamar novamente para ser levada até em casa? Então aceitei seu convite.

Andamos até onde o seu carro estava estacionado. Eu sabia que já tinha visto aquele carro em algum lugar. Ele era prata , eu não entendia muito bem de carro mais sabia que aquele carro devia ser caro, após ficar parada durantes segundos olhando o carro, ele abriu a porta do passageiro pra mim. Que cavaleiro eu pensei. 

---- Então Diana me fale um pouco sobre você e seus pais.

---- Bom não sei muito bem como explicar isso, mas meus pais e minhas irmãs estão mortos.

----  Eu, eu sinto muito, eu não sabia.

----- Tudo bem, eles morreram já faz 5 meses, foi um acidente de carro. Eles estavam indo para um acampamento que a gente ia todas as Ações de Graça na Carolina do Norte.

---- Meus pêsames, e você estava no carro? E como não morreu? Tudo bem se não quiser responder.

---- Eu não estava no carro, no ultimo minuto senti como que fosse acontecer alguma coisa, então fiquei em casa com a minha tia, as vezes me pergunto se eu não tivesse ficado em casa eu teria morrido com eles ou se pelo menos se eu tivesse tentado impedir deles irem, pelo menos estariam comigo agora. Ele viu que as lagrimas começaram a se formar nos meus olhos. Mas a única coisa que eu estava pensando era que, porque estava contando algo tão intimo para alguém que conheci a pouco tempo? É estranho de ver como me sinto tão a vontade com ele.

----- Não se culpe Diana, limpando a lagrima dos meus olhos, você não teve culpa deles se acidentarem e aposto que ele não iriam gostar de ver você se culpando pelo o que aconteceu.

---- Obrigada Patrick.

Ao chegar em casa, minha avó não estava, acho que ela foi fazer compras. Fui até a geladeira, peguei algo para comer, subi para meu quarto e fui tomar um banho, mas senti algo, senti como se estivesse acontecendo alguma coisa comigo, mas eu não sabia explicar. Mas pensei que não fosse nada grave, então fui me deitar na cama e acabei entrando num sono profundo. Nos meus sonhos eu estava num abismo e Patrick também estava lá, o que já era bem estranho. Então eu senti a sensação como se estivesse algo nas minhas costas, encostei a mão para ver o que estava acontecendo e notei que tinha dois pares de asa, isso mesmo, ASA,  como se fosse de um anjo e elas eram gigantes, tão leves como penas e brancas como algodão. Eu olhei pro lado e vi Patrick estirado no chão no seu lado havia uma estaca de madeira e muito sangue, ao perceber fui até ele correndo.

---- Patrick, Patrick você está bem? Me responde. Quase sem forças ele fez um gesto que eu não entendi.

---- Patrick por favor, não se vá, me explica o que tá acontecendo.

---- Di... Dia...Diana você é um...um anjo da...da luz branca e... e eu sou....

Quando menos espero vejo alguém me chamando...

---- Diana acorde, Diana acorde. Era minha vó mim chamando para o jantar.

Eu fiquei com o sonho o dia inteiro na cabeça.


A luz da lua negraOnde histórias criam vida. Descubra agora