Capítulo Um

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Daniel morreu, e todos sabem disso. Não há ninguém na Ilha do Governador que já não saiba disso. A Ilha é um local no Rio de Janeiro com vários bairros dentro. Quase como uma cidade pequena, nunca ouve nada de mais. Nada faz com que alguém perca o fôlego, a não ser um assassinato misterioso ou um suicídio.

Óbvio que alguns aconteceram. Mas não algo tão importante como isso que você lerá.

Daniel morreu. E estão todas em dúvida entre suicídio ou assassinato. Quem diria? Parece que as coisas precisam ter uma mudada. Daniel Segreg era um menino que vivia no Jardim Guanabara, estudava no "DaVinci". Tinha amigos como todos têm, ou a maioria.

Segundo a autópsia sua morte foi entre 04h20min e 05horas. Sendo visto pela última vez às 04h15min no dia 12 de Dezembro, no meio das férias de verão. Daniel Segreg tinha pego seu boletim dia 9 de Dezembro, junto com Julia Martin, sua melhor amiga.

Na casa dos Segreg vivia, seu pai, sua irmã Elise e seu gato Billie. A mãe de Daniel e Elise morrera quando eles tinham 10 anos. Os dois são irmãos, com alguns meses de diferença. Foi Leucemia, uma das únicas memórias que Elise ainda tem de quando a mãe se fora é do médico chegando para seu pai e falando. Elise tem 14 agora. Faltam oito meses para ela fazer 15. Ela já perdeu a mãe e o irmão nesses quase quinze anos. Na vida deveria ter um limite para cada pessoa sofrer.

Quem achou seu corpo no terraço foi o gato Billie. Mas como ele não conta, foi seu pai. No dia que aconteceu foi rápido. Momentos rápidos e desastrosos. Ninguém está preparado para a morte de um filho, ou está?

Billie pousava no sofá, seus olhos verdes iluminavam o amanhecer na sala de estar dos Segreg, seus olhos brilhavam contrastando com seu pelo escuro. Era um gato preto como qualquer um, quem sabe quantas coisas ele deve ter presenciado? Quando viu o pai de Daniel e Elise, Ben descer as escadas e preparar o café, enquanto os dois dormiam. Pelo menos um deles.

- Bom dia Billie! – Entonou Ben. Ele estava feliz, não estaria assim em um bom tempo. Billie olhava Ben e conseguia ver mais que só uma pessoa nele. Ben era coberto de ambiguidade. Seus sentimentos, momentos e escolhas. Ambígua. É a palavra que mais caracteriza Ben. Mas muitas palavras vão caracterizá-lo ainda.

Elise acordava ali em cima, tirou seu cabelo loiro dos olhos castanhos e se levantou. Levantou, lavou o rosto e desceu o segundo andar, entrou na sala e cumprimentou Billie. Seu pai já preparava o café, e tinha posto as canecas nos seus lugares.

Ben era um daqueles pais magros que comem muito. Estava fazendo um pão para os três enquanto quebrava um ovo e comia. Para sua dieta. Um ovo por dia era o necessário para sua alimentação. Não importava se fosse frito, cozido ou mexido ou até cru. Ele precisava ingerir um ovo por dia.

Elise achava ovos crus nojentos, quando seu pai estava com pressa, ele ingeria cru. Quando não, mexia o ovo.

Já eram quase seis horas, Elise por um momento achou que devia ir para a escola. Mas não, os três iriam a uma caminhada. Quando Elise olhou para o sofá da sala, Billie não estava mais lá. Seu pai perguntou:

- Onde está a droga de Daniel? Temos que sair daqui em 30 minutos, e ele sempre quer que seu café esfrie. – Ben falou. Elise viu que aquele não seria um dia normal, Daniel dormia. Mas não tanto assim. Mas era o dorminhoco da família, assim como a mãe deles.

- Quer que eu vá acordar ele pai?

- Não. Eu vou.

Encontrando o cadáver de Daniel no terraço. Sua pele negra estava meio azulada, seu rosto estava pálido, olheiras caíam de seus olhos. Sem pulso.

Ben gritou.

Policial Bartolomeu Gama, dirigia de volta para casa. Quando Elise ligou. Naquele momento a Ilha estava tranquila, mais tranquila que tudo. Um mar calmo na Praia da Bica, o comércio começando a abrir no Cacuia, rua Cambaúba, e as outras ruas de comércio da Ilha. Policial Gama, não queria mais trabalho. Dois garotos estavam desaparecidos na Ilha, e um pai dos de um deles era alcoólatra.

Ninguém é o que parece Where stories live. Discover now